Capítulo 17 Parte IV

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Olho para o meu relógio e noto que já são 22 horas. Maitê sairá do restaurante daqui a duas horas e eu pretendo jantar antes de voltar com ela. Pego as minhas chaves na mesinha e também a minha carteira. Sinto alguém atrás de mim e respiro fundo.

Eu: Vou sair sozinho.

Falo para o Paulo sem olhar para ele.

Paulo: O Perroni pediu-me para acompanha-lo em tudo.

Eu: Quem te da ordens?

Paulo: Perroni... 

Eu: E quem é que dá as ordens a Perroni?

Paulo: O senhor... 

Eu abro um sorriso ao vê-lo ficar puto. 

Eu: Estou mandando ficar. 

Abro a porta de casa, muito, muito feliz com isso. Foi quase um orgasmo. Paro o carro em frente ao restaurante. Saio do carro e entro no restaurante. Ele não está cheio. Apenas alguns casais e um grupo de amigos. Assim que Leonardo me vê sorri. 

Leonardo: Sr. Levy. 

Eu: Chame-me de William. 

Leonardo: William... 

Olha em volta. 

Leonardo: Mesa pra um?

Eu: Sim... 

Ele vai andando na frente e eu sigo-o. Para em uma mesa perto da janela.

Leonardo: Essa está boa? 

Eu: Sim... 

Leonardo: A Maitê sabe que está aqui hoje?

Eu: Não... e não quero que saiba. 

Ele olha-me um pouco interrogativo. 

Leonardo: Vou pegar o cardápio. 

Eu: Não precisa. 

Leonardo: Não vai querer nada? 

Eu: Vou... Diga-lhe que o cliente quer que ela o surpreenda. 

Leonardo: Quer que ela escolha a sua comida? 

Eu: Sim... 

Leonardo: Ela vai querer saber quem é o cliente. 

Eu: Diga-lhe que é um velhinho esfomeado.

Ele ri, mas não faz ideia o que isso significa. 

Leonardo: E para beber? 

Eu: Ela escolhe também. De acordo com o que fizer. 

Leonardo: Certo. Vou falar com ela. 

Ele afasta-se e eu observo o movimento na janela. Leonardo aparece com um empregado do lado. O empregado serve-me um belo prato. 

Leonardo: Cordeiro com molho de hortelã e uma polenta com queijo. 

A minha boca saliva. Aspiro o cheiro da comida. Estou viciado na comida dela. Ele serve-me uma uma cerveja preta. 

Leonardo: Maitê disse para provar essa cerveja rara. 

Olho para ele sem entender. 

Leonardo: Assim que eu disse que era um velho esfomeado, ela logo soube que era você.

Começo a rir. 

Leonardo: Essa cerveja não temos aqui no restaurante. Ela tinha com ela e pediu para provar.

Eu: Certo. 

Leonardo e o empregado afastam-se e eu começo a jantar. A sensação que tenho a cada garfada é maravilhosa. Isso está muito bom. A cerveja ao dar o primeiro gole tem um gosto adocicado que logo some dando espaço a um gosto amargo no fim. É muito boa. 

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