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Já no carro, passaram por várias ruas residências até chegar a parte industrial da cidade.

- Senhorita!! Que surpresa, venha!! Uma mulher baixinha atendeu a jovem na porta da fábrica.

- Bom dia, senhora Diego, realmente esqueci de avisar que viria. Cecile acompanhou a mulher.

Erik seguiu a jovem, não podia deixar de reparar que a fábrica era enorme, diversas máquinas funcionando e funcionários felizes cumprimentavam Cecile e olhavam estranho para ele.

- Vejo que as novas máquinas chegaram, são tão eficientes quando me foi falado? Cecile sentou-se na cadeira da presidência e observava pela grande janela, a movimentação da fábrica.

- Oh sim... é maravilhosa, eu notei que aumentamos a produção, e senhorita a creche que que senhorita implantou aqui na fábrica, foi uma benção para as mães solteiras!!

- Fico feliz, acho que é o mínimo que podemos fazer por elas, tenho que revisar os relatórios do mês passado e assinar os requerimentos de matérias primas.... Ah, quase me esqueci. Senhora Diego, esse é meu marido. Cecile apontou para o homem que estava em pé em silencio.

A senhora olhou assustada para o homem, ele era tão intimidante, ela pensava que era algum segurança da jovem... nunca iria imaginar...

- Marido? Isso... Nossa, ah é uma agradável surpresa. Me desculpa senhor, eu... como vai?

Erik cumprimentou a senhora, e se apresentou devidamente.

- Muito prazer, Erik Destler. Não se preocupe, nosso enlace foi uma agradável surpresa também.

Cecile revirou os olhos, sério... Ele era tão convincente, mesmo sendo assustador.

- Ótimo, senhora Diego, você pode me trazer os últimos registros do inventário.

A senhora saiu, deixando os dois sozinhos no escritório.

- Eu acho que estou no seu lugar, já que preciso de sua assinatura para tudo.... Cecile saiu da cadeira, e bufou.

- Eu nunca vou entender essas cláusulas de heranças, eu não posso fazer uma procuração?? Sei lá ...

- Poderia ser assim simples, mas não. Meu advogado está procurando um modo de tirá-lo dessa responsabilidade.

Cecile se sentou no sofá, passou algumas horas analisando tudo, e fazendo diversas contas. Sob olhar curioso do homem, que simplesmente ficou sentado, não teria coisa melhor a se fazer.

O homem estava entediado, a jovem não estava nem um pouco disposta a conversar ou explicar sobre o serviço, que simplesmente começou a cantar.

"And sometimes at night time
I dream that you are there
But wake holding nothing but the empty air"

A melodia invadiu o escritório, Cecile largou os papéis e fitou seu olhar em Erik, aquela canção era tão bonita...

- Você me falou sobre cantar, mas... eu não levei a sério..., mas, olha só. Você canta, e não é ruim. A jovem esperou o homem terminar a canção e se aproximou dele.

- Tenho outros dons, mas sempre gostei de cantar. Já que estou fazendo número aqui, você poderia me mostrar tudo isso que tanto olha.

A jovem olhou para os papéis na mesa, e os pegou.

- Certo, não é nada animador, mas é necessário, preciso analisar tudo isso, e ver se a fábrica está gerando lucros. E para isso, preciso me atentar ... E no final, é você que irá levar crédito. Fascinante!

O homem olhou tudo que estava na mesa, era muito papéis, tinha conhecimento dos termos e tudo que havia naqueles documentos, ele poderia ajudar.

- Eu posso ajudar, vamos... já que irei ficar um tempo com você. Me permita, ser útil. O homem sorriu, e pegou alguns papéis.

- Sério? Ah... você não vai estragar tudo? Olha, essa porrada de papéis são muito importantes e....

- Você deve me achar imbecil, não é? Por ter ficado numa jaula por um tempo... eu sou um animal sem raciocínio??

- Eu... eu não disse isso!! Eu só estou garantindo que as coisas não deem errado. É meu trabalho, e eu gosto dele.

- Percebo, você é realmente esperta. Para uma mulher...

- Hey, idiota! Você vai me julgar por eu ser mulher!?? É isso!?

Erik gargalhou, estava mexendo com a jovem, resultando naquela cena de fúria.

- Estou brincando com você, as mulheres são tão competentes como os homens, não julgo ninguém por causa disso. Fique calma.

Cecile deu de ombros e voltou ao serviço. Depois de um tempo, a jovem finalizou tudo e pegou todas as assinaturas de Erik, estava pronta para voltar para a casa.

Me liberteOnde histórias criam vida. Descubra agora