Capítulo 22

215 15 4
                                    

O caminho de volta para o México foi tranquilo, já a minha noite foi o oposto. Tive pesadelos constantes com a Maitê indo embora e deixando-me. Ela fugia de mim para Paris e nem a minha tentativa de ficar com ela no nosso apartamento que comprei, fez ela querer-me. Paris me tomava ela constantemente em sonhos. Agora estou na empresa, cansado, irritado e puto. Ainda não achei Paulo desde que eu voltei. Batem na minha porta e assim que eu levanto a cabeça o infeliz aparece. 

Paulo: Sr. Levy...

Eu: Está fora... 

Digo firme e volto a encarar o contrato à minha frente. 

Paulo: Como?

Eu: Está demitido. Fora. Converse com os Recursos Humanos para receber os dias que ficou comigo. Já estou procurando outro segurança para substituir o Perroni. 

Paulo: Você não pode fazer isso. 

Olho para ele. 

Eu: Não só posso, como já fiz. Desaparece da minha frente. 

Paulo: Você é um filho da puta que se acha o dono do mundo. 

Eu: Sou um filho da puta dono desta empresa que paga a porra do seu ordenado. E... Não quero mais bancar estúpidos como você. 

Paulo: Maitê só está com você pelo dinheiro. 

Respiro fundo para conter a minha raiva. 

Paulo: Se eu tivesse o seu dinheiro, também realizaria os sonhos dela de conhecer o mundo. Como fez em Paris. 

Levanto-me da cadeira muito puto.

Eu: Sai da minha frente. 

Paulo: Ela me amaria muito se eu tivesse o seu dinheiro.

Eu: Sai da porra da minha frente. 

Quando menos percebo estou na frente dele com a respiração acelerada. 

Paulo: Maitê não é mulher para você. 

Dou um soco no seu rosto e ele tropeça para trás. Empurro ele para fora da minha sala e Andrea olha-me assustada. 

Eu: Manda recolher esse lixo. 

Digo voltando para a sala e bato com a porta. Que se foda se ele vai contar ao Perroni. Ele me faria um favor. Volto para a minha mesa e percebo que tem uma mensagem da Maitê. 

De: Demónia abandonada. Para: Velhinho "não aposentado" 

Cheguei e sinto-me extremamente sozinha neste apartamento vazio. Vem logo para casa. 

Desligo o meu computador e em seguida pego nas minhas coisas enfiando tudo no bolso das calças. Saio da minha sala e vejo o Paulo sentado numa cadeira e Andrea segurando um pano com gelo. Ignoro ele e olho para Andrea. 

Eu: Estou indo para casa. 

Ela olha-me perdida. Sim... São 14 horas e eu estou indo para casa. 

Eu: Cancele tudo. Volto só amanhã. 

Viro-me e vou embora. Assim que entro na garagem do Escala, a saudade rasga o meu peito. Um dia... Um dia sem a ver e já me sinto assim. Como vai ser se ela for para Paris? 

Entro no elevador do meu prédio e a subida é uma agonia de tão lenta. O elevador para e eu salto para fora. Ando até à porta do apartamento e a abro. Sinto o cheiro bom da comida dela. Fecho a porta e tiro as minhas coisas dos bolsos e jogo na mesinha. Vou acelerado para a cozinha e paro na porta vendo Maitê de coque ao telefone. As panelas no fogo e ela empolgada falando com alguém. Ela vira-se e olha-me. O seu sorriso é tão grande que me faz sorrir também. 

SubmissaOnde histórias criam vida. Descubra agora