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Erik e Cecile estavam dormindo tranquilamente naquela noite o baile tinha sido um sucesso e o casal tinha se confessado, poderia de certa forma aquele casamento por contrato dar certo.

Na madrugada, entretanto, ouve-se uma movimentação. Gritos desesperados estavam sendo ouvidos de fora da casa, os empregados da casa tinham sido acordados e tentavam entender o que aqueles homens estavam gritando.

Cecile despertou logo depois de Erik, que estava pela janela observando aquela confusão. A jovem correu para ver o que era e reconheceu seus funcionários da fábrica. Se vestindo, rapidamente correu até onde eles estavam.

- O que houve? Que confusão é essa? Cecile se agita ao ver os homens chorando.

Erik a seguiu e tentou saber o que seria aquilo, de certa forma algo muito ruim tinha acontecido.

Um dos homens correu de encontro a Cecile e começou a chorar.

- A fábrica, senhora Belford ... está sendo destruída ... as pessoas lá dentro ... O homem gaguejava e chorava.

- O que ?? destruída?? Erik, vamos .... venha senhor! Vamos ver o que está acontecendo! Vocês, chamem a polícia e tentem acalmar os outros. Cecile corre para o carro e manda seus empregados cuidarem daquilo.

Erik queria dirigir, mas Cecile foi firme. Dirigindo até a área industrial, avistou uma enorme nuvem de fumaça vindo de sua empresa.

- Meu Deus! O que está acontecendo aqui!? A jovem parou o carro e saiu desesperada até a entrada dos portões da empresa.

As pessoas estavam caídas no chão, outras saiam com dificuldade da entrada. Cecile não estava entendo, tudo estava em ordem na fábrica, as saídas de emergências deveriam resolver qualquer problema.

- Senhora ... eu fui o primeiro a sair quando percebi a fumaça, corri até sua casa e os outros homens também, pedimos ajuda ao corpo de bombeiros, mas eles estavam em outra ação. Não sabemos o que houve aqui, mas as saídas de emergências estavam todas trancadas, os que sobreviveram nos contaram sobre isso ... e muitos outros estão lá dentro ... Deus, isso é uma tragedia. O homem tentava não chorar, mas tudo aquilo era demais para ele.

Cecile correu até a entrada da empresa, o fogo estava destruindo tudo ... A jovem não sabia o que fazer, mas algo a fez correr para dentro da empresa, Erik por um momento de distração não viu que Cecile tinha entrado e correu para procurá-la.

Os gritos estavam trazendo para Cecile memorias tão dolorosas, voltar ao momento que via sua mãe sendo consumida pelas chamas a desesperou, porém não pode fugir naquele momento sem tentar resgatar aquelas pessoas, eram pais de família, sua empresa dava seu sustento e eles eram gratos à ela.

Não queria ver nada daquilo, mas não queria também, deixá-los morrer ... correndo para a parte do maquinário, as chamas eram mais intensas. Cecile puxou um homem que estava desacordado e arrastou até a parte da entrada. Algumas explosões foram ouvidas na parte da caldeiraria e Cecile se apressou para deixar o homem num lugar mais seguro.

Erik entrou na fábrica, aquilo não poderia estar acontecendo, Cecile era uma teimosa, uma inconsequente!

- Cecile, onde está você!!! Por favor, não faça nenhuma besteira! O homem gritava enquanto tentava passar pela tensa fumaça que formava dentro do local.

Cecile percebeu que toda a fábrica estava em chamas, não poderia mais voltar para onde estavam as pessoas que estavam lutando para atravessar as labaredas altas que consumia toda a parte central da empresa.

"O que irei fazer agora ..." Cecile se abaixou e abraçou as pernas. Lembrava dos gritos de sua mãe e a imagem dela gritando, tudo estava voltando para ela.

Erik passou por alguns equipamentos que caiam ao chão e mais para frente viu Cecile, a jovem estava no chão encostada numa parede e com as mãos na cabeça.

Correndo até lá, Erik a pegou nos braços, estava querendo a advertir, queria brigar com ela, fazê-la entender que seus atos eram tão inconsequentes.

- Todos vão morrer aqui ... isso não é algo bom ... por que não posso salvá-los? Cecile sussurrou com dificuldade.

O homem a trouxe para mais perto, e com cuidado voltou para sair da fábrica, logo tudo iria cair em suas cabeças, ao longe Erik ouviu as sirenes dos bombeiros.

O teto da fábrica desabou, deixando um rastro de detritos onde estava a entrada da fábrica, Erik rapidamente se colocou em outro caminho, as janelas começaram a explodir, e logo tudo estava sendo lançado em sua direção.

Cecile estremeceu, por que as coisas mudavam tanto de uma hora a outra? Como aquilo estava acontecendo?

O homem subiu para a parte de escritórios, ainda com Cecile no braço percebeu que uma das janelas estava quebradas, e observou que a queda não seria fatal.

- Erik ... não! Você não vai fazer isso! Cecile agarrou em seu pescoço, não iria permitir que ele se arriscasse por ela.

- Mon chéri, você sempre me disse que eu teria que te proteger, não se preocupe, não iremos morrer. Erik tentou esboçar um sorriso e preparou para pular.

- Você não pode me escutar ... eu literalmente não ... eu não quero ... Cecile não pode completar a frase, estava caindo daquela altura.

Erik pressionou o corpo dela para cima para que ela caísse em cima dele e assim pode salvá-la.

Cecile ainda estava com os olhos fechados, abraçada em Erik aa jovem gritou ao vê-lo desacordado.

- Não ... Erik ... por favor ... não me deixe! Não me deixe! A jovem dava leves batidas em seu peito.

Agora com os bombeiros no local, as chamas começaram a ser extintas. Muitas pessoas podem ser resgatadas, Cecile ainda estava confusa, mas ao ver que os médicos levaram Erik até a um canto que estava sendo usado para tratar os feridos pode se tranquilizar.

Ao longe observando tudo aquilo, um dos capangas tinha ficado para falar sobre a situação para Raoul, que ficou descontente ao saber que muitos saíram com vida. Surpreendido por Cecile entrar no incêndio, o visconde estava cada vez mais curioso para conhece-la, e ainda mais excitado para tê-la para ele. 

Me liberteOnde histórias criam vida. Descubra agora