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As palavras de Hugh não estavam fazendo mais nenhum sentido, aquela família estava tão interligada assim, seria que tudo que os Chagney faziam era por causa desta paixão entre o pai de Raoul e de Cecile?

- O que??

- Sim, Celeste conheceu primeiro o visconde. Como você pode conhecer agora que Susan foi encontrada naquele estado, pai e filho tentem a ter prazer a ver a dor do outro. Celeste não aceitou aquilo, deixando o visconde e voltando para sua casa em Veneza.

- Pode ser que ... Cecile? Não... Ela....

- É provável. Celeste passou meses com o visconde. Ela estava presa a ele, quando fugiu e retornou a Veneza. Pouco tempo depois ela conheceu August, nessa época ela já estava grávida e desesperada.

- Se isso for verdade ... o que Raoul quer com Cecile? Erik ficou nauseado em pensar numa possibilidade tão perversa.

- Raoul é um louco, ele pode saber disso, até o seu pai era um demente. Se eles são irmãos isso é mero acaso para o visconde ... Hugh se senta e olha para Erik, o homem estava cada vez mais confuso diante aquela descoberta.

- Ele não vai colocar a mão nela, eu não irei deixar que ele destruía novamente minha vida. Erik cerrou as mãos.

- Novamente? Erik, acho que não é apenas Cecile que esconde coisas para você. Entendo que não queria revelar muito de seu passado, mas seria bom que alguém soubesse para que algo te acontecesse, tivéssemos a quem procurar. Hugh observa uma movimentação na escada e continua.

- Continuamos isso em outra hora, acho que foi muitas revelações num dia só. Por favor, fique com Cecile. Vamos dar conta disso, juntos. Hugh se levanta e recebe Leslie que estava sorrindo.

- Amor, Cecile despertou ... ela me abraçou e me deu uma bronca, normal de Cecile, agora xingar uma mulher gravida ... é a cara dela. Leslie estava aliviada em ver sua amiga melhor.

- Iremos deixar o casal a sós agora, não é querida? Preciso cuidar de você, hoje foi muitas emoções. Com licença, Erik. Hugh e Leslie se despedem e vão embora.

Erik subiu para o quarto e escutou Cecile conversando com as empregadas, ao ouvir a voz da esposa correu para abraçá-la. Estava tão aliviado em ver Cecile acordada.

- Meu amor! Você me assustou, pensei que tinha a perdido. Erik ficou ao lado de Cecile sem tirar seus olhos nela.

- Primeiro o incêndio... Agora isso, Erik, eu não sei o que pode ser depois. A jovem se aninhou nos braços do homem.

- Não é preciso se preocupar, estarei com você e irei atrás de quem está tentando te assustar. Você está segura comigo. Aliás precisamos falar sobre o que descobri no cofre.

- Não quero falar sobre isso, você agora sabe que eu sou uma bastarda e eu não quero que você se arrisque. Precisamos pensar muito e investigar tudo para antes irmos atrás dos suspeitos. Eu não iria suportar te perder.

- Eu já sabia sobre o fato de você não ser filha de Gustave ... e meu amor, não diga essa palavra, seus pais te amaram e nunca te viram como uma bastarda. Erik pousou a cabeça da jovem sobre seu colo.

- Você estava escondendo isso de mim, é a sua cara amor ... me protegendo, mas se eu não soubesse disso eu não iria ficar brava, o amor entre pai e filha não é algo de sangue, esse elo vai muito além. Cecile sorriu e relembrou os bons momentos dela com seu pai.

- Eu sabia que minha esposa era um anjo, bem no fundo na verdade. Erik ri e percebe a jovem bochechar.

- Sim, sim ... agora esqueça essas merdas e cante para mim, seu anjinho está precisando de algo para distrair. Cecile cutuca a perna do homem que ri.

"É bom vê-la assim relaxada"

Erik cantou para Cecile dormir, os remédios a deixavam mais calma, porém ainda sentia fraca e culpada por tudo que ocorreu a Susan.

Saindo do quarto, Erik que sempre foi um homem metódico, com seus planos não era diferente, não queria envolver Persa naquilo, mas sem perder tempo, enviou uma carta para o homem. Persa poderia muito bem pensar em mais alternativas e buscar com seus contatos meios para derrubar de vez o visconde.

Alguns dias se passaram, Gregório visitava diariamente Cecile que ainda se sentia fraca e não saia da cama, Erik tinha estado ao seu lado a todo tempo, ora cantando ou lendo para a jovem.

- Você fica muito sexy lendo em francês. Já disseram isso a você? Cecile estava alinhada com Erik na cama.

- Nunca me disseram isso... E nunca me disseram que sou encantador ao cantar uma música de ninar, nem que sou jeitoso a servir um chá e nem que eu tenho mãos mágicas para massagens. Erik ri e observa Cecile fazer um biquinho.

- Não posso elogiar meu marido? É um crime agora? Seu ingrato... Cecile finge se magoar.

- Gosto de vê-la assim... Talvez podemos sair dessa cama, que tal?

Cecile assenti, estava cansada de ficar na cama, mas sempre que tentava sair dela algo a fazia tremer. Seus pés estavam fracos e sua cabeça girava sempre que tentava ficar de pé.

- Vamos tentar mais uma vez. Gregório me disse que logo iria retornar a andar e quero visitar Susan, e ver se ela não precisa de nada. Cecile coloca os pés no chão e Erik a ajuda levantar-se.

Cecile estava hesitando por um momento, mas tinha se firmado e caminhava com passos pequenos até a porta do quarto.

- Isso, mon chéri. Está indo muito bem! Erik sorriu e soltou a mão da jovem que ficou sozinha em pé.

Logo Cecile se restabeleceu, não iria deixar que seus ataques de Pânico a deixassem mal, queria visitar sua amiga no hospital. Na segunda semana, Cecile se recuperou e o médico foi dispensado.
A jovem estava aflita em deixar sua empresa tanto tempo sem sua supervisão, porém sabia que todos estavam dando duro para fazer tudo se encaminhar bem.

- Então, Leslie está grávida! Isso é uma maravilhosa notícia. Susan estava deitada na cama do hospital enquanto Cecile conversava.

- Sim, não é ótimo? Leslie e Hugh sempre sonharam em ter uma família e estão prestes a realizar o sonho. Ah, Susan... Não sabe como fiquei ao vê-la daquele jeito. Cecile pediu milhões de desculpas a não visitar a jovem nos primeiros dias.

- Eu soube que a situação da senhora também estava delicada. Por favor, não se culpe. Eu estou bem, graças a generosidade da senhora e dos donos do ateliê. Eles vêm todos os dias me visitar. E estão ajudando a meus pais já que estou sem receber.

Cecile ficou aliviada em ver Susan bem, jurava que iria matar a pessoa que tinha feito aquilo a sua amiga se ela não sobrevivesse.

Me liberteOnde histórias criam vida. Descubra agora