Esse é o resumo da minha vida

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A Rosalya ficou em silêncio, enquanto eu contava algumas coisas que aconteceram comigo. A única coisa que não contei a ela foi sobre o Peter, porque não gosto de falar sobre isso.

- Peraí... deixa eu ver se eu entendi! - A Rosalya me encara - Na noite que você conheceu o Arthur e a Sarah, você foi... violentada - Ela fala a última palavra em um sussurro - Depois disso você começou a mudar, tanto no estilo, quanto na personalidade!

- Exatamente! - Ela respira fundo antes de continuar.

- Aí você descobriu que o Arthur era líder de uma gangue e começou a participar de corridas ilegais. - Eu assinto em concordância - E agora que vocês se mudaram, um líder de outra gangue está ameaçando o Arthur.

- Pois é. Esse é o resumo da minha vida! - Ela fecha os olhos e respira fundo, como se estivesse engolindo a informação.

- Eu lamento... imagino que não deve ter sido fácil passar por tudo isso! - Eu dou de ombros.

- Não foi! - Eu suspiro - Mas é como aquele ditado... - Faço uma expressão pensativa. - O que não te mata, te fortalece! As coisas ruins acontecem para que você se torne mais forte.

- O cara que te... violentou... o que aconteceu com ele? Você o denunciou? - Dou de ombros.

- Eu não o vi mais, desde aquele dia. - Respondo indiferente. - Eu até cheguei a denunciá-lo, mas não deu em nada - Eu suspiro.

- Mais isso é muito injusto! - Ela diz com certa revolta.

- Eu sei! - Dou de ombros novamente. - Mas eu segui em frente e deixei essa história para lá. Eu não ia estragar minha vida por causa daquele filho da mãe.

- Você ainda participa das corridas? - Eu balanço a cabeça em negação.

- Quando me mudei para cá, deixei tudo isso para trás, assim como o Arthur! - Ela me analisa.

- Sente falta? - Eu sorrio ao me lembrar das corridas e das minhas vitórias.

- Um pouco. Eu adorava toda aquela adrenalina! - Eu suspiro - Mas as preocupações e problemas foram maiores que o meu prazer... então decidir mudar um pouco. - Ela sorri para mim e eu retribuo.

Nós conversamos mais um tempo. E em momento algum a Rosalya me julgou, ela apenas escutou e me perguntou algumas coisas.

Recebi algumas visitas durante o tempo que estive aqui e só recebi alta no final da tarde. Assim que sai da enfermaria fui direto para meu apartamento.

***

Visto uma camisa preta com a estampa da Nirvana que bate um pouco antes dos meus joelhos, coloco um shorts curto por baixo e pego uma jaqueta jeans.

Calço minhas botas pretas, pego minha bolsa, óculos de sol e saio para encontrar com os meus pais na minha sala.

- Isso é seu, minha pequena! - Minha mãe me entrega uma caixa e eu a encaro - São algumas coisas suas que você deixou lá em casa. - Faço careta.

- Depois eu abro! - Eu deixo em um canto qualquer da sala - Vamos antes que eu desista desse passeio. - Nós saímos do meu apartamento,  juntos.

- Maya? - Ouço a voz do Nathaniel e me viro dando de cara com ele. - Tudo bem? Eu soube o que houve. - Sinto a minha raiva por ele reaparecer.

- Precisamos ter uma conversinha, Nathaniel! - Digo séria e ele me encara confuso.

- Cof... cof! - Meu pai força uma tosse para nos chamar a atenção. - Desculpe se estivermos atrapalhando. - Ele encara sério o Nathaniel.

- Quem é seu amigo, Maya? - A minha mãe pergunta sorrindo e eu reviro os olhos.

- É o Nathaniel, mãe! Ele estudou comigo no ensino médio. - Tanto minha mãe, quanto meu pai arregalaram os olhos, surpresos. Eles chegaram a conhecer o Nathaniel em uns eventos da escola.

- Sr. e Sra. Dixon! - Ele cumprimenta, meio desconfortável - Eu não queria atrapalhar. - Ele me encara por um instante - A gente conversa depois, Maya! Até mais. - Ele sai apressadamente.

- Ele parece... mudado! - Eu dou um meio sorriso, dando de ombros.

- Ele não foi o único, não é mesmo? - Pergunto me referindo a mim mesma e volto a andar para evitar as perguntas deles.

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