Capítulo 19- Faça isso parar, Ellie.

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- Ei! – a voz dele me faz voltar para a minha realidade.
- O que aconteceu? – pergunto e ele me olha chocado.
- Você foi assaltada e ele estava te batendo mas eu estava passando por aqui e vi – ele diz – sua sorte foi estar com roupa grossa então não quebrou nada, mas vai ficar dolorido um pouco – ele completa e eu aceito até lembrar do fato de: “como ele sabe que eu não quebrei nada?”
- Você... como sabe? Você me tocou? – questiono assustada e percebo que estou sentada dentro de um carro que está parado, minha porta está aberta e Niragi está me olhando por essa porta.
- Eu precisava saber – ele disse simples – não sou um pervertido, eu juro – completa e me entrega uma garrafa de água. De repente eu começo a chorar, meu cérebro me lembra do susto e eu estou me tremendo com as lembranças – ei, já passou – ele diz e então eu o abraço, estou agarrada nele chorando.
Niragi fica sem reação no primeiro momento mas depois ele acaricia a minhas costas e meus cabelos. Inspiro seu cheiro, é tão bom.
- Obrigada – sussurro.
- Não tem o que agradecer – ele segura meu rosto – posso te levar para casa para garantir sua segurança? – assinto e me solto dele.
Ele sorri fraco e fecha minha porta antes de dar a volta no carro e se sentar ao meu lado. O carro começa a se movimentar e minha cabeça está doendo, acho que ele bateu na minha cabeça. Fecho os olhos e tento controlar a minha respiração. Alguns segundos ou talvez minutos se passam quando ele toca meu ombro e eu me assusto.
- Chegamos – ele diz e me ajuda a descer do carro. Ele vai comigo até meu apartamento, minha bolsa está com ele então eu fico encarregada de abrir a porta. Assim que abro eu me jogo no sofá, estou exausta, minha cara está enfiada nas almofadas – você está bem? – ele pergunta e eu nego – o que você tem?
- Dor de cabeça – digo.
- Onde estão seus remédios? – ele pergunta e eu falo que todos estão no meu guarda-roupa, ele disse que iria pegar e eu aceito mas eu me lembro que ele não vai encontrar os remédios pelos nomes comuns pq eu não tomo remédios comuns, minha cabeça era diferente. Afinal não é todo mundo que desmaia no banho e sonha que teve oito anos de uma vida perfeita, então me levanto e corro até onde ele está.
- Não... não estão com nomes normais – digo e abro a porta de onde eles estão, pego os 4 frascos, vou tomar uma de cada um. Um para dor. Um para as alucinações. Um para me acalmar. Um para dormir.  Niragi me olha estranho e lê o nome dos remédios, ele deve estar achando que sou louca.
Engulo os remédios e me sento na cama. Nos escaramos.
- Você me perguntou se eu te conhecia de algum lugar e eu disse que não, mas você não me deu a oportunidade de me perguntar – ele diz me olhando e minha alma sai do corpo – então... você me conhece?
Nego. E ele percebe que é mentira. Pois eu não o encaro e pq estou segurando as lágrimas. Pq eu ia me lembrar de quem não se lembra de mim?
- Não importa, se eu contasse você me chamaria de louca – digo e me deito, fito o teto pois não consigo olhar para ele – muito obrigado pelo que fez hoje – digo ainda sem olhar para ele mas sorrio, ele está de pé na minha frente e provavelmente me olhando, não resisto e olho.
- Prometo não te chamar de louca, eu gostaria de saber a verdade – ele diz e eu me levanto, quero fugir dele, não quero tocar nesse assunto. Ele me segue pela casa.
- Não importa, Niragi – digo e ele me olha.
- Claro que importa.
Abro a porta para ele sair.
- Não, não importa – digo e ele olha para mim e para a porta. Meu coração se parte em mil pedaços.
- Importa, mas se você não faz questão se ser honesta comigo não posso fazer nada – ele diz e sai. Fecho a porta e desabo a chorar.

- Vamos logo – Isabelly diz puxando o meu braço, eu estou totalmente arrumada e maquiada, meu vestido curto e azul com um decote enorme e transpassado me faz questionar pq eu era assim. Eu passei dois dias dentro de casa, descontando toda a tristeza da última vez que me encontrei com Niragi no pote de sorvete de chocolate, até minha melhor amiga aparecer na minha porta.
Eu não contei a ela sobre Niragi, não contei que beijei ele, não contei que ele disse aquelas coisas e também não contei que foi ele que me salvou. Primeiro pq ela falaria:
“- Mulher, pq você está chorando por ter beijado aquele gato?”
E aí eu teria que falar do desmaio e isso me causava arrepios. Só contei que tentaram me assaltar e que ele foi o motivo de mim estar chorando. Ela entrou no apartamento com a missão, que ela mesmo nomeou, de “levanta amiga”. Ela me fez tomar banho, tirar meus pelos, lavar os cabelos, fazer uma make e me enfiar num vestido decotado. Agora iriamos para a balada.
- Não to a fim de dançar, amiga – digo e ela me olha enquanto destrava o carro dela. Eu precisava urgentemente para de gastar dinheiro com remédio para cabeça e comprar um carro, todo mundo tinha e eu não.
- Já disse, gata – ela abre a porta para mim – não precisa dançar, só precisa sair daquele quarto e beber um pouco, caso você dance um pouco já é lucro – ela diz enquanto entro e depois fecha a porta e sobe no carro.
Sorrio e olho para ela. Nossa, ela é tão linda. Ela é alta, pele morena, cabelos encachiados, tem o triplo de peito que eu tenho, tem uma cara de brava mas é um amor. Pensei que ela ia me bater quando olhou para mim na faculdade mas ela veio e elogiou o meu trabalho e desde então somos amigas, ela estimula o melhor de  mim e eu amo nossa amizade por isso. Ela é tão empoderada e forte que as vezes eu esqueço que sou mais velha que ela e tipo, nem parece, as vezes me sinto uma má influência para ela mas aí percebo que ela sempre está rindo e falando: “quero ser você quando crescer” mas na verdade eu quero ser ela. Ela é dedicada e decidida, quando quer vai e faz tudo com perfeição, sou tão cadelinha dela. Quando saímos é obvio que atraímos olhares por sermos gringas mas ela é diferente, as pessoas olham para mim e falam “olha, é gringa” mas para a Isabelly, eu juro que eu mesma falo isso quando vejo ela chegar em algum lugar, é tipo: “uau, ela é gringa”, a beleza dela é surreal. Às vezes eu agradeço por ela ser a minha amiga pq se ela fosse a minha inimiga eu teria crises de autoestima, não que eu não tenha com ela sendo minha amiga mas o fato é que ela não deixar eu pensar que sou feia, ela sempre briga comigo até eu me convencer que sou linda. É a única parte abusiva da nossa amizade mas ta tudo bem.
Chegamos na balada e assim que chegamos já pedimos um drink que ficamos num canto conversando sobre as coisas e falando mal das pessoas naquele lugar. Eu estava tão à vontade nessa noite, estava rindo.
-Tem um cara te olhando – falo a Isabelly e seguro o rosto dela para impedir o impulso de virar com tudo para ver – não assim, doida – rimos.
- Como ele é? – ela pergunta.
- Bonito – rimos – moreno e japonês -os olhos dela brilham. Era o tipo dela – ele está ao lado da entrada.
- Ta bom – diz animada e se vira devagar e vê o garoto, os olhos dela se arregalam. Ele pisca para ela e ela sorri.
- Vai mulher, não perde essa – digo e ela me olha séria – olha se você não for pq tem que cuidar de mim eu vou te bater, não sou criança – rimos – obvio que vou morrer de saudade mas pode ir lá – ela sorri e beija minha bochecha antes de sair correndo dali.
Eu e ela tínhamos um código de conduta, se uma estiver com outro homem a outra tem que ficar de olho e se desbloqueássemos o celular duas vezes era para ir buscar ela, se estalar os dedos era para se aproximar e sempre que for embora com ele deve avisar e mandar a localização. Começo a observar ela, nenhum sinal por uma hora e meia até meu celular vibrar.
“ele é gato demais! Vou levar ele para casa”
Rio e respondo:
“sei, sei, casa, você não me engana”
Ela manda uma figurinha e depois vejo ela saindo com o japonês gato dela. Rio e acabo com o meu drink e peço outro para continuar sentada observando o povo até que meu olhar parar em uma morena de vestido cinza brilhante, quer dizer, no cara que ela estava beijando. Meus olhos passam por eles de cima a baixo e quando eu olho para o rosto deles aquilo dói.
Niragi estava colado naquela garota, parecia que ia engolir ela e as mãos dele estavam desesperadas no vestido dela. Que cena horrível, eu precisava parar de ver mas nesse momento Niragi abriu os olhos e me viu, ele estava chocado e mesmo com a boca na dela o olhar dele passeava por mim mas ele logo sorri malicioso e agarra aquela garota e para de me olhar. Lembro de respirar e saio daquele lugar, Niragi tinha o dom de acabar com o meu dia, peço um taxi e chego em casa são quase uma da manhã, tiro a make e durmo desejando bem lá no fundo ser aquela garota.

Chego em casa depois da faculdade e num impulso rápido abro a janela, o vento frio me atinge me dando um frescor. Retiro a jaqueta jeans preta que estou usando acompanhada de uma camiseta preta, gola alta mas com as mangas curtas, bem coladinha do meu corpo e uma saia curta e meio rodadinho vermelha e preta. Num impulso também, olho para baixo e vejo Niragi, as cenas dele beijando a garota me perturbam e eu odeio isso. Ele sorri lá de baixo e eu reviro os olhos e saio da janela.
Abro a minha bolsa e começo a tirar alguns papeis que eu não iria usar amanhã quando alguém bate na minha porta, torço o nariz pq eu não tinha chamado ninguém, vou até a porta e abro. Não tenho nem um segundo quando Niragi avança em mim, nos meus lábios e eu retribuo, agarro o corpo dele, as mãos dele passam da minha cintura para a minha bunda enquanto a outra segura meu rosto.
- Faça isso parar Ellie – ele diz desgrudando nossas bocas e fecha a porta.
- Isso o que? – questiono.
- Eu penso em você, com frequência – ele me olha e eu esqueço de respirar, sério isso? – você manda eu parar de beijar você, não me conta uma coisa que é relacionada a mim, me manda embora da sua casa, consegue me fazer perder o tesão na gata que eu estava ontem só de me olhar e fica me olhando pela janela – ele diz e eu o olho – você é gata para krl.
E então ele me beija de novo, os lábios dele se encaixam com intensidade e sem pensar muito eu tiro a camiseta dele. Ele se afasta e me olha, estou com vergonha mas ele sorri. Olho para o corpo dele. São tantas tatuagens mas uma em específico me chama a atenção, aquela tatuagem do meio do peito dele, uma carta de copas sendo atravessada por uma flecha, no estilo oldschool. Lembro de Niragi, do meu Niragi na hora, estou olhando fixamente para ela e ele percebe.
- Também gosto bastante dela – ele diz - se quiser eu conto a história depois, depois que a gente... – eu rio
- Quero você me agradecendo depois – brinco e ele me beija de novo, as mãos dele sobem minha blusa e ele fita meus seios, ele não se aguenta e tira meu sutiã com uma presa. Ele só se acalma quando suas mãos e seus lábios estão neles.
Jogo minha cabeça para trás e gemo, alto e com um prazer enorme. O último cara que transei foi com um médico do hospício quando eu tive um surto sobre ser mãe e ser virgem. Seguro os cabelos dele e ele continua, passa a língua nos bicos e eu estremeço, estou louca por ele. Minhas mãos buscam, os botões da calça dele e quando acho me livro rapidamente e seu membro já está duro, rio dele
- Em que nível de tesão estamos falando aqui, Niragi? – pergunto rindo e ele solta os meus peitos e me pega no colo, junta nossas bocas enquanto vai até o meu quarto e me deita na minha cama – feche a janela – mando e ele faz e depois me olha por um segundo antes de voltar para mim.
Ele tira minha saia, ele está vidrado no meu corpo, passa a mão por cada centímetro como se fosse perder algo e eu estou gostando, gostando até demais dos toques dele. O rosto dele volta para o meu pescoço enquanto eu ergo meu quadril para ele retirar minha calcinha, após fazer isso ele tateia minha intimidade e me penetra com dois dedos. Eu grito seu nome e ele sorri.
- Meu nome fica lindo saindo da sua boca – ele diz descendo até seus lábios estarem lá embaixo, eu gemo com aquilo, é tão bom. Os lábios dele me beijam e a língua dele brinca no meu clitóris, estou gemendo e agarrando os cabelos dele quando ele para e me coloca de quatro para ele.
Respiro fundo quando ele me penetra, fundo e forte. Me preenche e eu nunca estive tão feliz na minha vida, é tão bom senti-lo de novo. Ou pela primeira vez, tanto faz. Talvez eu me arrependa depois.
- Mais forte – peço e ele agarra com mais força meu quadril, colo meu peito na cama e recebo um tapa superforte na minha bunda. Sorrio e gemo.
- Tão bom, porra Ellie! – ele diz batendo o quadril contra o meu. Eu quero mais dele, quero receber tudo, quero sempre dele, não quero perder o contado das nossas peles se esfregando nunca.
Ele agarra meu cabelo e me puxa para ele e gruda nossos lábios enquanto ele ainda me penetra num ritmo rápido, tiro meus lábios do dele para apoiar minha cabeça no ombro dele e gemer seu nome. Sinto tudo dentro de mim se apertar e logo eu estou no meu ápice, fraca e gritando o nome do cara que continua me penetrando com força.
Niragi agarra meu quadril com as duas mãos depois que joga meu peito na cama, ele consegue aumentar a velocidade e eu estou me explodindo de prazer enquanto ele se joga no meu corpo e logo sinto o membro dele dentro de mim se mexendo, ejaculando. Arregalo os olhos e fico desesperada.
- Niragi – digo quando ele sai de mim e olho para ele que está todo suado e ofegante, porém com os olhos brilhando. Ele ergue a camisinha usada e amarrada na ponta e eu sorrio aliviada.
Ele segura meu rosto e me beija com vontade enquanto ele deita nossos corpos na cama.
- Obrigada, Ellie – ele diz e eu rio com aquilo.

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