Paciência tem limite.

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- Vocês se conhecem? - A Priya pergunta tentando aliviar a tensão.

- Infelizmente! - Digo dando de ombros.

- Eu não sabia que você era amiga de uma... - A Mirella para de falar quando eu a encaro.

- Uma o quê? - Eu pergunto com a sobrancelha arqueada.

A Mirella respira fundo e dá um sorriso falso para a Priya. As duas se sentam na mesa e começam a conversar entre si.

A Mirella conversa com todos da mesa (menos comigo, é claro). Enquanto ela conversa com o Castiel, ela ri e põe a mão em seu braço.

De certa forma isso me incomodou um pouco, não a ponto de me causar ciúmes, é claro. Só me deixou um pouco desconfortável.

Tá na cara que ela está dando em cima dele. Mas ao invés de sexual, ela só está sendo ridícula. A garota é chata pra caralho!

- Não esperava ver Maya Dixon aqui! - Ela se senta perto de mim depois - Achei que só frequentasse lugares proibidos - Eu reviro os olhos.

- Não sabia que sua mãe deixava você sair durante a noite, Mirella. Achei que você fosse muito nova pra isso - Digo debochada.

A família de Mirella sempre a tratou como uma criança. Talvez por ser a mais nova deles, ou porque ela é uma mimada. A questão é que eles sempre foram super protetores com ela.

- Eu não preciso da permissão de ninguém. Eu já tenho 20 anos! - Ela dá um gole em sua bebida.

- E como estão as coisas? Arrumou algum namorado? - Eu zombo.

Por ter uma família super protetora, e também por ser muito insuportável, ela nunca arrumou namorado. Acho que até hoje ela é virgem, se duvidar até BV ela é.

- Nunca se sabe, a vida é cheia de surpresas - Ela olha de soslaio para o Castiel - Mas e você? Continua pegando todo mundo? - Ela sorri cínica. Qualquer um que visse de fora acharia que somos amigas.

- Não todos, só os melhores. - Dou um sorriso convencido.

- Eu não sei o que o Peter viu em você. - Ela diz me olhando com desprezo - Parece bonita por fora, mas por dentro é podre.

- Claro que você não entende, Mirella. - Bebo um gole da minha bebida - Você nunca se apaixonou, nem ao menos namorou, se duvidar você ainda é virgem! - Ela arregala os olhos.

Ela se levanta brutalmente e me olha com a cara vermelha, uma mistura de vergonha e raiva ao mesmo tempo. Eu simplesmente a olho indiferente.

- Como ousa dizer uma coisa dessas, você não sabe de nada. - Eu dou de ombros.

- Ei, o que houve? - O Alexy pergunta. Todos da mesa nos olham confusos.

- Essa mulher é uma... - A Mirella me olha com ódio, enquanto a olho indiferente - Sua vadia! - Eu arqueio uma sobrancelha.

- Você me chamou de quê? - Pergunto séria e ela sorri debochada.

- Você se acha a última bolacha do pacote, a gostosona, a bruta que todo mundo deseja, a sexy do pedaço - Lhe dou um sorriso convencido - Mas não passa de uma vadia.

- Você deveria tomar cuidado com o que fala, Mirella! - Digo tomando mais um gole de minha bebida.

- Ou o quê? Vai me bater? - Ela pergunta debochada. - Tudo isso! - Ela aponta o dedo pra mim - Essas roupas, a forma de falar, o jeito de agir é só fachada. Você vive ameaçando os outros, mas não vale de nada. - Eu suspiro, minha paciência está acabando.

Deixo minha bebida na mesa e me levanto encarando a garota em minha frente. Cruzo os braços séria, e tenho certeza que todos do bar já estão nos olhando.

- Se você gosta de seu nariz, eu aconselho que pare de falar merda! - Ela revira os olhos.

- Porquê tudo isso? Você não gosta que te chamem de vadia? - Eu cerro minhas mãos em punhos - Talvez você prefira puta, ou vagabunda, ou delinquente, ou simplesmente assas... - Eu calo a boca dela com um soco em seu nariz.

Ela cai para trás com a mão cobrindo o rosto, e me olha com medo e raiva. Todos estão de olhos arregalados, surpresos e alguns até com medo.

- Eu te avisei! - Digo quando vejo o nariz dela escorrendo um pouco de sangue - A próxima vez que você falar merda, não vai ser só seu nariz que vai sangrar. - Eu a ameaço.

- Meu pai do céu! - Ouço algumas pessoas sussurrando.

- E vocês. - Todos me olham - Vão cuidar de suas vidas - Eu bufo.

Saio do bar a procura de um lugar para me acalmar. Eu posso ser convencida e indiferente quando quero, mas minha paciência tem limite.

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