Capítulo 20 Parte VI

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Pego o meu telemóvel e mando mensagem para a Maitê.

De: Velhinho Para: Demónia 

Estou indo para Acapulco. 

Fecho a minha pasta e recebo a sua resposta. 

De: Demónia Para: Velhinho 

Por favor, não! Eu realmente preciso dedicar-me à minha mãe e você aqui seria uma distração. Preciso de um momento para mim... para ela... 

A sua resposta faz o meu mundo desabar. Maitê está me dispensando!??!?! Ela está querendo distância de mim?!?!? Sinto-me sem ar e um aperto surge no meu peito. Que merda eu fiz!!!! Não devia ter descontado nela a raiva que estava do Paulo. Ela não tem culpa de que ele se aproveitou de um momento frágil dela. Com os dedos trémulos, escrevo a minha resposta. 

De: Velhinho Para: Demónia 

Desculpe-me se eu fui um estúpido. Eu realmente quero estar aí cuidando de você. 

Encaro o meu telemóvel e minutos se passam e nada de sua resposta. Poderia pegar o carro e ir mesmo assim, mas não quero que ela me odeie mais do que agora. O que me intriga é como Paulo ficou sabendo de Lúcia. Será que Maitê o avisou? Balanço a minha cabeça afastando essa ideia. Perroni deve ter avisado. Por que ele não me avisou também? Verifico o meu telemóvel e nada dele sobre isso. Percebo que tenho mensagens e e-mails de várias mulheres da minha antiga vida. Apago tudo sem olhar. Perroni confia em Paulo. Eles realmente são próximos e ele aceitaria sem problemas que Maitê se envolvesse com o seu amigo. Diferente do meu caso. Perroni sabe de todos os meus podres e nunca deixaria a sua filha ser minha. Não será nada fácil a aceitação dele quanto aos meus sentimentos por Maitê. Ele nunca me aceitará na vida dela. E talvez nem ela mais me aceitara depois de hoje. Merda!!! A resposta de Maitê aparece no meu telemóvel e eu abro imediatamente. 

De: Demónia Para: Velhinho 

Realmente preciso de um tempo. Nesse momento eu só quero ver a minha mãe e cuidar dela. Tente entender. Assim que eu estiver mais calma eu te ligo. 

Coloco o meu telemóvel sobre a mesa. Ela não me quer por perto e isso dói para caralho. Não vou para Acapulco com ela assim. Maitê quer ficar com a mãe e afastar-se, vou respeitar isso. Recolho as minhas coisas e saio da sala. Vejo Andrea indo para o elevador e sigo atrás dela.

Eu: Toma... 

Entrego-lhe a chave do carro. 

Eu: Não vou mais precisar.

Andrea: Tem certeza? 

Eu: Sim... 

Digo num longo suspiro. O silêncio no elevador é irritante. Andrea não olha para mim e eu tento parecer firme, mesmo tudo dentro de mim se desmoronando. As portas se abrem e eu dou espaço para ela passar. Ela para na minha frente e olha para mim. 

Andrea: O amor não é fácil, senhor. 

Olha-me com carinho. 

Andrea: É nítido que está apaixonado e o quanto isso mexe com o senhor. 

Dou um sorriso sem graça.

Andrea: Está mais feliz e é encantador vê-lo atrás da sua garota. 

Ela se inclina. 

Andrea: Mesmo essa garota sendo a filha do Perroni. 

Ai caramba!! Será que todos sabem do nosso envolvimento? Coloca a mão no meu ombro. 

Andrea: Mas às vezes o melhor é deixar as coisas acalmarem. Tudo se resolve com o silêncio. 

Eu: Tenho medo de perde-la. 

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