UMA DOCETE DIFERENTE

CALEM ESSA BOCA...

- Ficou fácil entrar depois que você cansou de vigiar a porta! - Ele dá de ombros e eu reviro os olhos.

- Não foi o que eu perguntei! - Ele suspira pesadamente.

- Me desculpe! - Eu arqueio a sobrancelha - Você estava confusa sobre... aquela situação e eu sumi, sem lhe dar explicações.

- É sempre a mesma coisa, Nathaniel! Você vive me pedindo desculpas, mas sempre faz as mesmas coisas! - Ele revira os olhos.

- As coisas são complicadas demais para você entender. Eu entendo que você quer explicações, mas... - Eu o interrompo.

- O problema não é a falta de explicações, Nathaniel! - Ele me olha confuso - O problema é você viver descontando sua raiva em mim, só de eu me aproximar!

- Eu não faço isso! - Eu cruzo os braços e ele faz uma careta pensativa - Ok! Talvez, eu tenha feito isso algumas vezes... - Eu rio sarcasticamente.

- Talvez? Algumas vezes? - Eu zombo - Toda vez que me aproximo, você fala um monte de merda e se afasta, sumindo por sei lá quanto tempo... depois volta com a cara de cachorrinho abandonado, pedindo desculpas, para repetir tudo depois.

- Cachorrinho abandonado? É isso que você pensa sobre mim? - Ele pergunta irritado - Porra, Maya! Estou tentando ser sincero, tentando ser seu amigo... mas você esta aí falando merda! - Eu suspiro pesadamente.

- Não adianta, Nath! Não posso ser sua amiga se não te entender, e não posso te entender se você não me explicar sua situação! - Ele passa as mãos pelo rosto, cansado.

- É complicado demais e... perigoso - Reviro os olhos. Se ele soubesse tudo de perigoso que já passei - Eu preciso de um tempo para pensar!

- Você tem 2 minutos para me dizer o que tem que dizer, antes que alguém nos interrompa! - Eu disse calmamente e ele permaneceu calado por um tempo.

- Eu não acho que... - Somos interrompidos pelo som da porta se abrindo. Se psicológa não der certo, posso ser vidente! Pensei comigo mesma.

- Maya, a Ambre me perguntou se... - Ele para de falar ao ver o Nathaniel e arregala os olhos um pouco surpreso - Nathaniel? O que está fazendo aqui? Ele te machucou, Maya? - Arqueio a sobrancelha. Nathaniel me machucar? Até parece!

- Não! Seria mil vezes mais fácil o Nath se machu... - Sou interrompida pelo Nathaniel.

- Ambre? O que estava fazendo andando com minha irmã? Já não tem tietes suficientes para você levar para cama? Some e nos deixe em paz! - Vejo o Nathaniel cerrar a mandíbula, enquanto fala

- Vocês não vão começar a discutir por algo tão bobo, vão? - Pergunto indiferente, mas eles me ignoram.

- É mais você que tem esse tipo de reputação. Não, a Maya não parece estar bem. - O Castiel fala com raiva.

- Sou mentirosa, agora? - Resmungo comigo mesma.

- Nem pensar vou deixá-la sozinha com você. Você vai... - Eu o interrompo ao perceber seu tom de voz aumentando.

Não que eu me importe com eles discutindo. Mas não estou nem um pouco afim de perder meu emprego por causa desses dois idiotas infantis.

- Parem, vocês dois! Eu vou acabar mal com essa briguinha infantil de vocês - Eles me ignoram, continuando a bater boca. - Dou 3 segundo para vocês calarem a boca! - Eles continuam a me ignorar. - 1...2...3! - Eles ainda nem me olham.

Estico meus braços de forma que meus cotovelos vão parar com tudo em suas barrigas. Já que eu estava praticamente no meio deles, consegui acertar em cheio, em ambos!

- Você tá louca! Isso doeu, merda! - Ouço os dois resmungarem de dor.

- Eu avisei para calarem a boca, mas como sempre vocês não me escutaram. Eu só vou repetir mais uma vez... PAREM COM ESSAS BRIGUINHAS IDIOTAS E INFANTIS! - Falo um pouco mais alto a última frase - Tudo bem vocês brigarem, mas façam isso longe de mim!

- Seria bom se você parasse de falar com a gente como se fossemos crianças. - Ouço o Nathaniel resmungar baixo.

- Você age como se mandasse em alguém, mas não percebe que isso não afeta ninguém - O Castiel me olha irritado. Se tem algo que ele odeia é alguém mandando nele! - Não estamos mais no ensino médio, Maya. Não esperamos você para viver a nossa vida!

Se ele acha que pode falar comigo desse jeito, ele está muito enganado! Se tem algo que somos parecidos agora, é que eu também não levo desaforo para casa.

- Quer saber? Eu estou cansada de vocês dois e de suas briguinhas sem fundamento. - Apontei para os dois. - Se querem brigar até arrancar o pescoço um do outro, por mim tudo bem. Mas nem a pau eu vou deixar vocês estragarem meu trabalho, nem descontar essa idiotice em mim! - Me virei para o Castiel. - Você não tem o direito de falar comigo assim. Nunca mais me trate como se eu fosse uma de suas fãs malucas e bobocas. - Me virei para o Nathaniel - E você, me procure quando realmente tiver algo para me dizer. Eu posso ter ido embora e sumido por aí, mas se algum dia vocês tiveram um pingo de consideração por mim, CALEM ESSA BOCA DE MERDA!

Saio dali batendo a porta, diante da expressão de surpresa e choque em seus rostos. Assim que entro no salão, tento me acalmar andando entre as pessoas.