Estamos ferados!

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Sinto meu celular vibrar em meu bolso, antes mesmo de eu sair de casa. Eu havia recebido um e-mail... É a resposta para um dos estágios onde me candidatei.

Era um e-mail curto, mas bem claro... eu tinha conseguido! Era um estágio fora da cidade com duração de seis meses.

Eu havia me candidatado em vários lugares afim de aumentar as minhas chances de conseguir um estágio. Não era um trabalho dos sonhos, mas seria um tipo de experiência a mais.

Porém se meu estágio correr bem tem uma grande chance de se transformar em uma contratação. Meu coração pulsou forte em meu peito e meu estômago embrulhou.

Seriam seis meses longe daqui, mas não era essa a minha preocupação. A ideia era eu poder ir nos festivais do show do Crowstorm para passar mais um tempo ao lado do Castiel.

Aparecer em um show ou outro, apenas para matar a saudades e não nos afastarmos tanto assim... Mas de qualquer forma isso não mudaria muita coisa.

Quer eu esteja aqui ou não... O Castiel sempre estará em turnê, enquanto eu vou estar sempre em outro lugar. A distância entre a gente é inevitável.

Eu tenho medo... medo de como vamos reagir a isso, medo de perdê-lo, medo de fazermos as mesmas coisas que fazíamos na última vez.

Brigas, ciúmes, saudades e afastamento... Tudo isso me machucou profundamente na época. Eu sei que as coisas são diferentes agora, somos mais maduros e nossos sentimentos mais fortes.

Mas é inevitável eu me sentir insegura com o nosso futuro. Nós temos que falar sobre isso o mais rápido possível, precisamos definir como as coisas vão ser lidadas.

***

- Ele é tão fofinho! - A Rosalya acariciou o cachorro em nossa frente.

Os proprietários do abrigo nos receberam de braços abertos e nos mostraram vários cachorros. Um em especial me chamou a atenção.

Era um filhote de cane corso, ele nos recebeu com muita alegria e carinho. Ele era acizentado com olhos azuis, de raça pura.

Ele já era um pouco grandinho e pesadinho, mas era uma gracinha

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Ele já era um pouco grandinho e pesadinho, mas era uma gracinha. A moça que trabalhava ali me deu todo tipo de informações que eu precisava.

O cachorro não parava de correr ao meu redor e eu realmente gostei dele. Era impossível não se deixar levar por uma fofura dessas.

Na hora de irmos embora os proprietários me venderam uma coleira, já que a caixa parecia ser um pouco pequena demais para o filhote.

Voltamos de ônibus mesmo, já que o motorista era simpático permitiu que eu levasse o cachorro no meu colo durante o trajeto.

- O Castiel vai adorá-lo. Olha que fofura! - A Rosalya comentou.

- Talvez ele me odeie... Eu acabei de tomar uma decisão por ele, sendo que o Castiel odeia isso... - Dou de ombros. - É uma loucura, mas eu nunca fui uma pessoa muito sensata mesmo. - A Rosalya ri.

- Se o Castiel não gostar, faz o cachorro mijar no apartamento dele. - Rio.

- Ei...até que gostei da ideia! - Brinco. - Mas falando sério, mesmo se o Castiel não quere-lo, não pretendo me livrar dele. - Observei o cão dormindo em meu colo. - Olha como ele é fofo! - A Rosalya riu novamente.

- Você é mais fofa com um cachorro do que com uma pessoa! - Acaricio a cabeça do cachorro com a ponta dos meus dedos.

- Animais são bem mais adoráveis e amáveis do que os seres humano. - Ela dá de ombros.

O ônibus nos deixou no parque e cada uma seguiu o seu caminho. Assim que cheguei no apartamento do Castiel abri a porta com uma chave reserva que ele havia me dado.

O Castiel não estava no apartamento e logo eu tranquei a porta, deixando a chave na fechadura. Talvez ele chegue mais cedo, então prefiro evitar ser surpreendida.

Ainda não sei como o Castiel vai reagir a isso, então o melhor é eu me preparar mentalmente para isso. Verifiquei o apartamento, me lembrando de fechar as janelas.

Tudo para manter o animal em segurança. Então soltei o mesmo da coleira e ele começou a pular em mim, enquanto abanava o rabo.

- Você parece feliz em estar aqui! - Me agacho até sua altura. - Se o Castiel não gostar de você ele é um idiota completo!

- AU!AU! - Ele late animado. Acho que ele concordou comigo!

- Vai! Pode conhecer seu novo lar. - Me levanto e o cachorro começa a cheirar em tudo qualquer canto.

Não pude conter a risada ao ver o cachorro empenhado em cheirar um tênis velho do Castiel perto da cama. Aproveitei o momento para colocar sua comida e água em um canto.

- Ainda precisamos de um nome para você... - O cachorro me olhou, intrigado e levantou uma das pernas.

Aregalei os olhos ao vê-lo preparado para urinar em cima do lençol que estava caindo no chão. AGORA SIM O CASTIEL VAI ME MATAR!

- Nem pense nisso! - O reepriendi e peguei a coleira dele, para levá-lo no parque. - Acho melhor darmos uma ida ao parque antes que você acabe urinando em um dos móveis do seu dono! - Prendi a coleira no cão e sai rapidamente do apartamento.

Chamei o elevador e coloquei o cachorro debaixo do meu braço esquerdos, para andarmos no elevador. Quando a porta abriu meus olhos arregalaram com a surpresa.

Encontrei um ruivo que arregalou seus olhos assim que me viu, revesando seu olhar entre mim e o cachorro debaixo de meu braço. O Castiel estava com sacolas nas mãos, me olhando com incompreensão.

- O que é que... - Sorri totalmente sem graça. Eu esperava ter um pouco mais de tempo.

- E aí... - Eu não fazia ideia do que dizer ainda.

De repente senti um líquido quente molhando as minhas roupas e escorrendo pelas minhas coxas. SÓ PODE ESTAR DE BRINCADEIRA COM A MINHA CARA!

- O que é isso, Maya? - Suspirei diante a pergunta do Castiel.

- Um cachorro, Castiel! Um cachorro que acabou de urinar em mim! Você não está vendo? - Ele arqueiou a sobrancelha.

- Me diga que é o filhote de um de seus amigos que você concordou em ficar. - Mordi o lábio inferior.

- É um pouco mais complicado do que isso...! - Seu rosto assumiu uma expressão séria e irritada.

- Leve-o ao parque para ele urinar! Mesmo que já tenha feito, ele deve associar o exterior a essa necessidade, agora mesmo! - Ele está brincando, né?

- É sério? Eu estou encharcada, Castiel! Como você espera que eu saia desse jeito?

- Agora! - Ele entrou em seu loft e fechou a porta atrás de mim com força.

- Estamos ferados! - O filhote lambeu meu rosto alegremente, me fazendo suspirar.

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