Capítulo 21- Você quer que eu seja real?

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- Ellie! Me desculpa, ok? – ele diz e eu me viro para ele – eu sei que deveria ter parado aquilo... mas eu não falei na intenção de te ver como um prêmio pq eu nunca faria isso com você.
Me viro totalmente, dou alguns passos para frente.
- Aí Niragi, toda essa situação me deixa puta pq eu nunca imaginei que você fosse capaz disso – faço uma pausa e ele tenta falar mas eu faço um sinal para dizer que não acabei e ele se cala – é tarde demais Niragi pq agora eu nem me importo mais só quero o quarto para mim ficar quieta lá remoendo o fato que eu fui a mais idiota dessa história toda!
- Como assim? – pergunta assustado.
- Isso Niragi – aponto para eu e ele – eu pensei que você fosse diferente, pensei que isso fosse como eu sempre pensei mas não Niragi, você não é uma projeção minha, isso não é real, você nem é real e eu sou uma puta de uma idiota do krl! – falo e provavelmente ele não está entendendo nada sobre esse papo de ser real mas eu sei que você que está lendo está entendendo.
Olho para cima e respiro fundo para não chorar, sinto ele se aproximar de mim e encaro ele.
- Você quer que eu seja real? – o encaro sem conseguir responder – vou mandar a real... faz mais de três meses que te olho todo santo dia naquela academia, você me chamou a atenção pelo simples fato que você ama se sentir viva e ser vista mas quando alguém te vê você tenta se encolher para passar despercebida, gostei pelo fato que você ficava me olhando mas fugia quando eu olhava de volta, gosto quando olha para as coisas com medo e curiosidade, você sempre olhou para mim assim – ele segura meu rosto – estou cada dia mais a fim de você desde quando você retribuiu meu beijo e depois saiu da minha casa com lagrimas nos olhos quando eu disse que não te conhecia, você tem algum segredo aqui dentro – ele toca na minha cabeça – e que não quer me contar e eu fiz como proposito da minha vida descobrir isso mas eu me apaixonei e para piorar você começou a me ignorar quando recebeu o mínimo da minha atenção – ele faz uma pausa – sou apaixonado em você, gosto da forma como escolhe as palavras para dizer qualquer coisa, gosto como você me olha como se já me conhecesse mas fica com o olhar surpresa por qualquer mínimo ato meu, gosto da forma que seu olhar brilha quando me vê e me faz sentir frio na barriga quando estou próximo, é real o bastante para você?
Então ele me beija de forma intensa, puxa meu corpo para ele e eu me entrego, dou permissão para a língua dele invadir minha boca e retribuo o beijo, minhas mãos vão para o cabelo dele e eu me jogo nos braços dele. Quero ficar aqui para sempre mas ele afasta nossos lábios e eu o encaro. Ele sorri.
- Olha, eu sei que parece um sonho um cara tão lindo igual a mim dizer que gosta de você mas eu realmente queria que você me dissesse se é recíproco – eu gargalho e ele me segura pela cintura – agora ela está rindo da minha cara depois de eu expor meus sentimentos, eu deveria ter ficado bebendo – rio e beijo ele.
Seguro o rosto dele e intensifico o beijo, ele agarra meu corpo, uma mão passeia na minha bunda e a outra puxa meus cabelos da nuca, sorrio e ele também. Saímos do cais e começamos a andar pela areia da praia enquanto conversávamos e rimos, a água batia no meu pé e voltava.
- Vamos entrar? – Niragi sugere e eu olho para ele.
- Agora?
- Pq não? – ele diz e eu tiro minha saída de praia, jogo ela na areia junto com nossos chinelos.
Niragi tira a camiseta e o shorts ficando apenas de sunga, olho o corpo dele de cima a baixo, juro que não tinha diferença entre eles, tipo só as tatuagens e o piercing na língua que era diferente. Olho para a tatuagem de carta e ele se aproxima e estende a mão dele para mim, seguro e começamos a andar. Quando a água está no meu joelho eu travo.
- O que foi? – ele pergunta me olhando e eu olho para ele pedindo para ele adivinhar mas ele continua a me olhar.
- Tenho medo do mar a noite – confesso e fecho os olhos, ele ri fraco e para na minha frente.
- Então eu vou te manter segura – ele desliza as mãos para debaixo da minha bunda e me pega no colo – entrelaça as pernas na minha cintura – pede e eu faço. Sorrio quando eu percebo o quão perto estamos, meu peito está no peito dele e minhas mãos envolta do pescoço dele, tiro uns fios de cabelo do seu rosto e ele começa a andar para dentro do mar, me concentro nos olhos dele conforme a água vai subindo.
- Me esqueci por um momento que a água da praia a noite é quente – falo e quando percebo a água está no meu peito, fecho os olhos com o medo.
- Você tem talassofobia? – ele pergunta e eu nego.
- É só medo de algum animal passar pelas minhas pernas, de dia conseguimos ver pq as águas aqui são limpas mas a noite não – respondo e ele sorri. Nos encaramos até eu segurar o rosto dele e beija-lo de forma delicada, ele me aperta em seus braços e eu sorrio, amo o jeito que ele me faz sentir desejada quando estamos juntos.
Volto a beijar ele, é um beijo lento e intenso, as ondas nos atingiam mas Niragi me segurava fazendo quase que com que a gente nem se mexesse. Aperto minhas pernas e meus braços nele enquanto nossas bocas não se desgrudavam por um minuto e eu estava cada vez mais nos braços dele, era tão fortes e seguros. Desgrudo nossos lábios e beijo o pescoço dele, ouço ele gemer rouco com aquilo.
- Ellie, uma onda... – ele tenta dizer mas é inútil, uma onda enorme nos atinge, minhas pernas se soltam de Niragi e eu afundo, fico ali até a turbulência causada pela água passar e Niragi me puxar pelos braços, olho para os cabelos molhados dele me entregando que ele também afundou, tusso para sair a água e seguro os ombros dele enquanto ele tira o cabelo do meu rosto – você está bem?
Assinto e olho para ele, ambos rimos com aquilo. Percebo que estou solta, apenas minhas mãos estão no ombro dele e as mãos dele está no meu pescoço.
- Vamos sair daqui – ele diz e me pega no colo de novo, vamos rindo até estarmos na areia, estou no chão mas colada no corpo dele – o mar ficou com ciúmes – ele diz e eu rio antes de sentar na areia.
Ele me olha e eu abro um pouco as pernas.
- Quer voltar de onde paramos? – digo e ele ri antes de se ajoelhar na minha frente e me beijar mas dessa vez é diferente, continua de uma forma lenda mas estão muito mais intenso, puxo o corpo dele para mim e me deito na areia. Minhas pernas voltam para o quadril dele e eu rebolo para sentir o membro dele petrificado.
Ele apoia uma mão na areia enquanto a outra ele descansa na minha cintura enquanto os lábios dele saem do meu e vão explorar meu corpo.
- Quer ir para o quarto? – ele pergunta e eu nego.
- Nunca transei na praia – digo gemendo aos toques dele.
- Eu também não, mas para tudo deve se ter uma primeira vez – ele diz e suas mãos caçam minha intimidade e quando alcançam me penetra dois dedos me fazendo arfar.
Ele começa a movimentar eles dentro de mim enquanto ele beija meu pescoço, meu coração bate rápido demais talvez deva ser pela adrenalina de estar transando em um lugar onde tem chances de alguém estar vendo. Sou rápida em tirar o membro dele na sunga e começar a masturba-lo fazendo ele encostar a testa na minha e gemer. Eu aumento o ritmo da minha mão e ele faz movimentos diferentes no meu ponto G com as mãos, estamos ambos gemendo e usando as mãos, ergo meu quadril para ele sinalizando que quero mais.
Solto o membro dele e ele tira as mãos super molhadas de dentro de mim, ele puxa minha calcinha de lado e me invade. Grito alto e ele continua, cada vez mais fundo, seu tronco desce até mim, nossos rostos ficam lado a lado, nossos peitos estão uma mistura de suor e água do mar, seu quadril bate no meu e eu gemo e aperto minhas unhas nas costas dele.
Ele gira os rosto e junta nossos lábios, nossas língua travam uma guerra por dominação. Subo as minhas mãos e agarro os cabelos dele e ele sorri.
- Se você continuar a me foder nesse ritmo a praia toda vai saber seu nome, Niragi – digo e ele sorri.
- Eu posso me acostumar com a ideia de ser conhecido – ele diz e enfia o pescoço na volta do meu pescoço e aumenta a sua velocidade.
Busco os lábios dele no instante depois e nos beijamos até eu sentir minha intimidade agarrar Niragi e depois estou gritando o nome dele enquanto uma onda de prazer me atinge até eu ficar fraca.
- Você morde os lábio e revira os olhos quando goza, sabe disse né? – ele pergunta e eu não tenho forças para negar – é coisa mais linda que eu já vi.
Rio e beijo ele que continua estocando em mim até gemer meu nome e chegar ao seu ápice.
- Você geme meu nome e coloca o rosto na volta do meu pescoço quando goza, sabe disso né? – o imito e ele ri antes de me pegar no colo e me levar ao mar. Grito quando ele me afunda de forma delicada – quer ir embora? Agora que a praia toda te conhece acho que daqui a pouco vão te pedir autografo ou talvez uma trepada.
- Eu deixo você pedir uma trepada no quarto para mim – ele diz saindo com nós da água  e eu rio.
Voltamos de mãos dadas, passamos pela festa e chegamos ao quarto. Tomamos banho e nos deitamos.
- Acha que alguém viu? – pergunto tocando a tatuagem do peito dele.
- O que? – ele me olha.
- A gente na praia – respondo e meus dedos passeiam pelo contorno da carta.
- Acho que não, mas se viu foi um belo espetáculo não? – rimos – você está preocupada caso alguém tenha nos gravado e jogado naquelas páginas de pornô no twitter?
- Nunca tinha pensado – rio – mas não ligo para isso – completo e ele segura meu rosto para depositar um beijo em meus lábios – pode me contar a história dessa tatuagem?
- Você realmente quer saber? – assinto e ele me puxa para o peito dele, ele desce as mãos pelas minhas costas nuas até a minha calcinha de renda e volta – eu tive um sonho uma vez, não sei onde eu estava, parecia um hotel mas não era convencional pq as pessoas andavam só de biquini e havia festa o tempo todo, eu lembro que fui sequestrado por um dos chefes de lá no meio do dia e ele me deixou preso em um lugar escuro, eu lembro de sentir medo pois ele me deixou lá e me torturaram, me ameaçaram por estar com a filha dele e na época eu nem estava com ninguém – o meu coração e o dele estavam acelerados – eles me bateram muito e me deixaram para morrer, era um lugar sem muita iluminação e bem quente, eu só me lembro de ter minha visão bem turva durante muito tempo, só foi quando eu voltei a enxergar direto que vi essa carta na minha frente, fiquei questionando o que significava, tipo no sonho mesmo, e na hora a porta foi aberta e essa mulher entrou, eu não sei quem era ela pq não lembro o rosto mas ela estava desesperada e na hora que ela me abraçou eu sabia que era a tal filha e meu coração se aqueceu, ela me tirou de lá e eu acordei, mas eu continuei sonhando com ela, sonhava com o sorriso dela e os cabelos pretos , por umas duas semanas e a carta sempre parecia e só quando eu parei de sonhar com ela a carta apareceu perfurada com a flecha, nunca mais vi ela em nada – ele completa.
Estou sem ar. É quando Chapeleiro sequestrou ele. Espero não estar tremendo.
- Nossa, você tem certeza de que não lembra do lugar ou dela? – pergunto.
- Nunca mais vi aquele lugar a não ser os sonhos, acho que nem existe – ele diz – a mulher é a mesma coisa, não lembro da voz dela e nem de nada, na verdade faz muito tempo que sonhei com isso que nem lembro bem do sorriso dela.
- Quanto tempo? – pergunto.
- Acho que quase cinco anos – ele responde e eu giro e abraço ele, de forma forte, quero chorar.
- Vamos dormir – peço e ele assente e toca no interruptor ao lado e tudo fica escuro. Ele se ajeita no meu corpo e sua respiração relaxa mas eu continuo assombrada pelo sonho dele.

No dia seguinte passamos o dia juntos bebendo e se divertindo na piscina e com os amigos dele. Eles eram tão engraçados com Niragi que minha barriga ao fim do dia estava doendo de tanto rir. Antes mesmo de começar a escurecer eu e Niragi partimos para casa, pois amanhã eu tinha projeto e faculdade. Ele para na frente do meu apartamento e eu desço da moto, entrego o capacete e a jaqueta de couro para ele, sorrimos.
- Se divertiu? – ele pergunta segurando o meu rosto e eu assinto – que bom – me beija devagar.
- O que você vai fazer amanhã? – pergunto.
- Trabalhar – ele diz e eu olho confusa.
- O que você faz no fim da rua? – pergunto.
- Meu irmão tem uma gang, eu passo lá para dar apoio moral mas eu trabalho de desenvolvedor de software e outras paradas me mexe com computadores, máquinas... enfim coisas tecnológicas  – me impressiono – de terninho e tudo – ele ri.
- Nossa – digo impressionada – você é um livro e eu estou doida para devorar tudo de você – digo e ele me puxa para um beijo.
Descobri muito dele nesse fim de semana e contei muita coisa também, menos a parte do desmaio e os oitos anos de uma vida com ele, ou algo dele.
- Obrigado – digo no ouvido dele e depois sorrio.
- Não precisa agradecer, eu amei passar o fim de semana com a designer que riu de mim quando disse meus sentimentos – ele diz e ambos rimos.
- Eu disse que era recíproco! – rimos de novo e eu o beijo. Nos despedimos e entramos.

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