"Amor, espero que esteja se controlando ao ficar longe de mim, peço que me ouça e repense sobre o plano, tenho uma ideia melhor e será mais compensador diante a tudo que Raoul fez para todos. Eternamente sua, Cecile".
Erik lia aquele bilhete com curiosidade, Tamara tinha dado a Reymond que rapidamente informou ao homem, Cecile estava completando 2 meses ao lado de Raoul, e aquilo enfurecia Erik.
- Você sabe que sua esposa domou o visconde, não é? Reymond viu a preocupação no rosto do amigo e o lembrou daquele detalhe.
- Eu sei ..., mas já estamos enrolando isso por demais. Se fosse por mim eu já estaria longe daqui e com Cecile ... Raoul morto e jogado em algum rio.
- Não sabe como eu iria ficar feliz em jogar aquele imundo no rio ..., mas pense Erik, Cecile certamente não é uma mocinha desamparada, veja o que ela fez! Treinou Raoul para apenas servi-la, você tem noção do feito que ela conseguiu? Reymond se divertiu ao lembrar do que Tamara contará sobre o comportamento dócil do visconde, que até permitiu ao casal de namorados ficarem livres andando pelo castelo.
Erik assentiu a tudo que ouvirá, Cecile era realmente uma peça rara e praticamente iria colocar qualquer um nos trilhos, até mesmo um bastardo como Raoul.
- Você tem razão, irei esperar pelas ordens de minha esposa ... Oh céus, e pensar que eu estava aqui para resgatá-la e foi ela que está fazendo todo o serviço. Erik colocou o bilhete ao lado de sua cama e riu.
- Eu sei, se você não a achasse ela iria dar um jeito de dar um fim no visconde e certamente iria a seu encontro, vocês têm algo bastante especial. Desde a primeira vez que a vi, na cabana ... eu sabia que ela era uma forte candidata a seu coração. Persa riu ao ver seu amigo todo apaixonado observando a caligrafia de Cecile.
- Vocês ... estão realmente petulantes ... e eu achando que apenas Cecile me atazanava. Erik tirou as botas e as jogou para debaixo da cama, tinha seguido Raoul aquele dia e precisava descansar para saber sobre o que sua esposa estava aprontando.
Já no castelo, Cecile recebia uma massagem nos ombros de Raoul, depois de ouvi-lo falar por horas sobre seu trabalho a jovem conseguiu fazê-lo se calar.
- Eu acho que estou engordando ... você não acha, querido? Cecile acariciou o ventre o olhou com ternura para o homem.
Raoul não percebia nenhuma mudança, na verdade parecia que a jovem estava como sempre foi, mas aqueles olhos tão tenros o faziam dizer muitas coisas sem muito sentido.
- Bem, eu acho que sim. Talvez devêssemos chamar um médico, meu amor. E podemos perguntar se precisamos ficar em abstinência por toda a gestação. Raoul suspirou, Cecile se divertia ao vê-lo tão derrotado.
- Claro, chame um médico. Podemos conversar e aí vamos tirar muitas dúvidas. Querido, pode me trazer um pouco de Tarte aux Fruits daquela doceria que visitamos no fim de semana? Eu acho que estou com desejo. Cecile fez seu melhor olhar de inocente e até entrelaçou seus dedos ao de Raoul.
Sem pensar, Raoul prontamente partiu para a cidade. Cecile observava o home tão solicito se afastar do castelo e escreveu outro bilhete a Erik.
Meu mascarado, oh eu gostei disso... talvez quando estivermos em Londres eu possa inventar algo mais excitante para qual eu te chame assim. Bem, preciso que me ouça e faça o que eu irei lhe pedir, gostaria de ver Raoul destruído a voltar para casa e não me encontrar, iremos forjar o meu sequestro, tudo está decidido com Tamara e Oto, que por muita insistência decidiram que seria fácil hipnotizar os guardas que ficam dentro do castelo, não será fácil, mas desde esse fim de semana, Oto está empenhando em fazê-lo. Vamos deixar a entender que você me pegou e sem muita delicadeza deixou minha pobre dama de companhia amarrada e desacordada, assim Raoul irá ficar mais desesperado. O restante do plano, eu te explico pessoalmente. Com amor, Cecile".
Já passava das dez quando Raoul voltou com o doce para Cecile, a jovem estava já na cama e o recebeu com um grande sorriso.
- Oh, você realmente é o melhor!
Raoul gostou de ver a alegria de sua querida esposa, os dias passavam e ele sabia que nenhuma lembrança de Erik tinha ficado com ela, sentia que logo ela iria se entregar a ele, e o passo mais importante era chamar um médico para fazê-la aceitar que ela deveria permitir as visitas dele em sua cama.
- Amanhã, logo pelo almoço irei voltar com um médico, meu amor. Espero que não se importe, eu já deixei tudo certo. Raoul nunca tinha pedido permissão a uma mulher antes, mas de um tempo para cá, estava muito dependente da opinião de Cecile.
- Sem problemas, algum ... irei esperá-los. Estou ansiosa por isso... Cecile viu Raoul deitar-se em seu colo e a jovem acariciou os cabelos do homem, com um sorriso travesso nos lábios.
"Você não sabe o tão ansiosa vou estar para acabar com você"
Londres,
Leslie e Hugh tinham notícias de Erik a cada semana, o casal pode se esquivar de tantas perguntas que as pessoas faziam sobre o desaparecimento de Cecile, tal como ler manchetes mentirosas sobre o "suposto" envolvimento de Erik nesse caso.
- Olhe isso, "Herdeira das empresas Belfond some sem deixar rastros, marido é o principal suspeito. Um misterioso mascarado sem família ou histórico". Leslie se irritou ao ler aquele manchete, como as pessoas poderiam ser tão sem noção.
- Eu gosto daquela manchete, onde comparam Erik a um assassino em série, e até traçam alguns comportamentos dele. Aquilo realmente vai divertir Cecile. Que na verdade é o perigo junto a Raoul. Hugh riu e tirou o seu casaco, beijando a esposa.
- Cecile nunca foi de ficar com medo, lembra-se que ela era a mais corajosa de nós três. Ela sempre resgatava nossas pipas das arvores e pulava os portões para pegar a bola quando fazíamos nossas travessuras. Leslie acariciou a barriga agora com quase 9 meses, sabia que a amiga estava segura, mas sentia a sua falta.
- Duas malcriadas de fato. Espero que nosso bebê venha puxar a mim no quesito comportamento, não é meu ursinho? Hugh se abaixou e falou com a barriga da esposa, um tempo para cá ele adotava aquele apelido a se referir ao filho.
- Não, ele ou ela será um pestinha, eu sinto ... aqui nos chutes que ele me dá! Leslie leva a mão do marido até a barriga para ele sentiu os movimentos que o bebê insistia em fazer durante praticamente toda noite.
Hugh riu, tinha se adaptado bem a ter apenas uma visão, pode retornar a seu trabalho e tinha conseguido o trunfo para acabar com Raoul. Ele nunca pensou que um tio distante iria trair a proporia família, mas o senhor parecia ser sensato e pode ajudar o homem a achar um documento muito importante para ele.
Aquele papel iria exercer muito na condenação de Raoul, o que ele torcia que acontecesse, mas com Erik tão furioso aquilo estava se distanciando de ser a verdade.
No dia seguinte, Hugh foi acordado com os gritos de Leslie. Realmente era a hora de ver o seu filho nascer, com todo o esforço o homem chamou a parteira e as empregadas fizeram companhia, ajudando com tudo.
Em menos de 2 horas de esforços e muita gritaria, Leslie deu à luz a uma adorável menina, que chorava a plenos pulmões.
- Oh, amor ... ela é tão linda ... ela é tão fofa. Leslie chorava, estava suada e se perguntava em como as mulheres poderiam suportar tamanha dor para aquilo, mas ao ver o rostinho corado de sua filha, ela se sentiu nas nuvens.
- Ela é uma graça, meu ursinho. Hugh carregava a criança em seus braços parou de chorar.
O homem pode ver a esposa o olhar com doçura, sabia que tinha se casado com o seu melhor amigo e amor de tantos anos, sabia que ele seria um ótimo pai e mesmo com a sua perde de visão, ele não tinha perdido seu jeito amável e zeloso por ela e agora pela pequena Lilian.

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Me liberte
RawakCecile é uma jovem determinada, e sempre lutou para conseguir sua tão sonhada liberdade. Com a morte de seu pai, e um estranho contrato para a decisão da herança. A jovem parte em busca de uma alternativa para continuar trabalhando e não depender d...