Capítulo 23 Parte III

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Narração William

A minha cabeça só consegue pensar que é alucinação. Um sonho talvez. As minhas pernas movem-se rápido. Quero toca-la. Quero sentir que ela realmente está aqui. Maitê olha para mim assustada e assim que as minhas mãos tocam o seu rosto o meu coração acelera. É ela...Puxo ela para mim e a beijo. Minha Maitê... Senti falta dos seus lábios quentes. Senti falta do seu doce cheiro. Os meus lábios buscam os dela cheios de saudade. Sinto as suas mãos no meu peito e assusto-me quando ela me empurra. Ela olha para mim com dor. 

Maitê: Para... 

O meu corpo treme de medo que ela se vá. 

Maitê: Eu não quero... Não quero... 

Limpa o rosto. 

Maitê: Não me toque... 

Ela não me quer. Ela não quer o monstro que a feriu. Mas eu a quero mais que tudo. Mesmo sendo o filho da puta que a magoou. 

Eu: Eu... 

As lágrimas caem do meu rosto e ela olha-me assustada. Ando até ela que não recua, mas se encolhe. Medo, pânico e desespero se misturam dentro de mim e eu caio de joelhos na frente dela.

Eu: Perdoa-me. 

Peço, imploro de todo o coração. 

Eu: Eu não queria te magoar. 

As lágrimas que segurei nesses vinte e dois dias de merda resolvem sair todas de uma vez. 

Eu: Não me deixe de novo. 

Ergo os meus olhos e vejo ela perdida olhando-me. 

Eu: Amo você, Maitê. 

Ela volta a chorar intensamente. 

Eu: Entrei naquela merda daquele quarto com medo de te perder. Medo de você ir para Paris e não me querer. Medo da saudade... Medo de não poder te amar como eu queria. 

Abaixo a minha cabeça, evitando olhar os seus olhos. 

Eu: Desculpa-me. Eu não te queria magoar, mas quando eu percebi que estava te sufocando já era tarde demais. 

A imagem dela novamente me atormenta. 

Eu: Eu não posso viver mais um dia longe de você. 

Limpo o meu rosto e ergo a minha cabeça. 

Eu: Faz 22 dias que eu estou vivendo no céu e é horrível. Leva-me de volta para o inferno com você demónia. 

Mesmo chorando ela ri.

Maitê: Eu achei que não era importante para você. Que nada do que vivemos tivesse te marcado como me marcou. 

Ela ajoelha-se na minha frente e olha para mim. 

Maitê: Achei que eu fosse só mais uma... 

Seguro o seu rosto entre as minhas mãos. 

Eu: Você não é mais uma. Você é a única. 

O meu dedo percorre os seus lábios macios e molhados das lágrimas. 

Eu: A única mulher que amei na vida. 

Aproximo-me da sua boca. 

Eu: A única mulher que eu quero amar para o resto da vida. 

Puxo ela para a minha boca. O nosso beijo é calmo e cheio de amor. 

As suas mãos seguram a minha camisa. 

Eu: Não me deixe, nunca mais. 

Solto os seus lábios e nos olhamos. 

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