"Francamente, esse homem é um idiota ... como ele ousa me tocar daquele jeito ..." Cecile saiu irritada do escritório e se acalmar.
Deixando o homem com o alfaiate naquela tarde, resolveu resolver suas coisas pois faltava apenas um dia para que o padre viesse em sua casa, e a partir daí seria legalmente casada.
- Por favor... eu gostei deste vestido. Posso experimentar? A jovem estava no centro, buscava por um vestido novo.
- Oh, que bela escolha. Esse vestido é realmente muito bonito e bem... Branco, hum? A senhorita irá se casar? A vendedora, uma mulher com os cabelos da cor de fogo, sorriu para a jovem.
- Não... creio que branco não se usa apenas para casamentos. Se você me der licença. Cecile pegou o vestido e se trancou no provador.
" Francamente, ter que dar satisfação a qualquer um" a jovem estava ajeitando o decote do vestido, e se olhou no espelho.
O vestido era justo na cintura, a saia caia levemente com a organza branca e diversos bordados em cristais.
" Hum... Não é feio, é serve" a jovem ficou olhando seu reflexo, já tinha 23 anos, idade que para muitos seria tardia para casamento, mas ela pode contornar aquilo, até que seu pai partiu, deixando aquela cláusula insana no testamento.
- Oh, que bela escolha senhorita. Volte sempre!! A vendedora alegre ao ver que tinha vendido o vestido mais caro da boutique não cansou de elogiar Cecile.
Já em casa, a jovem percebeu que os empregados estavam aflitos, algo estava acontecendo aí.
- O que houve... O que? São essas caras? A jovem olhou para a empregada que tremia.
- Senhorita... estamos com medo, faz mais de uma hora que o alfaiate chegou, e ... nós não ouvimos nada no quarto.
- Terei que servir o chá? Já que minhas imprestáveis empregadas estão com medo de ... Não sei ... O que vocês estão com medo, por Deus. Deixa que eu levo. Cecile pegou a bandeja da mão da mulher e foi para o quarto onde Erik estava.
Abrindo a porta, deu de cara com o alfaiate medindo o homem. Ambos estavam distraídos e conversando sem parar.
- Oh... minha noiva. Agradeço o chá, mon cher. Erik sorriu para a jovem.
" O que... Diabos é isso? Ele quer morrer? Parece que é dono de tudo já" a jovem fez uma careta ao deixar a bandeja na mesa.
Por outro lado, Erik estava se divertindo ao ver a reação da mulher, era preciso atuar e era o que ele estava fazendo naquele momento.
- Oh, senhor Destler. A senhorita Cecile é uma joia rara, cuide muito bem dela. E por favor venha para minha loja, adorei nosso papo, o senhor é realmente muito inteligente, podemos continuar falando sobre Aída num outro momento.
- Meu amigo, claro que irei voltar a nosso caloroso assunto. E sim, irei cuidar muito bem de minha noiva, Cecile é realmente uma joia.
O alfaiate já tinha acabado de fazer seu serviço e partiu.
- O que foi tudo aquilo? Cecile esperou o homem se despedir, para entender aquela atuação.
- O que? Eu só tentei ser o mais educado possível, ser um noivo culto e que não é um selvagem como você acha que eu sou. Não gostou?
- Sim. É o que percebi. Então, amanhã espero que o seu traje para nosso casamento esteja pronto. Não admito que você me envergonhe. Cecile se sentou no divã da sala, estava pálida.
Erik olhou a jovem, ela estava como sempre petulante, mas seu rosto estava ficando cada vez mais branco.
- Está tudo bem? O homem aproximou e percebeu que a jovem não estava bem.
- Sim. Essa maldita perna, devo ter me distraído e não prendido corretamente depois que sai da boutique. A jovem sem pudor algum, puxou a saia do vestido.
- O que foi? Você já viu isso, por Deus não vai ficar se fazendo de bom moço, não agora. Cecile olhou o desconforto do homem.
" Essa garota não sabe com quem está brincando, fazendo essas coisas" o homem pensou, ao ver as pernas da jovem.
- Sim. Não irei ser nem um pouco bom moço ... agora deixe-me arrumar isso para você. Erik se aproximou ergueu a jovem para o seu ombro.
- O que!!?? Você está fazendo, me solta, seu idiota!! Cecile se espantou com aquilo, e começou a bater nas costas do homem.
- Só me faz cócegas essa sua tentativa de escapar. Por favor, se comporte.
Cecile foi levada até seu quarto, o homem a colocou na cama, e rapidamente tirou sua prótese e a consertou.
- Certo... certo... aqui, estava frouxo um dos fechos. Prontinho, mon cher.
- Não me chame assim. É tão brega.
- De nada ... eu sempre estarei disposto a ajudar.
- Não finja demência. Você me ouviu.
- Sim, não irei te chamar mais disso, apenas em frente as pessoas. Sabe... elas adoram ver casais fazendo essas coisas. Vai ser bom para o que tentamos ter aqui. Um relacionamento falso?
- Peça para a empregada me trazer algo. Vá! Oh, merda... me esqueci. A jovem bateu na cabeça.
- Que boca mais suja. Mas o que houve?
- Dispensei a todos por hoje, e do jeito que estavam aterrorizados por você estar com o alfaiate por tanto tempo, correram para longe.
- Oh... isso. Não se preocupe, eu te faço algo, descanse. Erik saiu do quarto.
O homem queria saber a razão dele estar concordando com tudo aquilo. Depois de dois anos preso naquela maldita jaula, o que ele mais queria era ser livre, e voltar para Paris.
" Agora estou aqui, fazendo comida para uma jovem teimosa e com um comportamento questionável"
- Aqui. Espero que goste de Vichyssoise. O homem retornou com uma bandeja fumegante de sopa.
- Até nessas situações, você quer ser polido. Isso é uma sopa de batatas. A jovem sentiu aquele aroma, não estava ruim.
- E alho poro, não só batatas. Aqui, terei que te alimentar também? O homem pegou a colher e ofereceu para a jovem.
- Você realmente não sabe com quem está lidando, me dá logo essa colher! Cecile tirou a colher da mão do homem.
Erik tentou esconder o riso, mas não conseguiu. Cecile era tão impulsiva e petulante.
- Olha quem fala.... Você não tem medo de mim, não é?
- Desde quando tenho medo?
- Não foi tão corajosa quando quis te estrangular. Posso fazer de novo... se quiser. Erik se aproximou da jovem, que soltou a colher da mão e o fitou.
Erik olhou os olhos azuis da jovem, estavam apavorados, Cecile estava com medo?
- Viu.... Você tem medo. Todos têm medo de mim... mesmo trajando a melhor seda da Europa, não escapo de ser temido, não é?
- Você me irrita. Me deixe comer, estou morrendo de fome. Cecile bufou, ele estava caçoando dela?
- Olha os modos, uma dama nunca se porta assim. Erik se sentou numa poltrona e observou a jovem comer.
" Isso é divertido... Até posso esquecer Paris e Christine" o homem agora estava perdido nos pensamentos.

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Me liberte
عشوائيCecile é uma jovem determinada, e sempre lutou para conseguir sua tão sonhada liberdade. Com a morte de seu pai, e um estranho contrato para a decisão da herança. A jovem parte em busca de uma alternativa para continuar trabalhando e não depender d...