15- Como eu me esqueceria de você?

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NIRAGI ON
A morte do Chapeleiro me deixou um tanto quanto chocado, mas livre pq finalmente tinha acabado aquilo e agora as duas pessoas que eu admirava serão os líderes, a supremacia agora era da milicia e como foi bom poder dar ordens, ser respeitado novamente.
Confesso que descontei minha raiva naqueles dois hoje, não pensei nas minhas atitudes e puder ver Ellie assustada. Ela estava triste ou chocada pela morte e ainda mais chocada com o tanto de informações de hoje, afinal a hora da cerimônia eu pude sentir o nervosismo dela. Ela subiu para o quarto cedo, não pedi para ficar pq sabia que ela precisava de um tempo sozinha então fiquei com a milicia, mas após um tempo fui procurar ela.
- Ellie? - bato na porta do quarto dela e ninguém atende então puxo a maçaneta e vejo o quarto totalmente vazio, sem roupas e sem nada. Sorrio, pois, desconfiava que ela tinha mudado para o meu quarto. Fecho a porta e vou até o meu quarto, abro a porta devagar e vendo a escuridão que tinha lá dentro, ela estava deitada enrolada nas cobertas.
- Princesa? - chamo após entrar e se sentar na cama um pouco longe dela, ela se mexe - você estava dormindo? - ela murmura um "não" com voz de choro - você chorou muito? - ouço ela começar a soluçar - ei... posso me deitar ao seu lado?
- Se você for o mesmo Niragi de hoje de manhã sim, caso for o da votação e o do Arisu pode ir embora - ela diz soluçando, tento levar a mão ao seu ombro, mas ela se encolhe, ela estava com medo de mim.
- Você se assustou comigo hoje? - pergunto triste, não queria que a minha garota tivesse medo de mim, ela murmura um "uhum" - não precisa ter medo de mim meu amor, não vou ser assim com você, jamais.
- Você age por impulso, sempre - ela diz me olhando.
- Eu sei, me desculpa, eu sou o mesmo Niragi de hoje de manhã, aquele idiota lá só faz coisas ruins para te proteger - toco o ombro dela - você ficou assustada comigo batendo neles?
- Sim - ela volta a chorar - você não parava, aquilo doía meu coração - ela fala entre soluços e tira minha mão de lá.
- Minhas palavras foram muito duras, não foram? - ela balança a cabeça - desculpa... - limpo uma lágrima dela - não sabia que aquilo iria te abalar tanto meu amor, prometo te obedecer quando mandar - ela me olha - só não prometo de controlar antes de fazer, fico doido quando você está sobre qualquer tipo de ameaça, só quero ver você bem e que seja reconhecida como deve ser - limpo outra lágrima - mas eu sei que você pensa antes de agir e sempre vou esperar e obedecer sua ordem, me desculpa.
- Você parecia um... - ela não completa.
- Um monstro? - ela assenti - eu sei e sei também que está com medo de mim - pego a mão dela e levo ao meu rosto - não vou ser assim com você princesa, pode confiar - ela me olhava com os olhos cheios de lágrimas - eu te amo - digo olhando e beijando os dedos dela e ela que estava sentada pula em mim me abraçando e chorando de soluçar.
- Por favor, não faz mais isso - passo as mãos nos fios dela - não queria ter que terminar com você pq estava com medo.
- Desculpa meu amor - sussurro e beijo sua clavícula, ela desfaz o abraço e continua chorando - o que foi? - sinto uma culpa vim em mim e a puxo para o meu peito a abraçando - me perdoa, me perdoa - sussurro beijando sua cabeça e sinto as lagrimas descerem pelo meu rosto e logo ela abraça minha costa quando percebe isso - ah meu amor, me desculpa por ser esse idiota inconsequente, te amo tanto minha pequena.
- Niragi - ela me chama e eu a solto - calma, não estou mais com medo de você meu amor - ela limpa minhas lágrimas e me abraça.
Deito-me com ela na cama, ela se afasta a fazendo ver seus olhos.
- Seus olhos estão inchados - passo a polegar pelo rosto dela - os olhos do meu bebê são tão bonitos, mas agora estão inchados - ela dá uma risadinha me fazendo abrir um sorriso.
- To me sentindo culpada - ela diz e nós olhamos - por brigar com ele ontem e hoje ele está morto - ela volta a chorar e me abraça.
- Não é culpa sua, não se culpe por isso.
- Eu sei, mas dói tanto pensar nisso, se eu soubesse que seria a última vez que iria ver ele eu não teria dito que ele deveria morrer - ela chora no meu peito por longos minutos, tento a acalmar.
- Amor - ela me chama depois que ela se acalma e fica em silencio.
- Oi princesa - a respondo.
- Você acha que as pessoas voltam para o mundo real depois que morrem aqui? - ela pergunta fitando o teto.
- Acho que sim - fico na mesma posição que ela - e você?
- Eu também - ela respira fundo - acha que quando voltarmos, iremos lembrar de tudo? Você acha que estamos desaparecidos lá?
- Eu realmente não sei.
- Caso a gente morra aqui - ela fala e eu fito ela - acha que vamos nos lembrar um do outro?
- Como eu me esqueceria de você?
- Vamos fazer uma promessa? - ela pergunta e eu assento com a cabeça - caso a gente morra aqui e lembrar um do outro ou lembranças vagas, vamos marcar um local em comum para nos encontrar? Um ponto de encontro?
- Vamos - ela sorri - qual lugar? A Praia?
- E se a Praia só existe aqui? Tem que ser um lugar que todo mundo saiba.
- Uma loja?
- Hmm, Starbucks? - concordo com ela - e a estação Shibuya?
- Perfeito - dou um beijo na bochecha dela - temos que prometer também que não iremos mudar tanto nossa aparência.
- Aham - ela me puxa para cima dela e eu colo nossos lábios - te amo - ela diz separando os nossos lábios, sorrio.
- Eu também te amo - volto a beijar ela.

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