06- Eu digo que confio em você e é isso que eu recebo.

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Realmente não estava entendendo sobre o que eles estavam falando e olhando com dó, pq para mim foi apenas Niragi que viu aquela cena, então pq eles estavam falando de me vingar?
Chego perto da uma garota e toco o pulso dela.
- Sobre que vocês estão falando de mim exatamente? - meu coração estava disparado.
- Ah - ela começa a ficar nervosa - ficamos sabendo sobre o que aquele homem tentou fazer com e... e nós sentimos muito, sabemos que você é forte e vai... - interrompo ela.
- Fez o que?
- Sabe ... tocar lá - ela fica com mais cara de dó para mim.
A única pessoa que sabia era ele. Pq ele fez isso comigo? Eu confiei nele e ele contou tudo. Me sinto traída de todas as formas.
- Quem contou? - pergunto quase chorando.
- Não sei, vi uns praianos comentando sobre isso ainda mais que você não apareceu aqui nos últimos dois dias, mas não sei a fonte. - ela segura minha mão, meu coração parecia ter parado e partido ao meio, eu queria gritar, chorar de tanta raiva. Solto minha mão da garota e vou até o porão.
Eu estava brava e triste, pelo o Niragi ter contato algo que pedi para manter entre nós e por aquele filha de uma puta tentar fazer aquilo comigo. Já no porão pego a chave de onde que ele estava e uma faca. Eu estou com problema com os dois, ele eu vou resolver agora e Niragi quando ele chegasse ou se chegasse do jogo.
O porão tinha isolamento acústico justamente para situações como aquela.
O infeliz estava com os braços presos no teto rebaixado. Ele estava com sangue seco pelo rosto e parte do corpo sinalizando que alguém já veio aqui. Pego um balde com água e jogo nele o acordando assustado. Eu não pretendia matar ele ali, apenas machucar, porém, dependia do meu ódio.
- Boa noite querido, tá lembrado de mim? - o homem estava tão assustado com a minha presença - pq tá assustado? Você que tentou me matar e abusar de mim e agora está cm medo?
Uma única fonte de luz iluminava o local, porém ainda era sombrio, me aproximo dele e começo a andar ao seu redor fazendo o meu salto fazer um barulho que o deixava ainda mais assustado e com medo.
-Sabe... Eu te acho um desgraçado por fazer aquilo comigo e metade da praia saber me deixa ainda mais com raiva de você, mas o pior problema nem é com você, então agora tem uma Ellie triste, puta da vida e com isso aqui - mostro a faca a ele - e curiosa para saber o motivo e que te mandou fazer isso - passo a ponta da faca do pelo seu peitoral - pq você fez aquilo? - pergunto e pressiono a faca um pouco.
O homem fica com a respiração descontrolada e implora entre "para" e "por favor não".
- Me diga seu infeliz! - grito, eu já estava fora de mim.
- Eu apenas segui ordens - ele diz sem ar e cheio de medo e eu já estava totalmente fora de controle, eu queria respostas.
- De quem?
- Não posso contar senão...
- Senão o que? A pessoa vai te matar? Pq você queria as cartas?
- Para sair daqui senhora - ele chora e eu não acredito na resposta
- Essa é a última chance de você me falar quem fez isso... Então quem te mandou fazer isso?
- Eu não posso falar, eu prometi...
Era tarde demais para ele acabar de falar, num piscar de olhos golpeio seu tronco várias vezes com a faca. O sangue quente espira em mim e escorre pelas minhas mãos e braços, um choro de desespero e raiva me toma enquanto eu não parava de golpear o mesmo, eu o odiava tanto até que braços me abraçam por traz prendendo meus braços ao corpo, não sabia quem era, mas por um momento fez eu ficar fraca de tanto chorar e não segurar com tanta força a faca.
- Oh princesa - diz num tom de dó e com uma mão ainda sem me soltar tira a faca da minha mão e joga longe. Era Niragi e eu queria matar ele também naquela hora.
- Me solta seu filho de uma puta - saio de seus braços.
- O que foi? - pergunta assustado
- Não se faça de idiota - chego perto dele com os olhos cheio de lágrimas e vermelhos e o rosto com sangue respingado - eu confiei em você e você fez justamente o que eu pedi para não fazer - empurro ele, ele apenas dá um passo para traz.
- Ellie, eu juro que não estou entendendo - ele tentava me acalmar.
- Você contou tudo - grito e me próximo dele colocando o indicador próximo de nossos rostos, o acusando - a Praia toda sabe e me vê como coitada, eu pedi para você não contar Niragi!
- Eu não disse nada - faz uma pausa e eu ando de lado para o outro sobre o sangue do homem - O que eles sabem?
- Que ele tentou me abusar - aponto para o homem morto e Niragi fica surpreso - Não finja surpresa.
- Eu não contei, juro!
- Eu digo que confio em você e é isso que eu recebo - me aproximo novamente e começo a bater no peito dele, lágrimas escorriam pelo meu rosto
- Ei! Me escuta - ele segura meus pulsos e me abraça, eu tento me debater mas ele me segura forte - Não fui eu!
- Só tinha você lá - falo chorando só que agora eu estava quieta apoiada em seu peito
- Fui o único que entrei no escritório, na correria não vi se tinha alguém no corredor - ele solta meus e me abraça me protegendo - eu jamais faria isso com você princesa - eu choro e ele me acolhe.
- Então quem fez isso?
- Não sei mas eu juro que vou descobrir - ele acaricia minha cabeça - eu juro que não fui eu - ele beija meus cabelos.
- Como eu posso saber se isso é verdade?
- Eu passei os últimos dias totalmente ao seu lado - ele ainda me fazia carinho e eu ainda chorava - vamos sair daqui e tomar banho, você está cheia de sangue - ele me guia até a saída do porão.
- Niragi - ele para de andar e me olha - não quero que as pessoas me vejam assim - ele me analisa toda suja de sangue nele com os olhos vermelhos por causa do choro.
- Eu tenho outro jeito de chegar ao corredor - ele me leva por portas que nem sabia que existia até chegar no corredor.
Entro no quarto o dele e me sento na cama, passo a mão pelo rosto limpando as lágrimas.
- Venha - ele me estende às mãos e eu aceito - você precisa se lavar.
Já no banheiro ele abre o chuveiro e me ajuda a tirar o salto e acessórios, deixa uma toalha próximo do chuveiro e sai. Entro embaixo na água e o sangue que estava nas minhas mãos escorrerem em direção ao ralo, passo a mão no rosto tirando também o sangue e a maquiagem. Eu não queria aceitar que foi ele que contou tudo pelo fato de gostar da companhia dele e se fosse ele mesmo eu voltaria a ficar sozinha como antes.
Já toda limpa e cabelos lavados, me enrolo na toalha e abro a porta do banheiro e vejo o moreno sentado na cama.
- Está melhor? - ele pergunta e eu respondo um sim com a cabeça - fui ao seu quarto pegar uma roupa íntima para você, mas não achei seu pijama, se quiser pode escolher uma blusa minha ou qualquer coisa para dormir - ele se levanta e abre o guarda-roupa me mostrando várias camisas - vou tomar banho - ele entra no banheiro e eu passo a toalha pelo meu cabelo e coloco minha roupa íntima e vou até seu guarda-roupa.
Ele tinha muita roupa e todas tinham seu cheiro, escolho uma camiseta branca e visto. Me olho no espelho e vejo que a camiseta batia no meio das minhas coxas. Escuto o barulho da porta abrir e me viro para trás e enquanto tiro a toalha da cabeça. Niragi me vê e dá um sorriso de canto, ele estava de shorts de tecido maleável e sem camiseta, toalha estava sobre os ombros, porém ainda exibindo seu abdômen malhado, seus cabelos estavam molhados e penteados para trás de uma forma bagunçada.
- Me empresta sua escova de cabelo? - pergunto e ele me estende a escova, penteio meu cabelo em frente ao espelho e ele apenas observava ao terminar e entrego a ele a escova - obrigada.
- Me dá sua toalha para estender aqui? - ele fala num tom gentil, sento-me em sua cama de forma confortável e ele me companha após pendurar as toalhas - ótima escolha de blusa como pijama.
- Gostei do tecido dela - digo tocando a blusa - e você sabe escolher calcinha, essa é confortável.
- Jura? Peguei a primeira que achei em sua gaveta - ele ri e ficamos nos olhando.
- Primeira vez que te vejo de cabelo molhado - falo e me aproximo dele para mexer no cabelo dele - desculpa, nem perguntei se podia - tiro as mãos.
- Pode mexer, eu não ligo - ele coloca minhas mais de volta em seu cabelo e eu sorrio. Ele parecia gostar daquilo. - Ellie, quero que você saiba que eu jamais faria aquilo com você pq eu posso ser um filho da puta com qualquer um, mas menos com você, simplesmente não consigo.
- Eu sei - olho para ele e estendo meus braços indo abraçá-lo e sou correspondida com um abraço forte - desculpa por aquilo e por bater em você - falo ainda abraçada nele.
- Não precisa se desculpar - ele nos deita fazendo eu ficar deitada em seu peito e ele com um braço me servindo de apoio para a cabeça e olhou fazia carinho na minha mão, uma perna minha estava entrelaçada na dele. Eu poderia viver assim.

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