1 semana depois
Visto um cropped preto sem mangas e coloco uma blusa arrastão com mangas longas por cima. Coloco uma calça rasgada e calço minhas botas.
Faço um rabo de cavalo alto, passo perfume, faço uma maquiagem básica e pego minhas coisas, saindo com minha moto até o Snake Room.
Fazia uma semana desde aquilo que aconteceu com o Nathaniel. E o resumo desses dias foram: séries, filmes e comida. Claro eu ainda saia pra trabalhar e me dedicava ao meu TCC, mas a maior parte da semana foi maratonar e comer.
Eu tenho dormido todas as noites ouvindo música, mas continuo tendo pesadelos que me impedem de dormir direito. Não vi o pessoal de novo, mas troquei algumas mensagens com eles, principalmente com o Cassy.
Hoje eu estava indo passar um tempo com o Castiel. Ele esteve bem ocupado nesses últimos dias, mas continuamos conversando bastante através de mensagens ou ligações.
Paro na frente do Snake Room e avisto o Castiel me esperando, o mesmo estava sem sua gravata e sem sua clássica jaqueta vermelha, mostrando suas tatuagens nos braços.
- Oi. - Ele me cumprimentou dando um beijo no canto da boca.
- E aí... você não teve ensaio hoje? - Ele nega.
- Estou de férias. Já faz um ano que isso não acontece. - Arregalo levemente meus olhos, surpresa. - Nos meus dias de liberdade, eu encontrava, compunha e ensaiava com o grupo. - Assenti.
- Você pode me explicar o que viemos fazer no Snake Room sendo que ele só abre durante a noite? - Ainda estamos no meio da tarde.
- Eu conheço o dono daqui e ele me emprestou as chaves. - Esperei ele me explicar melhor. - Eu queria te mostrar uma coisa mais... pessoal.
- Você não está planejando me matar e esconder meu corpo, não né? - Ele riu e negou com a cabeça.
- Venha logo... - Ele me puxou com carinho pelo pulso para entrarmos no Snake Room.
Ele me deixou sozinha no meio do bar e foi se esconder atrás do palco. Depois de alguns minutos senti suas mãos frias deslizarem delicadamente uma fita em volta da minha cabeça.
- Você confia em mim? - Ele perguntou sussurrando em meu ouvido.
- Depende... você pode me garantir que não é um assassino em série escondido, nem um alienígena disfarçado de Castiel? - Ele ri.
- Maya... - Pensei por um momento.
Algo no Castiel me despertava segurança e proteção, eu tinha vontade de contar meus segredos e saber os dele, queria me abrir para ele e que ele se abrisse para mim.
Eu sentia que não seria julgada por ele e que poderia contar com ele nos momentos mais importunos e difíceis. Então, sim, eu confio nele!
- Eu confio em você, Cassy. - Ele me segurou com firmeza pela mão e pela cintura, me guiando.
- Eu queria que você entendesse porque minha vida roda tanto em volta da música. - Ele me fez subir alguns degraus. - Subir no palco foi a coisa mais difícil que já tive que fazer. - Ele me fez andar mais alguns passos, dessa vez me guiando pelos pulsos, de frente para mim. - E, cada vez, sinto como se... eu fosse obrigado a fazer isso. - Ele me virou de costas para ele e passou alguma coisa em volta dos meus ombros. Senti o peso da sua guitarra forçar meus ombros.
- Caralho. - Não sabia que esse troço pesava tanto assim, é como se eu estivesse presa ao chão.
- É como se a guitarra me ajudasse... como se me prendesse, para não fugir. - O Castiel beijou meu pescoço e senti suas mãos em minha cintura, delicadamente.
Respirei fundo seu perfume e me encostei ainda mais nele. O Castiel tirou a fita de meus olhos e por um momento achei que ia ficar cega.
Os spots direcionados ao palco, batiam diretamente em nossos rostos. Tive que fechar rapidamente os olhos e depois abri-los novamente, tentando me acostumar com a luz.
- Você fica bem no palco... Talvez um dia você devesse subir comigo. - Ele comentou.
- Me explica uma coisa: Se você se sente obrigado a ficar no palco, porquê continua? - O Castiel sorriu para mim.
Ele colocou os dedos na guitarra e tocou as cordas de um jeito poderoso. O som que saiu pelos amplificadores era alto e potente, senti o interior da minha caixa torácica vibrar.
- Porque, quando a música começa, eu fico sozinho no palco. Só existe o som. Eu posso ser quem sou. É como uma droga. Posso não querer subir no palco, mas eu sempre sinto falta. - Ele me ajudou a tirar a guitarra dos meus ombros - É por isso que eu nunca vou poder ficar sem. - Nós nos sentamos na beira do palco.
Balancei meus pés que estavam pendurandos no vazio, enquanto um silêncio reinava entre eu e o Castiel. Mas não era um silêncio desagradável, mas sim, confortável.
Era como se não precisássemos falar para estar juntos, a presença um do outro já era o bastante. Olhei intensamente para o Castiel, ele havia mostrado mais um pouco dele para mim hoje.
Ele sempre foi do tipo reservado e solitário, que tinha poucos amigos, mas sempre os mais fiéis. Dificilmente ele se abria com alguém, era bom saber que ele confiava em mim para isso.
- Foi legal... você ter dividido isso comigo. - Peguei em sua mão, enquanto falava.
- V-você... não achou isso ridículo? Eu hesitei, mas... queria compartilhar isso com você. - Levei minhas mãos até seu rosto com delicadeza e o trouxe próximo do meu rosto.
- Você compartilhar isso comigo só mostra o quanto você confia em mim e... eu gosto disso. - O encaro intensamente - Isso só nós aproxima ainda mais, e acredite, isso não é nada ridículo. - Ele sorriu e deu um pequeno selinho na ponta do meu nariz. - Ok... vamos falar de outra coisa, porque isso foi sentimental demais. - Faço careta me afastando um pouco, fazendo com que o Castiel ria.
VOCÊ ESTÁ LENDO
UMA DOCETE DIFERENTE
Teen Fiction* Fancic de amor doce(Castiete) Maya Dixon volta depois de 4 anos a sua antiga cidade para terminar o seu curso. Ela mudou muito tanto por fora quanto por dentro. Maya agora é mais bruta, confiante e desaforada, sempre andando na sua moto. Apesar de...