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Enquanto isso...


Raoul retornava para Paris, sua ausência estava deixando alguns de seus sócios irritados. Chegando à cidade, o visconde buscou acalmar a todos e voltou a pensar em possibilidades de conseguir deixar Cecile indefesa.

- Visconde, nossos livros estão caindo a cada mês, e você anda de passeios por Londres! Um dos sócios estava irritado, talvez seria melhor ter tirado seus investimentos nas empresas Chagney.

- Bobagem! Caindo? Claro que não! Você acha que sou inapto a administrar as empresas? Raoul elevou a voz, ser desafiado deste jeito era algo que ele não iria deixar barato.

- Certamente o visconde não vê os livros caixas. A cada mês eu recebo menos!! Precisamos fazer algo. A sua administração está pecando em muitos aspectos... Seria o ideal uma mudança na direção.

Raoul cerrou os punhos, todos achavam que ele era um inútil. Mas nunca ninguém pode reclamar que seus aliados tinham tratamento especial. Todos estavam reclamando sem razão.

- Façam o que quiserem. Eu sou o dono disso tudo!! Ninguém pode me tirar da direção e se tentarem, acho que terei que usar meios nada ortodoxos para precaver. O visconde se aproxima do homem e continua.

- Creio que sua esposa e filha podem sofrer durante este processo. Talvez até o senhor... Acho que ninguém quer isso, não é?

Saindo de seu escritório o visconde ordenou que alguns homens vigiassem seus sócios, poderiam muito bem tratar de esfaqueá-lo pelas costas.

Persa tinha retornado a Paris, a carta que receberá de Erik era urgente e aquela emergência deveria ser resolvida.
Deixando Meg e seu filho em uma residência ao sul do centro de Paris, o homem procurou novamente seus contatos.
Havia anos que ele estava longe daquela agitação, gostava de estar no campo e viver sem muita preocupação. Mas ele sempre se animava em retornar, gostaria estar trabalhando e não ter que sair disfarçado.

Ninguém iria reconhecer Persa, ele tinha sorte de ter Meg como esposa, já que a mulher era uma ótima maquiadora e costureira.

- Bom dia, senhor. Como posso ajudá-lo? Um homem atendeu a porta e recebeu o Persa que estava com os cabelos longos e preso e uma capa azul.

- Não me reconhece mais amigo?

O homem se surpreende ao ver seu amigo Persa.

- Oh! Persa, quando tempo!! Estive pensando em você esses dias. Como está Meg e o pequeno?

- Ótimos. Eu estive longe dessa agitação. Mas, precisei retornar. Para um assunto sério. O homem apertou a mão do homem.

- O que o tão honrado persa está à procura de um vigarista como eu? O homem acende um cigarro e ri.

- Reymond, você pode ser um vigarista, mas eu nunca o vi matar ou ferir ninguém que roubou. Não é uma pessoa ruim, sei que tira de quem tem muito. Persa se senta e observa as dezenas de quadros famosos na parede da sala.

- Certamente, isso eu nunca fiz! Tenho meios para deixar uma cena limpa. Mas me conte, está querendo o que de mim?

Persa explicou sobre Erik, tinha informado que o homem se encontrava em Londres e estava preocupado com as ações do visconde.

- Aquele maldito, eu pude ver como ele trabalha. Eu me infiltrei em seus escritórios, aquilo é o diabo em pessoa. Reymond lembrou dos dias que ele e mais três comparsas viram o homem matar dois homens.

- Erik está preocupado. E não é porque o visconde descobriu que meu amigo está solto, também sua esposa corre perigo. Eles não quiseram mexer com Raoul, estávamos tranquilos. Mas não podemos evitar mais essa situação. Persa suspira, ele estava se colocando em risco e todos a sua volta.

- Você quer que eu investigue o visconde? Bem, posso ter algo útil por aqui. Sabe, Raoul não está tão poderoso assim. Claro, que devemos ter cuidado... Reymond balançou a mão e se levantou.

O homem caminhou até uma escrivaninha, pegou alguns envelopes e o leu. Estava procurando por um endereço, aquele era um lugar que o visconde mantinha meninas presas para vender para seus amigos.

- Aqui, isso pode ser útil. Podemos começar desmascarando o visconde com seus esquemas sujos. Não se preocupe, o chefe de polícia me deve um favor. Reymond pisca e entrega o documento para Persa.

- Você sempre é um bom amigo, Rey! Erik sempre te elogiou.

- Erik é um ótimo homem. Senti muito a saber que ele tinha sumido e toda aquela tragédia com a pequena Christine.

Persa e Reymond conversaram mais um pouco, traçaram por um plano e no fim da tarde se encontraram com o chefe da polícia.
Antigamente se alguém dissesse algo contra os Chagney, ninguém iria acreditar em nada, a polícia estava comprada e bem silenciada.

- Raoul é um idiota, em menos de seis anos ele destruiu o que restava da sua fortuna. A polícia aqui, ninguém mais cobre suas besteiras. Só que eles não trabalham sem provas, e aquele bastardo é bom em se esconder.

- Deixe comigo. Vou tentar emitir um alerta e torcer que Raoul esteja no local quando invadimos. O policial anotou o endereço e se despediu dos homens.

- Podemos começar a comemorar, logo Raoul será desmascarado. Erik precisa tomar cuidado, no entanto. Não é algo tão simples... Reymond caminhou com Persa até sua casa.

- Eu sei, Raoul sempre consegue fugir. O que não quero é que meu amigo suje suas mãos, quero que o visconde sofra e pague pelo que fez.

Persa retornou para casa, Meg o esperava e estava aflita.

- E o que houve? Deu certo? Meg beijou o marido e o observou.

- Tudo ocorreu bem, meu amor. Vamos começar uma guerra contra Raul. E quero que você e Colin fiquem aqui escondidos. Persa pega a mão de sua esposa acariciando.

- Não quero que você ou ninguém se machuque. Posso ajudar, eu sou ótima em disfarces!! Oh, e podemos chamar Erik e Cecile para cá, ninguém vai saber desta casa.

- Meu amor, você é a melhor do se trata em disfarces. Mas vamos ver como irá acabar nossa primeira jogada, depois pensamos em outras coisas... Persa percebe que sua esposa está nervosa.

- Meg, Querida... Olha para mim. Não irei permitir que esse visconde de merda se dê bem, iremos conseguir. Persa beija a jovem e a levanta a colocando na mesa da sala.

- Vamos ter fé! Foi muito estranho saber que Erik e Cecile tinham esse inimigo em comum... Eu não acredito muito em coincidências, mas os céus estavam conspirando para aqueles dois. Meg retira a peruca do marido e limpa seu rosto que estava com um bigode falso.

- Algumas coisas são inexplicáveis, porém minha querida... Algo eu sei muito explicar. Persa sorri e solta os cabelos da jovem.

- É? O que ... O senhor Persa, tem para me contar? Meg abraça o homem o trazendo para perto.

- Como eu amo a minha bela bailarina, mãe de nosso filho e a mulher mais linda de toda Paris. Persa desce a fina camisola da jovem e a admira.

- Gosto que me elogie. E gosto de ser admirada deste modo. Meu amor. Meg sorri.

Naquela noite, Persa Meg se amaram a noite inteira, tinham certeza de que tudo voltaria ao normal e iriam de vez voltarem a ter suas vidas em Paris.

Me liberteOnde histórias criam vida. Descubra agora