13 - E eu quero tanto que seu jogo seja o dez de copas.

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- Isso dói - ele diz se afastando quando limpo o machucado dele.
- Eu sei, mas esse é o único pior e está acabando - digo voltando a limpar o corte não muito profundo na maçã do rosto, acabo de limpar e afasto o algodão - pronto, sr. Dramático.
Ele se vê no espelho analisando o único machucado que tinha no rosto pq o resto era micro cortes que saíram muito sangue.
- Continuo bonito - gargalho e me estico pegando o copo de água e estendo um remédio que ele toma - obrigada por cuidar de mim - me beija e puxa para o seu colo logo nos deitando, me fazendo ficar sentada nele.
- O que vai ser de nós aqui?
- Não sei o que seu pai vai aprontar, mas eu não vou me separar de você - ele acaricia minha bochecha e coloca meu cabelo trás da orelha mostrando a marca dos socos - foi ele que fez isso? - chega perto do meu rosto e eu concordo com a cabeça - porra, eu adoraria o matar.
- Eu também - beijo seu rosto - não considero aquilo um pai, ele me manchou aqui dentro.
- Se for preciso você... - ele coça a nuca - foge daqui comigo? - ele evita os meus olhos.
- Eu iria até o inferno com você - ele sorri e sela nossos lábios em um beijo caloroso e sobe as mãos até minha cintura apertando o local, sua boca partiu para o meu pescoço - Niragi... - deixei um gemido escapar - Niragi não podemos transar hoje - ele se afasta.
- Pq? - faz cara de cão sem dono.
- Pq você precisa descansar - rio com a cara de desanimo dele.
- Ah... - alguém bate a porta fazendo ambos olhar para ela.
Caminho até ela e abro.
- Veio em paz? - brinco quando abro a porta e dou licença para a pessoa entrar.
- Com certeza - Aguni diz indo até Niragi - até que não arregaçaram tanto assim.
- Para com isso, foi só um cortinho, continuo bem mais bonito que você - Niragi brinca com ele.
- Já falei que o que te faz bonito é a cegueira de quem te acha bonito - fico parada apenas vendo os dois.
- A Ellie não é cega - ele olha pra mim e eu rio levando a mão a testa.
- Mas o amor é cego - Aguni completa me fazendo rir.
- Enfim, veio aqui para enaltecer a beleza um do outro ou o que?
- Vim ver o cara que foi deixado para morrer de fome.
- Ata, mas agora ele já está em boas mãos, já tomou banho, comeu e fez curativo - falo e Niragi se enaltece com meus cuidados - aliás, para ver os pacientes tem que marcar horário.
- Você tem mais pacientes? - Niragi pergunta nervoso.
- Muitos, mas você tem esses privilégios - falo e ele olha nervoso fazendo eu e Aguni rir - to brincando besta - vou até ele e dou um selinho dele - mas então Aguni?
- Vim falar sobre a situação - ele começa e eu me sento nas pernas de Niragi e ambos damos atenção ao mais velho - vocês não acham que é muita coincidência? Pensa, o cara do escritório com Chishiya no corredor, aí seu pai não gostou nada quando vocês dois se aproximaram e tenta separar vocês a todo custo e quando o pergunta o pq não sabe justificar e depois o ocorrido de ontem, seu pai veio tão rápido para a briga, é impossível vim do quarto dele até o seu em tão pouco tempo.
- Vamos matar esse loiro idiota.
- Aí você está pedindo para morrer né, nem sabemos se Chishiya e meu pai tem algum plano e imagina ele morrer do nada, vamos ser mortos - falo e Niragi concorda.
- Não podemos fazer nada além de observar os dois e se proteger - ele faz uma pausa - amanhã seu pai vai ir jogar, vocês vão também?
- Sim - eu e Niragi falamos juntos - você vai? - o moreno questiona.
- Não, vou ficar para cuidar da Praia.
- Vamos tentar fazer todo mundo que é suspeito sair, tipo Chishiya, Kuina e os novatos - completei e Aguni se levantou indo em direção a porta e se despedindo de nós.

No outro dia, foi um sacrifício sair pq meu pai não podia saber que Niragi estava solto e comigo ainda, ele iria saber obvio, mas não queria estragar o meu dia em plena 9 horas da manhã. De proposito me atrasei para o café da manhã e peguei um pouco de comida a mais alegando que a TPM estava me matando e precisava me trancar no quarto e comer.
- Já posso ser atriz - digo entrando com comida no quarto e o moreno ataca o pedaço de pão - está morrendo de fome?
- To, de madrugada fiz uns esforços com o quadril e agora preciso renovar minhas energias - ele fala e dou um tapa de brincadeira nele - vai negar que foi bom?
- Vou, só para não aumentar seu ego - digo sentando na cama com uma salada de frutas.
- Você pode negar agora, mas na hora não era isso que seus gemidos diziam amor - ele vem até mim.
- Para de ser idiota - falo e enfio um pedaço de abacaxi na boca dele.
Passamos o dia no quarto até o horário do jogo, ele havia me contado do que meu pai tinha falado a ele e aquilo foi de partir o coração, ele era um monstro e hoje eu iria colocar um fim nisso, não queria mais ser vista como filha dele ou eu iria embora daqui. Nos arrumamos para ir jogar e descemos, cada um com uma arma, eu com um salto enorme e Niragi como sempre, dava pra sentir aquele clima de filme quando alguém vai fazer alguma coisa e passa por algumas pessoas e todas olham pois era exatamente assim, nos saímos do quarto armados e eu decidida do que iria fazer. As pessoas olhavam e falavam "meu Deus ele não morreu", "o Chapeleiro não tinha separado os dois", "eles vão matar todos, estão armados" e era até certo ponto hilário.
Chegamos na porta do quarto do Chapeleiro e entramos sem mais nem menos, ele que estava se preparando para ir jogar olhou para a porta incrédulo.
- Não consigo acreditar nisso, descumpriu as minhas ordens Ellie! - ele diz vendo Niragi.
- Sentiu saudades? - Niragi provocou.
- Já mandei ficar longe da minha filha - ele rebate.
- Você não tem filha, a Ellie não é nada sua - Niragi diz simples se encostando na porta.
- Ellie, sai de perto desse menino agora! - ele diz me olhando e fechando os punhos tentando controlara raiva
- Eu não vou sair, você não manda em mim e não sou sua filha, fui muito grata por salvar minha vida, mas eu não quero viver do seu jeito ainda mais por ser algo sem motivos - começo a falar com a voz firme.
- Está me dizendo que precisa de motivos para você largar dele? Olha para ele Ellie, é um assassino, você não viu tudo que aconteceu na sua vida depois que conheceu ele? - a autoridade dele me dava nojo.
- Cala a boca! Isso é totalmente culpa sua, fechou os olhos para tudo - me altero avançando alguns passos.
- Parem com essa palhaçada antes que eu me livre dos dois - ele diz rindo e acabando de se arrumar
- Fique à vontade, melhor morrer do que ter um líder merda igual a você - cuspo as palavras e sinto o impacto nele.
- Filha! Vocês estão me culpando por algo que não tenho controle - ele tenta reverter a situação, mas eu já vi isso antes.
- Filha não, Ellie. Você tem total culpa sim, estamos sempre te avisando sobre as coisas e você nunca se importa, eu tenho tanta pena de você - minha voz começa a embargar - seus funcionários da boate se mataram e eu tinha dó de você por isso, mas agora eu entendo e eu faria o mesmo, você é um monstro que só pensa em você - as lágrimas vem e não me esforço para controlar - era isso que você queria? Apenas a sua felicidade? Pois agora aproveite sozinho pois eu não sou mais nada sua além de ser uma praiana como as outras - dou as costas para ele e sinto um lágrima cair.
- Não vire as costas para mim! - ele grita quando chego perto da porta.
- Eu deveria ter virado as minhas costas a muito tempo - me viro para ele chorando.
- Então que é assim vá jogar com esse assassino, mas eu quero tanto que o jogo seja de copas e que vocês tenham que escolher entre a vida um do outro assim acaba essa merda! - ele grita e sinto como se as palavras dele fosse uma faca em meu peito.
- E eu quero tanto que seu jogo seja o dez de copas e você não volte mais assim eu estaria livre - digo chorando e saio.
Limpo as lagrimas e engulo o choro ao entrar no corredor para a saída. Estendo a mão para Niragi e ele a segura acariciando meu dorso com o polegar. No local de jogo o moreno me olhava perguntando sempre se eu estava bem por estar indiferente com o acontecido. O jogo exigia pensamento, coisa que eu tinha e o Niragi não, ele era da parte da pancadaria, mas os dois sairiam vivos dali.
- Salvou minha vida de novo - diz ao fim do jogo.
- Minha especialidade né - rio e dou um beijo dele e retornamos à Praia.

- Bom dia - vejo Niragi entrar no quarto com um café da manhã.
- Bom dia - digo me sentando na cama meio sonolenta - pra quem é tudo isso? - pergunto ao analisar as comidas.
- Para nós - ele se senta ao meu lado e pega um morando levando a aminha boca.
- Nossa, que romântico - falo rindo após morder a fruta. Ele ri e comemos tudo aquilo e me arrumo para descer para o escritório.
Chego no escritório e vejo a porta trancada, forço algumas vezes, mas uma voz me faz parar.
- O que faz aqui? - Mira pergunta.
- Eu que te pergunto isso e pq essa merda está trancada - me aproximo dela.
- O Chapeleiro antes de sair para jogar ontem me pediu para te tirar do cargo já que agora você é uma praiana comum - ela diz rindo da minha cara e eu enfureço. Ela era neutra em tudo em relação a Praia, mas sempre puxava o saco dele e fazia questão de sempre jogar na minha cara as vezes que eu estava errada.
- Não acredito.
- Pois então comece a acreditar senão mando as pessoas te tirar aqui - ela foi indo embora, mas eu a chamei - O que garota?
- Pelo menos me deixe pegar as minhas coisas de lá de dentro, você pode ficar, vai ser rápido - disse e ela aceitou e abriu a porta. Entro e pego alguns jogos e livros/ mangás que eu e Niragi roubamos e gostávamos. Eu não iria insistir com ela afinal eu que quis me livrar de ser filha dele então eu teria que aceitar as consequências - Obrigada - digo indo em direção ao meu quarto.
Já no quarto deixo as coisas que peguei na cama e percebo que minha vida estava de ponta cabeça e eu queria me livrar de tudo que me remetia aquela Ellie, filha do Chapeleiro então sem pensar peguei as roupas do meu guarda-roupa e foi tirando tudo, item de higiene e todas as coisas que tinham minhas lá e mudei para o quarto de Niragi. Eu sabia que ele não iria ligar, ele ficaria feliz e a gente sempre dormia juntos então não teria motivo de descontentamento, o quarto dele era um pouco maior e tinha espaço para minhas coisas. Começo a arrumar minhas roupas, na verdade fazer uma faxina em tudo lá, arrumar as coisas me deixava calma e eu podia ter um tempo sozinha com meus próprios pensamentos. Eu já tinha arrumado tudo, estava apenas olhando se tinha deixado algo para traz quando Last Boss bate e entra no quarto me fazendo assustar.
- Ellie, urgência na sala principal - ele disse e eu na hora sabia que a situação era de urgência mesmo pela cara dele. Sai correndo encontrando Niragi perto da porta, discutindo com Chishiya e o novato, os quais deram as costas e entraram.

Gnt, votem e comentem oq estão achando e pode comentar sobre oq acontece na fic (xingando personagem, boiolando o casal e etc kkkkkk) eu amo quando vcs interagem 👉👈❤️

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