Capítulo 14

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Eu: Devo temer esse seu mundo? 

Ela começa a rir. 

Maitê: O que você anda pensando sobre mim? 

Vamos andando de mãos dadas pela rua escura. 

Eu: Você é um tanto safada. 

Ela para de andar e olha para mim assustada.

Maitê: Você achou que eu era prostituta? 

Eu: Não... 

Digo nervoso com medo dela abandonar esse bom humor todo. 

Eu: Acho que você frequenta algum clube e talvez seja submissa dele. 

Os olhos estão tão conectados aos meus que assusta-me a possibilidade dela poder ver meus sentimentos agora.

Maitê: Eu nunca fui submissa. Nunca pratiquei nenhum ato de submissão. 

O meu corpo relaxa e a Maitê aproxima-se colando o seu corpo ao meu. 

Maitê: Eu só queria fazer se fosse com você. 

A sua voz é baixa e sexy.

Maitê: Eu desejei isso apenas com uma pessoa. 

A sensação que tenho agora é de que toda a merda desses últimos dias desapareceu. 

Maitê: Agora vem. Não quero perder as coisas boas. 

No final da rua à direita, vejo algumas barracas e alguns homens iluminados por lamparinas. É parecido com essas feiras de rua que acontecem durante o dia.

Maitê: Eu sempre fui curiosa, Sr. Levy. 

Maitê fala levando-me até essas barracas.

Maitê: Sempre quis conhecer as coisas, provar e saber como é. 

Eu: Isso explica essa sua loucura em querer conhecer o meu mundo.

Ela ri alto e diz que sim e que gosta de conhecer e que por isso se identifica tanto com a sua área de trabalho. Antes de chegar nas barracas ela para e olha para mim. Maitê diz que para se poder ser um bom chef, nós temos que provar de tudo e conhecer os sabores para poder unir ingredientes e fazer daquilo um orgasmo na boca do seu cliente.

Eu: Belas palavras. 

Ela morde os lábios e isso faz-me suspirar.

Maitê: Não posso viajar pelo mundo e conhecer os sabores dele. Então busco conhecer os sabores do mundo nos poucos lugares que eles aparecem. 

Aponta para as barracas. 

Maitê: Isso é uma feira clandestina. 

Olho as pessoas à volta andando por entre as barracas. 

Maitê: Normalmente um chef de cozinha passa o dia no restaurante e somente as noites são para fazer alguma coisa. E aqui é onde a maioria vem para buscar uma especiaria nova, uma carne rara ou uma fruta exótica. 

Começamos a andar novamente e entramos na feira. 

Maitê: Aqui você encontra de tudo, e caso não encontre, basta pedir ao Sr. Rodrigues que ele acha. 

Ela aponta para um senhor que sorri para ela e nós andamos até ele.

Sr. Rodrigues: Como vai olhos de Deus... 

Maitê sorri tímida. 

Maitê: Bem e o senhor!?!? 

Sr. Rodrigues: Bem também. 

SubmissaOnde histórias criam vida. Descubra agora