Desço as escadas e escuto meu marido e minha filha me elogiar.
- A mamãe ta linda, né papai? – disse e eu sorrio, eu estava apenas com um vestido preto até os pés e uma fenda na lateral e um salto.
- Ela é a mulher mais linda do mundo – me beijou e eu não conseguia parar de babar nele de calça social e camiseta social preta com as mangas dobradas, realçando seus braços cheios de veias. Serena estava a coisa mais linda de jardineira e tênis, ela mesmo que escolheu e apesar de ter quase 3 anos ela gostava de escolher tudo e eu maioria das vezes deixava apenas adaptando para a ocasião.
Hoje iriamos em um jantar com alguns membros da máfia do pai dele, o qual também estaria lá com a minha sogra. Chegamos e o lugar era de alto nível, quando entramos todo o restaurante nos olhou o que me fez ficar de certa forma muito poderosa.
- Vem com a vovó – disse e Serena saiu correndo pelo restaurante até ela. Niragi foi cavalheiro e puxou a cadeira para sentar ao lado dele, agradeci com um sorriso.
- A pior parte é ter que ver esses sem noção te olhando – disse no meu ouvido quando se sentou também, ergui os olhos vendo poucos me olharem.
- Sua filha que é a estrela, não eu – respondi e ele riu negando.
-Todo mundo fica encantado com crianças, mas os olhares em você são diferentes – respondeu me olhando.
- Diferentes? – meus olhos transmitiam a confusão
- Sim, como se eles quisessem te devorar – o olhei arqueando a sobrancelha – parece que eles nunca viram uma mulher de verdade, de tanto que babam.
- Olhar não é pecado – disse o provocando e ele levou sua mão para uma das minhas coxas – você também baba em mim as vezes – rio.
- Então você gosta que te olhe? – ele estava enciumado.
- Eu gosto quando você me olha com o mesmo desejo que eles – abri o jogo e a mão dele apertou com mais força – mas de qualquer maneira eu já estou com você, então não se preocupe.
- Sra. Suguru, a senhora fala como se eu não ligasse para você – trouxe a boca para perto do meu ouvido mais uma vez – não é visível que eu sou extremamente apaixonado pela Sra.? – meu corpo se arrepiou.
- Isso é bem visível, mas eu gosto de tirar a prova as vezes – disse sorrindo e ele me olhou com uma cara de cafajeste.
- Agradece por eu não ser mais aquele Niragi doidão que chega matando todo mundo pq se eu fosse... – deixa um suspense e eu me inclino para ele.
- O que você faria? – questionei tocando a coxa dele.
- Mataria todos que te olham ou até mesmo se foderia aqui nessa mesa na frente de todos – disse e eu fiquei sem ar com a ideia.
- Tem crianças no local – bati de leve na sua coxa como forma de repreensão, ele riu.
- Sereninha nem imagina do que os pais dela são capazes – disse rindo e eu concordei antes de virar para chamá-la para o nosso colo pois logo a comida viria.
O jantar foi cheio de conversas entediantes sobre dinheiro e crimes, mas eu tinha que manter a postura como uma Suguru. A minha salvação era a minha filha e a minha sogra, as quais eu fiquei brincando e conversando a noite toda, mas chegou uma certa hora que Serena dormiu em meu colo, até ela não suportava aquilo.
- Meus braços estão dormentes – disse quando a entreguei para Niragi – nossa, que alívio – relaxei meus braços e articulações.
- Sabia que ela iria dormir, ela é acostumada a dormir cedo – disse e começou a admirá-la – ela é a coisa mais preciosa da minha vida, eu amo ser pai dela.
- Ela é a animadora de reuniões e jantares da Máfia – um dos caras disse nos fazendo rir e vários outros começaram a falar o quão ela era fofa.
- O gene aqui é bom né – Niragi se gabou.
- Mas a beleza herdou da mãe – falei e ele me olhou.
- Não discordo – disse rindo e beijou os fios da filha.
Após um tempo fomos embora e estávamos rodeados de seguranças pela segurança de Serena, afinal ser um mafioso era perigoso. Quando chegamos em casa os alarmes estavam tocando, ele me olhou com Serena no colo e eu estava assustada.
- Vou chegar com os seguranças, não sai do carro – disse e eu confirmei. Quem estava lá dentro?
- Que foi mamãe? – ela perguntou e eu abracei. Quem entraria ali? E pq? Após um tempo, maioria dos homens que entraram saíram e Niragi veio até o carro, ele segurava uma arma igual em Borderland.
- O que foi? – perguntei.
- Entraram lá dentro, nossos quadros estão todos quebrados – ele abriu a porta do carro para mim sair com Serena que dormia - não pegaram nada, não quebraram nada a não ser quadro com fotos nossa – disse preocupado.
- Tinha alguém lá? – questionei.
- Não, abrimos até os armários – passou um braço pelo meu ombro, me conduzindo para dentro – vamos dormir juntos e os caras vão ficar de vigia – assenti e subi para o quarto.
Havia apenas a janela quebrada, imagino que foi lá que entraram. A casa estava toda em ordem tirando os porta-retratos em mil pedaços no chão e os vidros dos quadros com fotos minha e do Niragi, da Serena e de nos três quebrados, pelo menos dava para salvar a foto. Tomamos um banho e nos deitamos, Serena dormia no meu lado e Niragi do meu lado também, sua arma estava próximo dele para qualquer imprevisto.
- Quem pode ter feito isso? – perguntei quando ele me abraçou por trás.
- Não sei, mas seja quem for eu não vou deixar tocar um dedo em vocês – beijou meu ombro – assim que eu descobrir, essa pessoa estará morta – completou.
- Eu te amo – beijei seus lábios e logo adormecemos.
Alguns dias havia se passado e nada mais aconteceu, mas eu e ele sentíamos que estamos sendo observados a maioria do tempo quando saiamos de casa tornando tudo desconfortável e estressante, tentávamos não nos alterar por causa da nossa filha, mas o medo impedia isso, se ela se machucasse nunca nos perdoaríamos.
Vou até caixa de correio e na hora um envelope é recebido, me assusto e pego ele de primeira. Assim que acabo de ler reviro o papel a fim de achar quem tinha enviado aquilo.
“Você roubou o que é meu, irá ter volta”
Meu coração estava a mil, sai correndo para dentro de casa atrás de Serena.
- FILHA! – berrei subindo as escadas e a encontrei no quarto brincando. Me ajoelhei ao nível dela e a abracei quase chorando – te amo minha pequena – a soltei e desci, peguei as contas e a carta. Li novamente e descido ir checar nas câmeras quem havia feito aquilo.
As imagens mostram um movimento calmo da rua até que tudo ficou preto no instante que tudo aconteceu. Merda. Quebraram a câmera, não consigo ver quem tinha feito aquilo. Eu estava sentada na escada de frente a porta encarando aquele papel, quem escreveria aquilo? Era para mim ou para Niragi? Comecei a chorar de desespero e quando resolvo ligar para Niragi ele entra correndo pela porta. Ambos levantaram e ficaram se olhando assustados até que ele me abraça, sua respiração estava ofegante.
- Querido... o que foi? – pergunto e ele me olha.
- Cai em um trote – ele passava as mãos no rosto – era a sua voz e da Serena gritado – ele quase chorava e eu o abraço – mas vocês estão aqui – disse aliviado.
- Meu bem, tenho mais uma coisa – falei e ele me olhou em alerta, entreguei o papel explicando tudo – tentei ver pelas câmeras, mas quebraram antes de enfiar na caixa.
- Puta merda – ele estava tão nervoso quanto eu – meu amor, tem alguém atras de nós – disse simples e eu chorei.
- Temos uma família – chorei no seu abraço – e se machucarem ela?
- Não vou deixar, ninguém vai se aproximar de nós – segurou meu rosto e me beijou antes de subirmos até a nossa filha.
- Papaizinho – falou em um tom doce pulando até ele que a abraçou – você veio para brincar comigo?
-Sim minha princesa – acariciou e rostinho dela e ela vibrou de felicidade. Ela logo nos puxou para brincar e ficamos ali com ela – papai, quero comer pipoca.
- Minha princesa ta com fome? – a olhou enquanto eu me concentrava em montar um mini quebra cabeça.
- Xim!! A mamãe ta com fome? – falou pulando em mim e desmanchando o quebra cabeça, a olhei brava e o pai dela riu.
- Que desastre filha – falei magoada e ela riu.
- Mamãe, você qué pipoca do papai? – questionou me olhando.
- Eu quero! – me animei igual a ela.
- PIPOCA, PIPOCA! – pulou de animação e Niragi desceu.
- Agora Cururuzinha, me ajude a montar novamente – falei e ela sentou me ajudando – essa vai aqui – falei mostrando e ela encaixou uma pecinha, da cozinha veio o barulho da pipoca estourando e ela gritou de felicidade – vamos descer para pegar?
- Xim! – disse e pegou na minha mão. Pegamos e foi um caos comer pq ela e o pai dela faziam guerrinha de pipoca sujando tudo.
- Quem ver quem vai limpar depois – falei simples e os dois me olharam.
- O papai! – apontou para ele e foi a minha vez de rir.
Mais tarde quando enquanto ela brincava no banho, desci e encontrei Niragi ao telefone. Me aproximei a o abracei por trás.
- Me avisem quando chegarem – desligou e se virou para mim – enchi a nossa casa de seguranças – beijou meus fios.
- Vai ficar tudo bem né, vai tudo passar? – questionei com a cabeça no peito dele.
- Vai sim meu amor – me abraçou mais forte.
Niragi trouxe os cappuccinos para a mesa naquela manhã de quinta feira, era um costume nosso e vicio da Serena comer o bolinho de chocolate do café perto de casa então quase sempre íamos lá. Ele se sentou e me entregou a bebida com um croissant, ela começou a comer o seu amado bolinho enquanto eu e Niragi admirávamos aquela cena.
- Sinto que tem algum nos observando- falei no ouvido dele e ele ergueu o olhar vendo o a nossa volta.
- Eu também sinto isso – ele falou em meu ouvido – mas deve ser coisa da nossa cabeça – sorriu e me beijou – ta bom o bolo cururu?
- Xim – disse mordendo um pedaço se lambuzando toda de chocolate, rio com aquilo.
Após comermos, ao sair do café Serena vê a agropecuária que havia do outro lado da avenida e pede para ir lá ver os peixes.
- Hoje não filha – disse e ela fez beicinho antes de começar a chorar.
- Quelo ir mamãe – chorou e abraçou as minhas pernas, tentei acalmá-la, mas era tarde demais pois Niragi saiu do café após pagar e viu a cena.
- Pq você está chorando? – perguntou enquanto organizava o cartão na carteira e eu a peguei no colo.
- Quelo ver os peixinhos papai – apontou para a loja chorando, ele me olhou e meu olhar transmitia que era iria dar prejuízo se entrasse lá dentro – só um pouquinho mamãe e papai – disse e ele segurou o rosto dela secando as lagrimas.
- Ta bom, mas pare de chorar – ela engoliu o choro e passou os dedos nos olhos espalhando as lágrimas, ele secou seus olhos. A coloquei no chão e atravessamos a avenida de mãos dadas.
A loja era enorme e cheio de animais, o quais ela ficou encantada, fiquei olhando preços de algumas coisas quando encontrei eles encarando o aquário de peixes. Me aproximei e eles me olharam.
- Se a mamãe deixar eu compro – disse e eu olhei assustada.
- Quelo um peixinho mamãe – fez cara de cachorro sem dono – por favorzinho – juntou as mãozinhas me fazendo eu derreter.
- Mas vai ser seu pai que vai cuidar – disse e ela olhou para ele.
- Só vou cuidar se você me ajudar – disse a ela.
- Ta bom papai – assentiu de forma fofa.
- Escolhe um peixinho então – disse aproximando do aquário, os olhinhos dela brilhavam quando ela apontou para um peixe dourado. Logo os funcionários estavam pegando o animal enquanto Niragi ia com ela escolher um aquário – pronto! – disse quando já em casa colocou o peixe na água do aquário.
- AH QUE LINDO – Serena disse apaixonada.
- Qual vai ser o nome? – perguntei me aproximando dela.
- Kuina! – disse sorrindo para o peixe enquanto eu e ele nos encaramos.
- Pq? – ele perguntou.
- Pq eu escutei vocês falando – disse fazendo ambos rir,
- Coloca Chishiya filha – falei e Niragi reclamo, ri e peguei meu celular.
- Não, Kuina é mais bonito – subiu correndo para o quarto.
Gritei quando abri uma mensagem anônima.
- Que foi? – Niragi veio correndo ao meu lado e eu apenas entreguei o celular, quando ele viu fotos tirada hoje que mostravam nos três saindo do café, Serena chorando, entrando na loja e entrando no carro com o peixe me olhou desesperado. As fotos acompanhavam uma mensagem.
“Que família linda, uma pena ter que a separar dessa forma”
Nós olhamos totalmente abalados e perdidos.
- Niragi... – o abracei – quem está fazendo isso?
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the choice
FanfictionSinto uma dor enorme em meu peito, ergo os olhos e só consigo pensar em uma coisa: - Filha da puta, eu confiei tanto em vc. Eu realmente pensei que nossa relação tinha mudado, como eu fui idiota. Naquele momento me passa um flashback de tudo que vi...