Capítulo 19 Parte V

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Narração William

Maitê não diz nada. Parece estar em choque ou em algum transe. Ando até ela e seguro o seu cotovelo. 

Eu: Diga o que precisa. 

Sussurro no seu ouvido e ela solta a lista do que precisa no automático. 

Oliver: Jean... providencie tudo isso. 

Oliver grita e logo um jovem magro aparece. 

Oliver: Ficará com esta jovem enquanto ela estiver nesta cozinha. 

Maitê vira-se para mim, o seu corpo vem na minha direção e quando acho que vai dizer alguma coisa, ela beija-me. Beija-me com tanto desejo que me faz ficar duro rapidamente.

Eu: É melhor parar... 

Sussurro ofegante. 

Maitê: Tem muita gente olhando? 

Vejo ela de olhos fechados.

Eu: Não sei. 

Maitê abre os olhos e encara-me. Não fujo mais desse olhar. Nem que eu quisesse conseguiria fugir. Não depois de finalmente ver a minha alma através deles. Mas o que me chama a atenção agora é a forma como ela olha para mim. É como se ela quisesse dizer-me tantas coisas e assim como eu não conseguisse. 

Maitê: É melhor ir cozinhar. 

Roça os lábios nos meus. 

Maitê: Já volto. 

Ela lança-me um sorriso que me faz suspirar. 

Eu: Não saio daqui sem você. 

Beijo a sua testa. 

Eu: Agora faça o que sabe fazer de melhor. 

Ela ergue uma sobrancelha. 

Maitê: Cozinhar é o que faço de melhor? 

Ela está mais leve e isso traz a minha demónia de novo.

Eu: Está empatado com outra coisa que faz deliciosamente bem. 

Maitê: Se tiver sorte terá o melhor de mim de novo. 

Ela beija-me e anda até ao tal Jean. Encosto-me na parede e observo ela fazer o seu coque sexy e colocar um avental.

Pierre: O senhor quer esperar na sua mesa ou em algum lugar melhor?

Olho para Pierre.

Eu: Não...

Suspiro vendo ela começar a picar as coisas.

Eu: Gosto de vê-la cozinhando. 

Pierre: O senhor gosta dela. 

Olho para ele. 

Pierre: Vocês não são somente amigos. 

Agora ele observa a Maitê. 

Eu: Somos duas pessoas tentando entender o que somos.

Pierre: Para mim, vocês se amam.

 Volta a me olhar.

Pierre: É nítido. 

Ergue os ombros como se fosse a coisa mais natural do mundo dizer isso. 

Quase uma hora depois, Maitê limpa o prato onde colocou a sua sopa e coloca num pequeno espaço sobre o balcão. Oliver aproxima-se dela que lhe entrega uma colher. Posso ver que ela está nervosa. Poderia me aproximar, mas acho que esse é um momento dela. Oliver mexe na sopa e pega uma colherada. Coloca perto do nariz e sente o cheiro. Sorri e sei bem o que ele deve ter sentido. Sinto-me assim também com o cheiro da comida dela. Leva a sopa à boca e fecha os olhos, enquanto sente os sabores. Os olhos da Maitê não desviam do rosto dele, esperando uma reação. Então Oliver abre os olhos e encara Maitê sem qualquer expressão definida. Caminho até eles com medo dele dizer algo ruim a ela. Paro ao lado da Maitê e ele olha para mim. 

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