Capítulo 23- As alucinações.

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É eu estava impressionada, não sei a razão pq no fundo eu sabia que Niragi não era um qualquer, mas ver ele saindo de um carro luxuoso e de terno, me levar em um restaurante super chique e me contar do que ele faz me deixou super impressionada, não sei o pq.
Eu adorava que durante o jantar, conforme íamos falando um com o outro, parecia que ele também me conhecia, as lembranças que compartilhávamos não era a mesma coisa que eu já tinha “vivido” com ele mas eu ficava feliz e era como se ele nunca tivesse me contado, foi um noite muito boa. Eu estava feliz apesar da alucinação que tive mais cedo.
Quando chegamos na rua de trás ele parou o carro e me olhou.
- Queria passar a noite com você mas amanhã tenho que sair as 4 da manhã para pegar um voo para uma cidade do outro lado de Japão para arrumar o sistema de uma empresa, tenho que fazer as malas ainda – ele diz tocando meu rosto e eu sorrio – mas prometo que chego à noite para te ver, ok?
- Ok – concordo e sorrio. Olho para ele e vejo que os olhos dele estão brilhando, me derreto com aquilo, meu coração se aquece.
Sem pensar duas vezes ele puxa meu rosto para ele e me beija, retribuo o beijo e deixo a língua dele me invadir, puxo ele para mim pela camiseta dele o beijo se intensifica. Uma onda de calor me toma e deixo tudo me levar até perceber que estou no colo dele, minhas pernas uma do lado do corpo dele, as mãos dele sobem pelo meu corpo, meu vestido sobe junto e minha bunda fica exposta para ele que passeia as mãos por ele. Mexo meu quadril no colo dele enquanto nossas bocas estavam entrelaçadas.
- Preciso de você, Niragi – peço descolando nossos lábios e ele sorri subindo as mãos pelo meu pescoço. Rebolo no colo dele várias vezes seguidas para sinalizar meus desejos, sinto seu membro duro pela calça e sorrio.
- Quer entrar no seu apartamento? – ele pergunta enquanto eu estou enchendo o pescoço dele de beijos, sua voz sai rouca para não gemer, ele desconta o prazer apertando meu corpo.
- Não posso esperar tudo isso, preciso de você aqui – digo e sem hesitar ele puxa meu vestido, meus peitos avançam no rosto dele e ele sorri.
As mãos dele voam para os meus seios enquanto a minha desabotoa a camiseta dele e a sua calça, me permiti arranhar o peitoral dele enquanto ele dava prazer a mim pelos meus seios. Minha mãos puxaram o membro dele da cueca e o masturbou um pouco antes de mim levantar um pouco o corpo, puxar a calcinha para o lado e me sentar nele. Grito alto quando seu membro me preenche e ele solta meus seios, sua boca vai para o meu pescoço. Ele é tão grande que sinto uma dor dentro de mim para me adaptar.
- Cavalga nele, por tudo que é mais sagrado – ele diz mordendo minha orelha e apertando meu quadril – preciso de você pulando dele.
Sorrio e começo a me mexer, minhas pernas trabalhando em um ritmo progressivo, cada vez mais rápido. Ambos gememos e Niragi me acerta um tapa na bunda quando meu ritmo já está acelerado, minhas mãos estão no pescoço dele, minhas pernas não param de se mexer, nossos quadril se chocam me dando uma onda inexplicável de prazer. Começo a sentir o suor se formando na minha testa enquanto eu gemo o nome dele e recebo tapas.
Olho para Niragi e seu rosto está tomado pelo prazer, os olhos dele olham para cada centímetro do meu corpo, as mãos dele revezam entre minha cintura para me ajudar a cavalgar ele e me estapear e eu gosto dessas duas funções. Ele se desencosta do banco fazendo eu jogar minhas mãos para trás e me apoiar nos joelhos dele, as mãos dele sobem da minha barriga até meu pescoço, meu quadril me movimenta para frente e para trás num ritmo rápido, o membro dele atinge meu ponto G e eu grito de prazer. Fecho os olhos e jogo minha cabeça para trás, meu coração está aceleradíssimo, não quero parar, quero continuar me movimentando no colo dele até meu máximo.
- Você sabe exatamente qual movimento fazer para me fazer gemer seu nome, como consegue Ellie? – ele pergunta antes de me puxar para mim beijo, sorrio e ele me acerta um tapa.
Ele me envolve com os beijos e algo começa a crescer na minha intimidade.
- Eu vou... – tento falar mas é tarde demais, já estou gritando e jogando a cabeça para trás.
- Linda... você fica linda gozando – ele disse enquanto eu me desfazia nele. Quando parei eu apoiei minha testa nele, meu quadril quase nem se mexia, ergui minha cabeça e fui tirando minhas pernas de onde elas estavam até ficar de joelhos, seu membro duro bem na minha frente.
O abocanhei e vi ele se contorcer de prazer, Niragi rapidamente levou as mãos até meu cabelo e depois disso eu não tive mais controle. Ele segurou meus fios e começou a controlar minha boca, eu apenas o sugava e aceitava seu membro na minha garganta até eu perder o ar.
- Quero você na minha boca – digo e ele sorri malicioso. Minha cabeça afunda de novo, seu membro bate na minha garganta e sinto seu líquido me preencher, engulo tudo, cada gota e tiro seu membro da minha boca.
- Porra Ellie – ele diz rindo fraco enquanto eu me sentava em uma perna dele para vestir o vestido – próxima vez que estiver com um vestidinho preto desse tipo me avise.
- Pq? – pergunto rindo e ele arruma as roupas dele
- Pq eu venho preparado – ele diz e eu o olho confusa – sabe quantas vezes eu quis te agarrar no restaurante? Muitas vezes e você estava toda sorridente então eu comecei a afastar os pensamentos pq achei que você não estava afim mas o que você acabou de fazer agora – ele sorri satisfeito.
- É difícil me controlar com um homem desse ao meu lado – digo rindo e ele me olha, me aproximo dele e dou um selinho em seus lábios – obrigada por hoje, me diverti muito – falo e ele ri.
- Desculpa, to pensando só no sexo – ele diz rindo e eu bato no braço dele rindo também.
- Quanto romance, Niragi – digo e viro minhas pernas para sair do carro mas ele me segura.
- Espera – ele diz e segura meu rosto e sorri antes de me beijar – obrigado por estar ao meu lado, meus dias são melhores quando você participa deles – ele diz e eu sorrio – fui romântico? – ambos rimos.
- Foi – confesso e ele me beija – agora você precisa se despedir da sua dama, soldado – digo fazendo biquinho e ele ri.
- Prometo estar com você nos meus braços em 24 horas – ele diz e eu olho para o rádio do carro onde me mostrava as horas. 22:04.
- Decorou né? 22:04! – falo seria – se você não aparecer aqui eu vou me envenenar, igual romeu e julieta – ele ri.
- Se duvidar venho até mais cedo – ele diz e eu o abraço, as mãos dele acariciam minhas costas, passo minhas unhas nos cabelos dele e inspiro seu perfume – até amanhã, meu amor – beija minha testa e me olha.
- Até, meu amor – repito e beijo ele.
Para sair do carro é um sacrifício. Eu beijo ele e ele me segura falando que não quer que eu vá e depois fala que temos que dormir. Depois eu falo que vou e volto a beijar ele. Quando saio do carro, dou a volta e ele abaixa o vidro e me apoio na porta. Ele me beija e eu sorrio.
- Vá embora homem – digo brincando e ele ri, da partida no carro e me olha com cara de cão perdido. Dou um beijo dele e rimos.
- Tchau gata – ele diz e eu sorrio – entre no prédio, quero garantir sua segurança – completa e com um último beijo nos despedimos e eu entro no prédio em direção ao elevador.
Aperto o botão e enquanto espero percebo que estou sorrindo igual boba, estou apaixonada. Entro no elevador e meu celular toca. Atendo sem ver quem é.
- Chegou em segurança? – a voz de Niragi me faz rir.
- Com certeza – digo.
- Tenho uma notícia para você – ele diz e eu peço para ele contar – você esqueceu seu blazer no carro – completa e eu percebo que estou sem ele.
- É uma lembrancinha, pode me devolver amanhã – digo.
- Tudo bem – ele diz meigo – boa noite, meu amor.
Meu amor. Eu amava.
- Boa noite, amor – digo e ele desliga.
Entro no meu apartamento, tomo um banho e vou dormir. Durmo sorrindo.

3 vezes. Três. Esse é o número de vezes que alucinei hoje. Foi horrível. Tudo começou as 4:30 a.m. quando fui ao banheiro e quando voltei meu quarto era uma cratera e eu comecei a cair nela, como se fosse um buraco negro, eu me debati e berrei no chão do banheiro por 10 minutos fora que fiquei horas me tremendo, dormi mais duas horas depois que o cansaço do medo e do choro me venceu.
A segunda vez foi no elevador indo trabalhar, as paredes do elevador eram lâminas querendo me engolir, parecia que tudo tremia. Eu tive um crise dentro do elevador, eu estava prestes a enlouquecer quando o Sr. Hoikoma me puxou para fora pq tinha gente querendo usar. A única coisa que fiz foi respirar e sair andando tentando não surtar, eu andava pelas ruas com um medo de que até fechava minha garganta.
A terceira vez foi na frente do entregador de materiais. Eu estava dentro do quarto da casa onde eu estava fazendo o design, ele me entregou a caixa com as decorações que eu pedi e quando olhei para ele depois de assinar o papel o rosto dele estava branco, igual de uma pessoa que foi morta e deixada no frio, os olhos dele viraram e começaram a escorrer lagrimas de forma frenética. Escutei gritos e meu corpo ficou gelado. Ele percebeu que tinha algo errado pq eu estava paralisada e me tremendo, só sai daquilo quando ele tocou meu ombro.
Foi péssimo pq se pelo menos eu pudesse gritar e chorar eu faria e tudo estaria melhor mas as últimas duas alucinações eu estava acompanhada, não podia gritar e tive que fingir que estava tudo bem. Eram 17:00 quando pedi desculpas para a cliente e sai correndo para casa, eu estava apavorada, vim o caminho todo chorando. Pq isso acontecia comigo?
Assim que cheguei em casa liguei para a Dra. Burpem, isso precisava parar. Eu tive isso três vezes hoje, estava fora do controle e meus remédio obviamente não estavam fazendo efeito. Pensei que eu tinha superado as alucinações mas pelo visto era só uma pausa.
- Alo? – ela me atende e por um momento eu esqueço que estamos a 11 horas de diferença.
- Perdão Dra., eu me esqueci dos fusos – digo e ela respira fundo.
- Ellie? – ela diz e eu concordo – meu Deus garota, faz dois anos que não te vejo pessoalmente.
- Pelo visto você vai ter que ver – digo.
- O que está acontecendo?
- As alucinações... elas voltaram mesmo com a medicação – digo e ela pede para contar mais – só hoje foram três e a alguns dias tive a primeira no meio do treino – completo e ela me pede para contar como são e eu conto tudo, eu choro ao lembrar do medo que sinto quando está tendo.
- Isso é muito estranho – ela diz – você teve algum acidente ultimamente? Bater a cabeça ou a coluna? – pergunta e então o flashback do assalto vem.
- Fui assaltada, ele bateu nas minhas costelas e me jogou no chão mas não senti minha cabeça doer – faço uma pausa – eu tive um crise de ansiedade e desmaiei na hora mas nada demais e tomei todas as medicações depois.
- Precisamos fazer um exame – ela diz e fica quieta.
- Não posso sair do Japão até fim do mês, tenho estágio – explico.
- Ok, vou me programar aqui mas acredito que semana que vem que vou poder ir aí – ela diz – estou com um paciente para operar essa semana e tenho que alugar consultório aí, mas por enquanto eu recomendo você dobrar a dose dos medicamento para alucinações e toda vez que tive uma me notificar e descrever no e-mail, pode ser?
- Claro! – falo aliviada.
- Vou dando notícias sobre meu consultório daí, mas então está tudo combinado – concordo e ela se despede.
- Muito obrigado Dra. Burpem, desculpa te acordar – digo e ela ri.
Desligo a ligação e parto para um banho. Tomo as medicações assim que saio e parece que assim que me deito na cama e mando mensagem para Niragi dizendo que estou em casa e ele pode vir, eu tenho outra alucinação.
Dessa vez sinto que vou morrer sem ar ou de parada cardíaca. Meu quarto virou um matadouro, tem pessoas penduradas, suicidas. Há sangue em tudo há sangue me mim. As pessoas estão penduradas por correntes as quais fazem um barulho terrível e se mexem me exibindo o rosto vermelho e ensanguentado das pessoas. Essas pessoas são conhecidos ou da minha família fazendo tudo ficar pior. Vejo minha mãe, meu pai, minha irmã, Niragi, Nishi, Serena e as gêmeas. Eu grito quando vejo os olhos deles, mortas e com medo.
Sinto minha garganta arder com o meu grito, minhas pernas tremem e eu vou ao chão, fraca e tremendo enquanto o sangue delas escorrem em mim, quero tocar nelas mas não consigo fazer nada além de chorar e gritar. Me apoio e consigo subir na minha cama, pego meu travesseiro e coloco na minha cara e grito, até minha garganta doer e tudo voltar ao normal. Tiro o travesseiro e escrevo tudo para a Dra. Burpem. Sinto algo crescendo no meu peito e desabo a chorar. Uma crise de ansiedade. Não tenho forças para buscar o remédio então apenas me deito na cama e choro.
Não sei por quanto tempo fico ali mas sei que até a cinco minutos atrás tinha alguém me chamando, essa pessoa sumiu e agora escuto barulho de chave. Tem alguém no meu apartamento mas eu me recuso a ver quem é, tem lagrimas demais saindo dos meus olhos, estou sem ar e me tremendo.
- Muito obrigado – a voz diz, meu choro está incontrolável – Ellie? – passos – Ellie, meu amor onde você está? – passos e então a porta do meu quarto se abre – ELLIE! – só reconheço que é Niragi quando ele me abraça e eu me estilhaço nos braços dele, choro como nunca chorei antes.
Ele beija minha testa e tenta me acalmar.
- Pq você estava gritando? Meu irmão escutou e eu vim correndo – as mãos dele  acariciam meus fios mas eu não consigo uma resposta muito clara mas acho que ele entende as palavras: crise de ansiedade, alucinações, remédios e mortos, pois ele me abraça forte e diz: - estarei aqui para te proteger, nada vai acontecer com você – beija meus fios – calma, meu amor.
Me agarro nele e choro até dormir, sinto ele acariciando minhas costas e meu rosto, adormeço quando o choro para por causa do cansaço.
- Descansa, meu amor – ele beija minha testa – estarei aqui quando você acordar, nada de ruim vai te acontecer.

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