UMA DOCETE DIFERENTE

Não tenho medo dele mesmo...

Visto um cropped preto curto com uma calça jeans rasgada e um casaco amarrado em minha cintura. Calço minhas botas de coturno e finalizo colocando uma jaqueta de couro.

Ponho uma gargantilha em meu pescoço e um colar com pingente de cruz. Coloco meu cabelo de lado, ajeitando com meus dedos os fios ondulados.

- Vai sair também? - Vi o Castiel indo em direção a porta assim como eu.

- Sim. Vamos ter uma reunião hoje. - Assinto e lhe dou um beijo de "até logo"

- Te vejo hoje a noite? - Nós dois saímos juntos do apartamento.

- Sim! Mas... pode ser que eu chegue tarde... Não me espere para comer. - Ele me dá um último beijo antes de tomar seu caminho.

Coloquei meu capacete e subi em minha moto, indo até o Cosy Bear Café totalmente de bom humor. Hoje seria meu último dia de trabalho lá.

Eu já tinha conversado com a Clemence e a mesma já havia providenciado o contrato. Seria um alívio finalmente poder terminar o meu primeiro trabalho de verdade.

***

- Aqui está o seu doce de pêssego... - Entrego o doce para a Rosalya.

- Obrigada. - Ela sorri. - Mas então, como estão as coisas? Não nos vimos desde aquela festa... - Dou de ombros.

- Eu tenho passado maior parte do tempo do apartamento do Castiel... - Admito. - Estamos aproveitando o tempo que temos juntos.

- Vocês já conversaram sobre como vai ser tudo depois que ele sair em turnê? - Dou de ombros novamente. - Maya... vocês deveria falar sobre isso!

- Eu sei... - Suspirei. - A questão é que temos evitado o assunto até hoje. Mas tanto eu, quanto ele, sabemos que vamos ter que falar sobre isso mais cedo ou mais tarde. Só estamos adiando o inevitável... - Ela sorri levemente.

- Tenho certeza que as coisas vão se resolver... - Assinto e de repente uma ideia muito louca veio a minha mente.

As coisas ultimamente tem estado cada vez mais cansativas para o Castiel, o mesmo sofre às vezes por estar sozinho. A questão é que mesmo eu estando sempre lá para ele não posso viver por ele.

Não tem como eu passar 24 horas ao seu lado, ele sente falta de ter alguém quando chega tarde dos ensaios ou quando viaja... Ele ainda sente falta do Dragon.

Ele até tem vontade de ter um novo cachorro, mas é um pouco mais difícil do que parece. O Castiel nunca chega a concluir essa decisão, então porque não dar uma mãozinha?

Quero dar a ele algo que o faça se lembra de mim, algo que sempre esteja com ele, algo que possa o ajudar um pouco a carregar toda essa pressão.

Talvez eu não vá com ele nessa turnê, talvez eu não possa estar sempre lá, mas o nosso cachorro poderia. Um novo companheiro e amigo.

- Eu acabei te ter uma ideia muito louca e possivelmente o Castiel vai me matar, mas... - A Rosalya arqueiou a sombrancelha. - Eu queria adotar um cachorro para o Castiel.

- Isso é uma decisão que tem que partir dele, Maya, você não pode impor isso... - Eu a interrompo.

- Eu sei. Mas ele realmente quer, mas nunca tem tempo e às vezes isso faz ele reviver o luto pelo Dragon, mas... - Dessa vez a Rosalya me interrompeu.

- Eu tive uma ideia. - Espero ela falar. - Você pode entrar em contato com um abrigo. Antes de concretizar a adoção, eles estudam seu histórico para garantir que você esteja ciente sobre o que uma adoção envolve... É como um teste para ver se o cachorro pode se acostumar com o lugar e o novo dono...

- Isso parece legal, mas não sei se vou ter tempo hoje para obter mais informações... - Ela dá de ombros.

- Eu não tenho nada para fazer hoje! Posso te ajudar e ligar para eles para obter mais informações. - Sorrio. - Mas eu só aceito se você me deixar ir com você quando for buscá-lo.

- Ok... valeu, Rosalya! - Entrei novamente no Café para continuar meu trabalho.

***

Parei minha moto na frente do meu apartamento e entrei, tirando o meu capacete. Eu quase não passava mais tempo na minha própria casa.

Quase sempre eu estava com o Castiel. Me joguei no sofá, tirando minhas botas e suspirando, cansada. Hoje foi o último dia do meu trabalho, mas também o mais cansativo.

- Olha quem temos aqui... A margarida apareceu... - Vejo o Arthur vindo do quarto e se sentando ao meu lado.

- Eu só tô descansando um pouco, preciso pegar algumas coisas antes de sair de novo. - Ele sorri.

- Eu nunca pensei que fosse ver você apaixonada de novo... - Ele comenta. - Você realmente sofreu com a perda do Peter, achei que tivesse se fechado completamente.

- Eu também não esperava isso, mas o destino gosta de brincar comigo. - Ele sorri. - Bom, vou tomar um banho porque tenho compromisso. - Levanto do sofá.

- Maya? - O encaro. - Que tal fazermos alguns treinos depois? Você parece estar precisando relaxar... - Dou de ombros.

- A gente vê isso depois... - Vou até meu quarto e encontro a Sarah deitada em minha cama. - Posso saber o que está fazendo na minha cama? - Cruzo os braços.

- A sua cama é bem mais confortável e fofa do que a minha... - Foi tudo o que ela disse. - E você não está usando ela agora, então... - Ela deu de ombros.

Nego com a cabeça e vou até o meu armário, procurando algumas coisas para mim. A Sarah me observava atentamente, sorrindo.

- Para de me olhar assim! O seu sorriso está quase alcançado as suas orelhas... - Ela ri.

- Você parece ter tido uma semana boa... - Sorrio, dando de ombros. - Vai voltar para o apartamento do Castiel? - Assinto rapidamente. - Vai acabar se mudando para lá...

- E deixar a minha casa para vocês dois? Você provavelmente iria roubar a minha cama... - Eu fingo indignação, fazendo ela rir.

- É... provavelmente eu roubaria mesmo. - Lhe mostro o dedo do meio e a puxo pela perna, para sair da minha cama. - Eiii! - Volto minha atenção ao meu guarda roupa.

Eu estive tão ocupada ultimamente que nem tive tempo o suficiente para arrumá-lo e agora fica quase impossível encontrar as roupas que eu quero.

- Acredita se eu te dizer que vou adotar um cachorro para o Castiel? - Comento, fazendo a Sarah arqueiar a sombrancelha.

- Já estão na fase de criarem um bichinho de estimação juntos? - Rio. - Mas me diz uma coisa... O Castiel sabe disso? Ou melhor, ele concorda com isso?

- Não, ele não sabe. Mas sim, ele quer um cachorro. É só que as coisas são um pouco mais complicadas do que parece. - Dou de ombros, indiferente. - Ele provavelmente vai me matar por eu ter feito isso sem o consultar... - Dou de ombros.

Não tenho medo dele mesmo...

Vou em direção ao banheiro, tomo um banho e lavo meu cabelo. Visto uma roupa confortável, antes de sair novamente.