ELA ESTÁ VIVA!

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Arregalei um pouco os olhos com a surpresa. A coisa era bem mais séria do que eu pensava. Suspirei e entrei no vestiário.

O Nathaniel estava sentado de um jeito desajeitadado no chão com uma mão em sua barriga, tentando conter o sangue, que imagino eu, ser da facada.

Seu corpo estava cheio de hematomas e seu olho direito não se abria direito, pelo possível soco que ele deveria ter tomado. Várias lembranças do passado vieram em minha mente, mas eu as expulsei e tentei me manter no presente.

- Que merda aconteceu aqui? - Pergunto séria para o Nathaniel.

- Eu... - Ele respirou fundo, antes de continuar. - Eu recebi uma ligação de um número desconhecido e me afastei para atendê-lo. - Ele falava com dificuldade, parando o tempo todo. - Eu estava tendo contato com um policial, ele só liga por números desconhecidos. - Ele fechou os olhos rapidamente - Ele está me ajudando para sair dessa... mas era uma armadilha... - Suspiro - Alguns caras me bateram e um deles tinha uma faca e bom... - Ele finalizou.

- Porquê não ligou para a Ambre ou para uma ambulância? - Questionei a Kim.

- Isso é besteira. A Ambre se preocuparia demais e o pessoal do hospital iria fazer perguntas demais. - O Nath respondeu no lugar da Kim.

- Kim? Você sabe costurar um corte? - Ela afirmou com a cabeça lentamente. - Ok. Traz o que você vai precisar... e também alguns gelos para os hematomas. - Olhei para o Nathaniel - Tira a blusa!

- O quê? Acho que o Castiel não vai gostar disso... - Revirei os olhos. Mesmo machucado ele conseguia ser idiota.

- Você não quer ir num hospital, então vamos ter que cuidar de você. Então cala a boca e tira essa merda de blusa. - Ele tirou lentamente sua blusa.

Observei melhor seus hematomas e o corte em sua barriga, que para nossa sorte, não parecia muito profundo. Nós conseguiríamos cuidar disso, aqui mesmo.

Com todas as minhas confusões e alguns conselhos do Arthur, eu também aprendi a cuidar de ferimentos em geral. Sem contar que tive algumas experiências com o Peter também.

- Aqui! - A Kim voltou, mas ainda parecia um pouco desorientada com tudo. Ela é muito próxima do Nath, imagino que não esteja sendo fácil.

Ver alguém importante para você desse jeito é agoniante. Me lembro todas as vezes que o Peter apareceu com machucados graves e toda dor que eu sentia dentro de mim.

Tentei ignorar esses pensamentos e o sentimento ruim que eu sentia ao lembrar daquilo. A Kim lhe deu um remédio para dor e começamos a limpar o ferimento do Nath.

Eu lhe dei um pano enrolado no gelo para seus hematomas, principalmente o do olho direito. Mas algo parecia estar errado... o Nath fechava e abria demais os olhos.

Ele parecia estar lutando contra a inconsciência. Tateei devagar e analisei a sua nuca, procurando por algum ferimento grave.

- Merda. - Ele tinha um hematoma feio na nuca, possivelmente bateu em algum lugar. - Ele vai desmaiar... - Comentei ao ver ele lutando para se manter acordado.

- A gente deve chamar a ambulância? Pode ser grave... - A Kim disse, preocupada.

- NÃO! Isso é besteira... - Eu revirei novamente os olhos e apenas o ignorei.

- Eu fiz tudo que podia por você, Nathaniel, mas não posso fazer nada se você entrar em coma. - Peguei meu celular, mas ele estava sem bateria. - Cadê seu celular, Kim? - Ela apontou com a cabeça e eu peguei o aparelho, discando o número da ambulância.

- Isso é... muito... - O Nathaniel mal falava direito. - Eu...

- Eu me recuso a deixar você morrer por causa da sua imprudência. - Eu já havia vivido isso uma vez, não queria que acontecesse de novo.

Disquei o número da ambulância e dei as informações que eles precisavam. Enquanto a Kim tentava manter o Nathaniel consciente, falando com ele.

Quando a ambulância veio buscá-lo, eles nos perguntaram se queríamos ir com ele. Sem pensar muito, nós duas entramos e fomos até o hospital com eles.

Narração do Castiel

Já fazia uma hora que a Maya supostamente havia ido ao banheiro. Todos agora estávamos preocupados, a procurando por aí.

Só de cogitar que algo ruim poderia ter acontecido com ela, sentia meu coração apertar e minha respiração se descompassar. Essa mulher é muito importante para mim!

- GENTE! - A Ambre chamou a atenção de todos para ela. A mesma estava um pouco distante e com o celular na orelha. - ELA ESTÁ VIVA! - Todos pareceram entender que ela falava da Maya. Consegui aliviar um pouco da minha inquietação.

Mas eu ainda estava preocupado com ela, muitas perguntas rodeavam a minha mente naquele momento. Ela está bem? Onde está? Porque ela saiu sem avisar? Porque não respondeu minhas mensagens, mas ligou para a Ambre?

Algo me diz que a Maya nunca sairia assim do nada e daria preocupação para todos, a não ser que tenha tido uma emergência ou algo do tipo.

O fato dela ter dado sinal de vida, não significa necessariamente que ela está bem e nem explica o que aconteceu com ela.

Observei a Ambre que agora havia arregalado os olhos e depois fez uma careta, ainda ao telefone. Com certeza algo ruim aconteceu, não é possível!

Observei a Ambre voltar com uma expressão preocupada. Senti meu coração acelerar por medo de ter acontecido algo ruim com a Maya.

- O que ela disse? - Não pude me impedir de perguntar. - Ela está bem? - Deixei a preocupação transparecer em minha voz.

- Ela está bem! - A Ambre me assegurou - A Maya explicou que está com a Kim e que, como a bateria do celular dela descarregou, ela ligou para o único contato do pessoal que a Kim tinha. - Ela apontou para si mesma.

- Porque ela está com a Kim? - A Rosalya perguntou.

- É que... - A Ambre suspirou - O Nathaniel sofreu um acidente. - Todos arregalaram os olhos, surpresos. - Eu não sei muito bem o que aconteceu... mas elas acompanharam ele até o hospital. - Ela respirou fundo. - Eu preciso ir até lá! - Ela pegou suas coisas e foi embora, sem dizer mais nada.

Eu estava num misto de raiva e de preocupação. Como aquele desgraçado teve a coragem de meter a Maya nessas merdas dele? Ela poderia ter se machucado!

- Isso é... uma merda. - O Arthur comentou. O clima agora estava super tenso.

- E agora? O que a gente faz? - O Alexy perguntou um pouco desorientado pela notícia.

- Eu é que não vou ficar nessa merda de parque! - Resmunguei. Tudo o que eu queria agora era ver a Maya.

- Talvez nós devêssemos esperar a Maya... Ela pode precisar do nosso apoio. - A Rosalya sugeriu e todos assentiram, concordando.

- Podemos ficar esperando no apartamento. - A Sarah ofereceu e todos nós fomos até o apartamento da Maya, para esperá-la.

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