LINK DOS LOOKS DA ELLIE NO MEU PERFIL
Encaro o salmão no meu prato e meu estômago revira, mas mesmo assim começo a comer. Não sei como acordei mas agora estou na casa da Stephanie mais uma vez para um almoço onde ela iria passar a escritura da casa para nós. Eu estava lerda, fora de mim, ansiosa, com medo e traumatizada. Não sei como acordei, não sei como tomei banho, não sei com coloquei um vestido estilo camiseta social só que de cetim e verde claro que ia até mais o menos até um pouco antes do joelho, as mangas estavam dobradas até meu cotovelo e havia uma cintinho fino e dourado na minha cintura. Não sei como cheguei aqui, não sei como estou conseguindo mastigar.
As cenas de ontem ficavam repetindo na minha cabeça me causando raiva e tristeza, meu corpo todo implorava para eu desmontar e nunca mais viver. Eu estava tão perto e tão longe ao mesmo tempo.
- Vou ao banheiro, licença – falo e saio da mesa. Ouço apenas palavras como “claro”, “fique à vontade” e meu coração acelerado.
Encaro o corredor, o banheiro fica para o lado direito mas meus pés partem para o fim do corredor, até a porta de ontem. Ouço a risada dos três, eu tenho uma chance e não vou perder, respiro fundo e começo abrir porta por porta, hoje não tem gritos. Abro uma, duas, quatro, seis, dez portas e nada dentro dos quartos e escritórios até eu chegar no último quarto, aquele no qual eu nunca cheguei perto pq a Stephanie me impediu.
Toco a maçaneta e respiro fundo antes de abrir, fecho os olhos e abro quando a porta já está aberta, orando para ver eles ali. Mas eu vejo novamente eu quarto vazio e impecavelmente organizado como se ninguém nunca tivesse pisado ali. Meu ar foge dos meus pulmões. RAIVA. Até que escuto uma voz.
- Puta merda... Ellie? – o tom variou durante a fala, sendo o último dito com tanta falsidade, escuto passos e meu sangue ferve.
Eu mesma saio do quarto e a encontro no meio do corredor, meu rosto estava fechado, pronta para matá-la ali mesmo enquanto o dela estava desesperado. Nos encaramos e eu caminho firma até a direção dela, ela fica preocupada.
- Chega Stephanie, é o fim... – digo mas ela começa a dar passos para trás, se afastando, e eu dou passos para frente, me aproximando e louca para pega-la. Os passos se apertam e logo ela está correndo, não perco tempo e corro atras dela para encurralar na cozinha – chega dessa merda! chega de fingir que você não me conhece, chega de fingir que tudo isso não passa de uma mentira, chega de esconder eles, chega de ficar me fazendo de idiota! – e empurro e ela bate as costas no armário.
- Não sei do que você está falando, querida – ela disse com medo.
- Claro que sabe! – digo com raiva – sabe que mentiu sobre a morte dos meus pais, sabe que eles estão vivos, sabe que fez tudo isso por inveja, sabe que me conhece a tantos anos – digo e ela ri e isso é o suficiente para eu socar o rosto dela e agarrar pelos cabelos. Uma vez com os fios dela nas minhas mão eu começo a falar tudo para ela, a acusar, bem na cara dela, minha garganta ardia pelo tom que eu gritava e pela raiva em forma de lagrimas que eu tentava conter – vou te machucar de verdade se você não abrir a porra desse bico cheio de Botox nos próximos minutos – digo e bato sua cabeça contra a geladeira, ela grita de dor e eu repito – FALA PORRA! – grito e uma lagrima cai – 3...2 não vai falar? – ela nega rindo – ok então, 1 – e então eu a jogo no chão e subo nela, meus punhos começam freneticamente a socar o rosto dela enquanto eu a xingo de tudo que me lembro.
- O que é isso aqui... – uma voz se aproxima mas eu não paro, estou socando Stephanie e ela nem tem tempo de reação para reagir – AH MEU DEUS!
- ELLIE! – a voz de Niragi é alta – pare com isso! – ele pede mas eu não obedeço até ele me tirar dela.
- NÃO! ME SOLTA NIRAGI, EU NÃO ACABEI COM ELA! – grito e me debato contra os braços dele.
- Acalme-se! – ele pediu mas ignoro.
Thomas levanta Stephanie que estava com a cara lavada de sangue e só assim percebo que tem sangue em mim, no meu vestido, nas minhas mãos, porra como elas doem.
- Mas pq vocês estão brigando? – Thomas pergunta enquanto minha raiva não havia diminuído nem um pouco.
- PQ VOCÊS ESTÃO.... – grito mas sou interrompida.
- Pq ela é louca! A encontrei invadindo os quartos e depois correu atras de mim e começou a me bater dizendo que os meus pais são pais dela! – ela disse me acusando.
- SUA PUTA! – grito e tento sair dos braços de Niragi.
- ELLIE, POR FAVOR – Niragi pediu.
- POR FAVOR PEÇO EU SUGURU, SUA MULHER É LOUCA! – Thomas grita.
- Não sou louca, porra! – grito.
- SAI DA MINHA CASA AGORA! – manda.
- Thomas, pelo amor de Deus, e os negócios? – Niragi fala e eu quero bater nele, ele só se importava com isso.
- Pode enfiar no meio do seu cu, seu amarelo de merda! você e sua mulher, os dois, são loucos! – diz e Niragi me solta, estou quieta dessa vez, a cara de Niragi está a pior do mundo.
“seu amarelo de merda!”
Aquilo girava na minha cabeça. Niragi o olhou e se aproximou, pacífico.
- Tudo bem Saragoça, você ganhou a briga mas não a guerra! E você vai se arrepender profundamente por ter me chamado de amarelo – ele disse cara a cara com ele e saiu.
- Bate nele! – falo quando ele está vindo até mim e quando ele nega eu mesma tento avançar em Thomas mas Niragi me segura e me guia para fora – NIRAGI!
- CHEGA ELLIE! CHEGA! – ele diz me enfiando no carro. Ele dirige o carro enquanto ele falava eu que estava louca por fazer aquilo e arruinar o plano e eu falava que eu não era louca e que eu tinha meus motivos, chegamos em casa e não tinha ninguém, todos estavam na Praia. Entramos brigando.
- Juro por Deus que se você me chamar de louca mais uma vez eu vou te matar com as minhas próprias mãos! – explodo e ele me olha, tudo fica quieto – pq você está tão obcecado por esse plano? O que conseguimos com ele? Nada! Fomos a inúmeras festas, fizemos negócios e nada de conseguirmos a verdade! Talvez para você não sabia o quão agoniante é saber que toda a sua vida foi uma mentira e que a sua melhor amiga te apunhalou pelas costas mas para mim é! Eu só quero saber a verdade e você está aí preocupado com a porra dos negócios e depois a louca sou eu!?
- Ia dar certo! – ele diz me olhando.
- Não, não ia – digo brava – tudo começou errado, eles deixaram tantas pontas soltas e você não se aproveitou de nenhuma para tirar a máscara deles e toda vez que eu tentava você ficava bravo – completo – eu não aguento mais Niragi! Não tem plano para arruinar quando desde o primeiro minuto que colocamos em prática não estava certo!
E então continuamos a brigar, ele dizendo que quem estragou tudo foi eu e eu dizendo que tudo já tinha acabado a muito tempo e ficar lá ouvindo eles falando lorota e bebendo champanhe não iria trazer meus pais de volta. Tiro aquele vestido e coloco um jeans preto, camiseta justa preta e botas de salto pretas.
- Aonde você vai? – ele questiona e eu o olho, tiro a arma do quadril dele e coloco no meu.
- Arrumar essa bosta que você fez! – falo e saio dali, pego o carro e não sei para onde estou indo.
NIRAGI ON
Ellie sai pela porta, com as chaves do carro e com a minha arma. Ela estava fora de si, tinha acabo de socar a cara de Stephanie, havia até sangue nas mãos dela ainda. Me sento na cama e passo a mão pelo rosto, preciso encontrar ela. Pego meu celular e ligo para ela e quero gritar quando o toque vem da mesinha de cabeceira dela.
- Inferno! – falo comigo mesmo e encaro o celular dela. Não sei por onde ela deve estar, na casa dos Saragoça pode ser impossível, agora ele deve ter feito uma segurança perfeita na casa dele.
Batuco meus dedos na mesinha e vejo algo brilhar na gaveta, olho e abro e puta merda. Havia tantos remédios ali, antidepressivos, calmantes e uma porrada toda, havia até maconha ali. O choque daquilo me atinge, sento na cama com a cabeça girando e o celular dela na minha mão, abro o celular dela e começo a procurar alguma coisa, uma conversa, uma foto, um texto dela falando sobre isso mas não tem nada, nada de conversa, a galeria dela parece de uma mulher mãe superfeliz. Abro as notas e está lá, notas de socorro.
Tem ela assumindo que toma remédios e bebe/usa drogas para ter um “melhor efeito”, que toma aqueles remédios a muito tempo, notas falando do quão se sente mal por aquilo, notas dizendo que queria a verdade de toda essa situação. Ellie estava doente e eu nunca percebi, Ellie estava nos pedindo socorro e eu nunca a estendia a mão. O peso cai em mim, deixo ele me dominar, estou sem ar, tudo passa pela minha cabeça, os comportamentos estranhos, ela quieta demais, ela assustando quando eu a pegava perto da mesinha, ela chorando naquela madrugada. Ela estava gritando por socorro.
Sem pensar duas vezes peço um Uber e peço para ele me deixar duas ruas de onde eu realmente precisava estar, sim tínhamos conseguido achar um galpão abandonado para a máfia se reunir, vou andando até lá e assim que entro a primeira coisa que encontro que um monte de gente fazendo uma rodinha, vou me aproximando e por um acaso aquela cena me deixa chocado mas não surpreso. Ellie estava com um homem quase de idade sentado em uma cadeira, o coitado estava com o rosto cheio de cortes e todo suado, totalmente com medo.
- Pode dar um jeito nele – ela diz e se afasta do cara.
- Não me mate, por favor! – ele implorada.
- Como quiser – ela diz e se vira, mira a arma para o cara e pronto, o cara cai morto com um tiro na testa. Ela me olha – oi marido – diz meiga e eu penso quais remédios ela tomou para estar assim.
Ela passa por mim e vai até um cadeira onde se senta e me olha. Vou até ela e seguro os ombros dela, seus olhos estão vermelhos, ela está bem relaxada.
- Posso contar o que eu descobri? – ela diz rindo.
- E se eu contar o que eu descobri? – questiono e ela fica em alerta, me olha assumindo as coisas – pq você anda fazendo isso Ellie? Pq nunca falou comigo? Pq? – mexo os ombros dela e ela deixa cair uma lágrima.
- PQ EU TENHO TUDO SOB CONTROLE! – ela grita chorando, raiva misturado com tristeza, ela estava cansada disso tudo – e olha agora – ela diz secando as lágrimas – acabei de descobrir que a Stephanie e o Thomas realmente escondem alguém lá dentro quando há visitas e que aquele casamento vive a base do interesse – ela sorri – agora só temos que entrar lá e pegar eles – os olhos dela brilham – não é Niragi – ela implorava pela minha aceitação.
- Claro... claro – digo segurando o rosto dela que chorava.
- Agora é só entrar lá, dar uns tiros e tudo vai ficar bem – ela dizia fantasiando, estava totalmente fora de si. Ela me olha e não vejo a minha Ellie nela, apenas vejo uma Ellie doente e obcecada pela verdade. E então a abraço e ela se despedaça, chorando ali em mim. Segura seu rosto e beijo as lágrimas cansadas dela, uma por uma.
- Vamos fazer isso, meu amor, mas agora não – digo a abraçando forte contra meu peito – você precisa descansar um pouco antes.
- NÃO! – grita e começa se debater, não conheço essa Ellie em meus braços.
- Ellie, por favor – peço a tentando segurar pois agora ela queria a todo custo me bater, ela avançava com cansaço, com raiva, dor e tristeza. Ergo os olhos e confirmo com a cabeça e em alguns segundos tem uma agulha no pescoço dela e ela cai nos meus braços.
- Niragi... – ela diz sem forças.
- Me perdoa, mas é só seu bem – beijo a testa dela e a pego no colo. Seu corpo está super mole e sua respiração esta calma.
A partir daqui é tudo no automático e nem muito sentimento, a coloco no carro e vou até a casa, dou um banho nela parar tirar o sangue e o suor, coloco uma roupa confortável e a deito na cama. São só uma da tarde então eu vou cuidar da casa, fazer comida para as crianças e assim que elas chegam eu as alimento e dou banho. Faço algumas ligações e planejo tudo, vai dar certo, tem que dar.
São oito da noite e Ellie está dormindo ainda, coloco as crianças para dormir ao lado dela e agora é a minha vez de me alimentar e tomar banho. Coloco minha roupa que sempre uso quando vou fazer alguma missão com a máfia e quando o relógio marca 23:46 beijo minhas filhas e beijo Ellie, ela me avisando que sedativo tinha passado.
- Pode voltar a dormir, eu vou resolver tudo – beijo sua testa – vai dar tudo certo, vou te tirar dessa angústia – falo e saio.
Pego as armas e as equipo no meu corpo. Esse plano tinha tudo para dar certo mas caso desse errado, Ellie jamais me perdoaria.
ELLIE ON
Acordo e olho as horas. 8:17. O dia de ontem passa pela minha cabeça, não consigo sentir nada, é como se eu estivesse anestesiada. Me levanto e vou até a cozinha, ou tento pois há dois homens da máfia parados na sala, olho para Sora e Isamu que estão me olhando com a pior cara do mundo.
- O que foi? – questiono indo até eles.
- Sra. Suguru, ontem o Sr. Suguru saiu com a missão de invadir a casa dos Saragoça e infelizmente o plano falhou – ele diz com frieza.
- O que você quer dizer com isso? Ele está preso? – questiono nervosa.
- Sr. Suguru está morto.
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the choice
FanfictionSinto uma dor enorme em meu peito, ergo os olhos e só consigo pensar em uma coisa: - Filha da puta, eu confiei tanto em vc. Eu realmente pensei que nossa relação tinha mudado, como eu fui idiota. Naquele momento me passa um flashback de tudo que vi...