Meg sentiu um clima estranho entre Cecile e Erik. Eles estavam quietos desde o piquenique.
- Cecile... Está tudo bem? Meg serviu um pouco de chá para a jovem.
- Oh, sim. Nada demais. Obrigada por ser tão gentil comigo, vocês são boas pessoas. Preciso me deitar, estou um pouco cansada. A jovem rapidamente se levantou e se retirou.
- Ok, conte-me. O que você fez? Meg se sentou em frente de Erik, Cecile estava se comportando de forma estranha e Meg certamente sabia o motivo.
- Nada. Não fiz nada dessa vez. Ela deve estar cansada. Amanhã teremos que ir embora. E ...
- Pare agora! Erik. Eu sei está certo. Que você ainda está com sequelas destes dois anos, mas nada justifica tratar a menina desse jeito! Meg levantou a mão e calou o homem.
- Sinto muito ... não foi você que viveu como um animal esses últimos anos, sofrendo cada maldito dia ... vendo seu amor, aquele que era seu porto seguro... caída no chão, sem vida! Erik elevou a voz, e se levantou.
- Não é necessário gritar. Eu entendo. Só vai lá com Cecile. Tente resolver isso. Meg gesticulou para ele sair da cozinha.
" Não foi ela que deve que aguentar aquelas humilhações... Tentar não enlouquecer ou se matar quando sofria sozinho no escuro" Erik passou a mão no cabelo enfurecido.
Cecile estava sentada na cama, já de camisola estava ponderando sobre tudo. Odiava não ter as rédeas de sua vida, estava completamente só. Sem ninguém, apenas com um completo estranho.
Erik ficou em pé na entrada do quarto, olhando para a jovem que estava distante com um olhar vazio.
- Posso entrar? Erik bateu na porta, tirando a jovem do transe
Cecile só suspirou e deu de ombros. Era tão patética em confiar num completo estranho.
- Não sei o que te fiz... mas peço seu perdão... eu ... Erik se aproximou da jovem, mas Cecile apenas levantou a mão e pediu silêncio.
- Além de querer me sufocar... você não me fez nada. Eu só estou tentando manter minha sanidade mental. Apenas isso.
Erik sabia que Cecile era uma jovem muito forte e tentava resistir a qualquer custo mostrar emoções na frente das pessoas, mas aquele momento ela estava se segurando para não chorar.
O homem sentou na cama e observava Cecile com os olhos marejados, estava com as mãos tremendo, ela parecia lembrar de algo muito doloroso.
- Sabe... com 15 anos, minha mãe e eu sofremos um acidente. Eu a vi queimando, os gritos dela ainda me assombram... ela me salvou, se não fosse por ela... eu estaria morta. Olhe para mim, estou quase inteira, não é? Depois sem nenhum motivo aparente meu pai me deixa, e agora estou na cama com um psicopata! Cecile gritava e enxugava as lágrimas.
- Eu... sinto muito por isso. Eu ... Erik se sentou na cama.
- Você só fala isso. Que "sinto muito", eu... Eu... Erik, me traga um balde!! Rápido. Cecile parou e sentiu uma ânsia terrível.
O homem se assustou e correu atrás de um balde, chegando a tempo para ver a jovem vomitar.
- Sou patética!! Cecile despencou o seu corpo na cama, sem se preocupar com nada.
- Você ... se sujou... Erik viu que suas mãos e camisola estavam sujas.
- É? Talvez você queira dormir longe de mim hoje. Estou nojenta, não é? Parabéns Cecile, você não perde nenhuma chance de passar vergonha. Palmas, palmas para você! Cecile sussurrou.

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Me liberte
RastgeleCecile é uma jovem determinada, e sempre lutou para conseguir sua tão sonhada liberdade. Com a morte de seu pai, e um estranho contrato para a decisão da herança. A jovem parte em busca de uma alternativa para continuar trabalhando e não depender d...