O resto do dia foi tranquilo. Tirando o fato do Hyun me ligar e mandar mensagem o tempo todo, perguntando se estava tudo bem.
No meio da tarde o café encheu de gente, e a Priya estava passando por ali então decidiu me ajudar. Eu ria da maioria das coisas que ela fazia.
***
- Quer ver um filme? - A Sarah pergunta no batente da porta - Tô precisando relaxar, trabalhei o dia inteiro.
- Eu também! - Pensei um momento. - Tô afim de ver um filme de terror. - Ela faz cara feia.
- Não podemos ver um romance? Você sabe que eu não curto terror! - A olho debochada - E se assistimos um de cada? - Eu fiz careta.
Eu não tinha nada contra romance, mas também nada a favor. Eu não gostava de toda aquela melação e clichê. Eu já gostei bastante de romance, mas meus gostos mudaram muito com o tempo.
Hoje em dia os meus gêneros preferidos são mistério e ação. Eu também gosto de terror,aventura e comédia. Mas excluía da lista romance e musicais.
- Que tal virmos de comédia? - A Sarah sugere.
- Pode ser! - Dou de ombros.
Assistimos um filme de comédia chamado um Espião e Meio, ou sei lá qual é o nome desse filme.
- Sarah! Tira a mão da minha Nutella! - Eu gritei já irritada e ela ria.
A Sarah sabia que eu odiava que encostassem na minha comida, então ela fazia só pra me irritar. Eu peguei uma almofada e bati na sua cara.
- Ei! - Ela fez o mesmo e logo estávamos numa guerra de travesseiros.
3 anos atrás...
Eu não conseguia parar de chorar, eu queria sumir no universo, mais nada me importava só a dor que eu sentia naquele momento.
Ouço passos perto de mim, mas não me movo. Alguém se agacha ao meu lado, mas eu não dou nem ao trabalho de virar o rosto.
- Oi! Eu me chamo Sarah - Uma garota de cabelos curtos falava comigo - Eu lamento o que aconteceu com você! - Eu a olhei enquanto as lágrimas desciam - Eu sei que você está traumatizada e que nada importa nesse momento para você - Eu soluço - Mas você não pode ficar aqui! Eu posso te ajudar? - Eu não digo, nem faço nada - Eu quero te ajudar! Mas você vai ter que confiar em mim - Ela pegou na minha mão - Deixa eu te ajudar nessa dor!
Eu a olhei nos olhos. Eu não a conhecia, mas sentia que podia confiar nela. Nos seus olhos algo me reconfortava, como se ela soubesse bem o que eu estou passando.
Eu não a conhecia, mas mesmo assim me levantei com a sua ajuda, disposta a deixá-la me ajudar. De qualquer forma eu não me importava com o que poderia acontecer.
- Esse é o Arthur, meu irmão! - Ela apontou para um garoto ao seu lado que se mantia sério.
Nós andamos em direção a casa deles, o silêncio reinava o caminho todo, tudo que eu fazia era chorar, enquanto Sarah me abraçava de lado.
Ao chegarmos na sua casa, que era simples, com uma sala, uma porta que possivelmente dava na cozinha. E um corredor com três portas.
A Sarah me trouxe uma toalha e roupas limpas e me mostrou onde fica o banheiro, ela disse que eu me sentiria melhor.
Depois do banho ela me deu um chá servido com bolachas. Mesmo eu não estando com nem um pouco de fome.
- Vai te fazer bem! - O Arthur disse - Qual o seu nome? - Ele aproveitou que eu estava mais calma e me perguntou.
- Maya! - Eu disse num sussurro e comi algumas bolachas.
Eu e a Sarah fomos para um quarto depois, pelo visto era o seu quarto. Ele era branco cheio de objetos roxos, não reparei muito, só me sentei na cama.
- Obrigada! - A Sarah me olha surpresa - Vocês estão fazendo tudo isso por mim, sem ao menos me conhecer. Então, obrigada! - Ela me dá um meio sorriso.
- Eu já senti o que você está sentindo! - Ela senta ao meu lado na cama - Eu também fui estrupada uma vez - Ela abaixou a voz - Eu me senti um lixo, um objeto inútil, algo que se brinca e se joga fora. - Seu olhar estava distante - Eu queria ter alguém para ter me ajudado, mas não tive. Mas eu fico feliz em ajudar alguém que passou pela mesma coisa que eu - Ela sorri triste - Não vai ser fácil, Maya! Isso tudo ainda vai doer muito em você, mesmo quando o tempo passar - Eu senti meus os olhos lacrimejarem - Mas se te tranquiliza, pode contar conosco com o que precisar. - Eu comecei a chorar.
Me deitei na cama e encostei a minha cabeça nas suas pernas, peguei no sono enquanto ela me consolava.
Eu podia não a conhecer, mas a partir daquele momento ela virou Minha Melhor Amiga!
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UMA DOCETE DIFERENTE
Ficção Adolescente* Fancic de amor doce(Castiete) Maya Dixon volta depois de 4 anos a sua antiga cidade para terminar o seu curso. Ela mudou muito tanto por fora quanto por dentro. Maya agora é mais bruta, confiante e desaforada, sempre andando na sua moto. Apesar de...