Apenas... faça!

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Quinta-feira

Já era o fim do dia e eu estava esgotada. Passei a tarde inteira cuidando do café e agora estava preparando tudo para fechar. Levei todas as mesas para dentro e arrumei tudo.

Assim que fechei o café, senti uma mão em meu ombro. O que me fez virar instantaneamente, com os punhos cerrados. Afim de bater em quem ali estivesse.

- Ei! - Ele segurou meu braço, antes de eu poder atacá-lo - Sou eu, Nathaniel! Relaxa, Maya. - Eu suspiro e me afasto dele.

- O que faz aqui a essa hora? - Perguntei indiferente.

- Eu...pensei muito sobre o que você me disse na última vez que nos vimos - Eu arqueio a sobrancelha - Eu queria que você me entendesse... E que me deixasse um tempo - Ele suspira - Eu entendo que você precise de explicações, só que essas coisas precisam de tempo e eu juro que estou me esforçando, mas... - Eu o interrompo.

- Mas você ainda não pode me contar! - Eu digo simplesmente, sem nenhum tom de julgamento em minha voz.

- Não é uma coisa muito fácil de se falar, sem contar que implica muitas outras coisas. Mas falaremos disso na hora certa! - Eu assinto.

- Tudo bem, Nathaniel. Leve o tempo que precisar, com tanto que você não fique descontando suas emoções em mim... eu entendo! - Ele me olhou surpreso.

- Não imaginei que você levaria isso tão bem! - Eu sorrio ladino.

- O que você esperava? Que eu arrancasse seu braço? Posso fazer isso se quiser - Ele ri - Mas agora falando sério! Sei que não parece, mas eu te entendo... também já fiz coisas que muitas pessoas me julgaria por isso. - Dou de ombros - Você só precisa de tempo e espaço pessoal para falar sobre algo difícil para você... tudo bem!

- Você virou uma garota misteriosa, né? - Eu balanço a cabeça em negativa, enquanto rio. - Bom... de qualquer forma, obrigado pela paciência.

- Disponha! - Eu sorrio - Preciso ir... a gente se vê por aí, Nathaniel! - Eu me viro e vou em direção do meu apartamento.

Sexta-feira

Termino meu banho, passo um perfume e um creme de pele. Visto um espartilho preto com uma jaqueta de couro por cima. Coloco uma saia, uma meia-calça e calço minhas botas de cano longo... tudo preto.

- Olha ela! - A Sarah entra no quarto e me analisa - Tá indo para onde gata desse jeito? - Dou de ombros.

- Vou tomar uma bebida no Snake Room. - Ela me olha desconfiada.

- Você está toda arrumada só para tomar uma bebida? Sei... quem vai com você? - Eu bufo.

- Castiel - Eu resmungo e ela abre um sorriso enorme - Mas isso não significa nada... só vai ser uma saída de amigos - Faço careta pela forma estranha que a frase saiu.

- Fala sério, Maya. Nem mesmo você acredita nisso... é óbvio que é um encontro! - Eu reviro os olhos. - Bom... de qualquer forma eu já estou de saída. Ia te chamar para sair com a gente, mas você parece ter planos beeeem melhores.

- Vai logo, Sarah e para de me encher a paciência - Ela ri e saí do quarto.

Termino de me arrumar, deixando meu cabelo solto e passando uma maquiagem leve para noite.

Narração do Castiel

Ando apressadamente até o apartamento da Maya. Nós tínhamos combinado de nos encontrarmos no Snake Room, mas eu tive que mudar os planos.

Acabamos de lançar um vídeo novo do Crowstorm, que está fazendo bastante repercussão. E agora faz meia hora que estou tentando despistar uma bando de tities loucas.

Passo por várias ruas tentando sumir da vista das garotas que estão me pedindo selfies por todo o lado. Consigo chegar no apartamento da Maya, completamente sozinho.

- Castiel? - Paro ao ouvir a voz da Sarah, amiga da Maya - Tudo bem? - Eu assinto.

- Oi Sarah, Arthur! - Cumprimento os dois. - A Maya está? - A Sarah abre um sorriso gentil.

- Sim, ela já deve ter terminado de se arrumar - Ela abre a porta de seu apartamento. - Você pode esperar ela na sala, aposto que ela não vai se incomodar.

- Obrigado! - Eu entro no apartamento e fecho a porta - Maya? - A chamo e logo vejo ela descendo as escadas.

- O que faz aqui? Não íamos nos encontrar no Snake Room? - Demoro um pouco para responder, pois fico a analisando.

Aquele visual todo preto a deixou extremamente sexy, destacando seus olhos azuis e sua boca com um batom vermelho.

Meu desejo por ela pulsava forte em minhas veias e senti algo reacender lá em baixo. Minha respiração estava profunda e minhas mãos suavam.

- Castiel? - Eu saio do meus desvaneios ao ouvir sua voz novamente e conto tudo que aconteceu.

- Foi isso - Eu suspiro e ouço algumas batidas fortes na porta - E parece que não vamos nem sequer poder sair daqui. - Ela levanta e vai até a porta, a trancando. - Pff... imagino que não era o tipo de noite que você estava esperando - Ela dá de ombros.

Eu queria passar um tempo com ela, para podermos nos divertir. E agora estamos presos, por causa de um bando de garotas bobas.

- Não tem problema, Castiel! - Ela diz indiferente. - Se você quiser eu posso socar cada uma delas - Ela sorri maroto e eu nego com a cabeça, rindo.

- Não quero que você bata em minha fãs, Maya! - Ela dá de ombros e pega seu celular.

- Qual é o nome do clipe de música que vocês lançaram? - Ela me estende o celular e eu procuro o vídeo na Internet.

Entrego novamente o celular e ela assisti tudo atentamente. Ela permanece com a expressão neutra, mas eu não fico observando todas suas reações.

O Clipe é um pouco mais potente e sombrio do que nossas últimas músicas. Parece uma curta metragem, aonde eu vou atrás de uma mina que no final tenta me envenenar.

Eu não estava muito animado para o vídeo, mas a maioria do pessoa havia aceitado, então acabei fazendo. De qualquer forma o clipe ficou incrível.

- Ficou maneiro... - Ela se sentou no sofá - Você viu os comentários? - Eu nego - "Casa comigo, Castiel", "Como ele é perfeito", "Super sexy", " Quero ter três filhos e um cachorro com ele" - Ela começa a rir - Tão... ridículo! - Eu me sento ao seu lado.

- Olha ela com ciúmes... - Ela ri e nega com a cabeça. Assim que para de rir, ela me analisa.

- Eu não te entendo, Castiel! - Eu espero ela continuar. - Porquê está aqui? Porquê de todo o lugar que você poderia estar... você está justo aqui em meu apartamento? - Ela me olhava com uma expressão intrigada.

Talvez porque eu goste de você. Talvez porque eu goste de sua companhia. Talvez porque eu nunca deixei de estar apaixonado por você.

E todos os dias desde que ti vi tenho te desejado e pensado em você o tempo todo. Talvez eu seja um idiota apaixonado.

- Eu poderia estar em qualquer lugar, com qualquer pessoa... mas eu estou aqui... com você - Eu coloco minha mão em cima da dela - E é com você que eu queria estar essa noite. - Eu encaro seus olhos.

- Isso foi tão... bobo. - Ela começa a rir e eu a acompanho. Paramos de rir e nós encaramos.

Me aproximei dela e analisei seu rosto até parar em sua boca. Levo minha mão até sua bochecha, a acariciando, enquanto ela apenas me encara.

- Será que... - Pergunto com certo receio, mas ela me interrompe.

- Não pergunte. Apenas... faça! - Me aproximei ainda mais, para selar nossos lábios.

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