Me liberte

70.

Londres...

Persa, Reymond e Erik partiram para uma longa viagem até Amsterdã. Com o que Erik tinha descoberto sobre o navio e a residência de campo que um dos contatos de Rauol emprestará tinha praticamente tudo certo para acabar de uma vez por todas com aquela insanidade.

Leslie e Hugh foram mandados para casa, tinham passado por muitas coisas nas mãos de Raoul e o advogado estava mais convencido de que aquele visconde deveria pagar caro por tudo que fizera.
Leslie estava com a gravidez controlada, pedia para que sua amiga voltasse logo e em segurança, sabia que Erik tinha enlouquecido atrás de pistas e pode ouvir de alguns policiais que o esquema dos leilões de pessoas foi descoberto e todos tinham ido para a cadeia.

- Sabe amor, tivemos muita sorte. Não iria suportar te perder. Leslie ajudou o marido a se sentar no quarto.

Hugh suspirou, sua visão de apenas um olho era uma novidade que ele iria se acostumar a ter. As coisas estavam difíceis e sua visão o enganava às vezes, sua esposa estava sendo tão gentil ao ajudá-lo. Mesmo que grávida, Leslie era uma perfeita enfermeira.

- Idem, minha flor. Estamos todos bem. Resta agora que Erik encontre Cecile, penso que aquele visconde não irá machucar nossa amiga, mas... Não sei o que ele pretende fazer... E isso me dá muito medo. Hugh pousou suas mãos sobre a mesa, enquanto apalpava alguns papéis.

Leslie se aproximou e pegou os papéis, aquele seu marido teimoso, mal tinha saído do hospital e já estava querendo saber de serviço.

- Me deixe ajudar. Aqui, temos três cartas. Uma sobre o caso do empresário de confecção que não pagou os funcionários. Outro pedido de investigação sobre a separação do conde e a condessa e um outro requerimento, vejamos.... Oh, eles estão te parabenizando, você ganhou outro caso na Alemanha. Parabéns, querido. Leslie se sentou no colo do homem que a admirava, tinha sorte de ter Leslie, aquela jovem tão cabeça dura que o infernizou durante a infância e juventude, tinha a garra de uma lutadora, sempre presente em sua vida.

- Muito obrigado, minha bela esposa. Creio que serei mimado por você nesses dias, eu agradeço. Hugh passou os dedos no rosto da jovem que sorria.

- Serei sua enfermeira, secretária e o melhor ... Sua esposa e mãe de seu filho. Leslie contou com dedos tudo que falava e depois que terminou, o beijou.

- Você é perfeita em tudo que faz, você poderia responder as cartas? Creio que ninguém está sabendo sobre... Minha atual situação. Hugh estava um pouco desconfortável ao perceber que a visão boa ainda estava se adaptando a se situar nos ambientes.

- Irei respondê-los, apenas dite o que escreverei. Depois, você precisará descansar ao meu lado. Nosso filho está jogando futebol em minha barriga. Leslie ri e pega na mão do marido o conduzindo até a cama.

Leslie realizou todo o trabalho sentada ao lado de Hugh, respondeu as cartas e deixou para seus empregados a função de atender a todos que estavam preocupados por eles. O casal não queria lidar com as pessoas por enquanto e se aconchegaram no quarto, descansando.

7 dia ao mar...

Cecile pode evitar ser visitada por Raoul no dia anterior. Tinha fingido que estava num sono profundo e o homem simplesmente se deitou ao seu lado e dormiu.
Mas, agora ao anoitecer do dia seguinte, Cecile não tinha como dar aquela mesma desculpa, deveria se preparar e não demostrar que estava apavorada. Todas as noites ela tinha aquele mesmo sonho, aquele misterioso homem a visitava em seu sonho, era tão gentil e sua voz calorosa.
Nada se comparado a Rauol, que poderia a tratar bem, mas não tinha aquele olhar gentil e puro para com ela, Rauol se dizia seu marido, mas porque ela se sentia atraída por outro homem?