Assim que chego no parque avisto o Arthur sentado em um banco qualquer. Me aproximo e me sento ao seu lado.
- O que houve? - Ele me analisa por um momento.
- Eu - Ele dá uma pausa, parecendo meio sem jeito - Eu estou devendo dinheiro para uma gangue da nossa antiga cidade - Eu arqueio a sobrancelha.
- Desde quando? Porquê não me disse antes? - Ele faz uma careta.
- Porquê nem eu sabia a dias atrás! - O olho confusa - Vou te explicar: Quando eu virei líder da gangue eu comprei algumas coisas... e acabei endividado por isso! - O escuto sem interromper - 1 ano depois eu consegui um carro e o usei para pagar minha dívida.
- Se você pagou, não está mais devendo ninguém, Arthur. Agora vamos que estou com fome! - Eu resmungo.
- Deixa eu terminar! - Ele diz calmamente - Bom, o que eu não sabia era que por 1 ano de atraso, minha dívida havia aumentado - Ele ri amargurado. - Mas eles se "esqueceram" de me avisar sobre isso! Eu era novo, não entedia isso ainda! - Eu suspiro.
- Eles só te avisaram agora, né? - Ele assente - Quanto está a sua dívida agora? - Ele fica sério.
- Novecentos mil euros - Eu arregalo um pouco os olhos e ele suspira. - Eu só queria que soubesse, caso eu não consiga pagar.
Eu sabia o que isso significava, ele morreria se não pagasse. Se tem algo que eles não perdoam são dívidas!
- Pra quem você está devendo? - Ele morde o lábio inferior, como sinal de desconforto.
- Joe Miller! - Claro que tinha que ser esse idiota!
Joe Miller, líder de uma gangue de importação de armas ilegais. Ele é um homem nojento e machista. E eu meio que odeio ele, com todas as minhas forças.
- Filho da mãe... - Resmungo alguns palavrões.
- Tem mais uma coisa - Eu sinto que não vou gostar disso! - Ele está na cidade, Maya! - Eu fecho os olhos e suspiro pesadamente.
- Só pode estar de brincadeira! Primeiro a idiota da Mirella e agora o filho da puta do Joe, também?
- Eu preferi te avisar, antes que soubesse por outra pessoa. Eu sei que você odeia ele! - Eu respiro fundo para me controlar.
- Preciso ir, só tenho meia hora para almoçar! - Eu levanto do banco - Eu vou pensar em alguma coisa para livrar sua barra.
- Não quero que se intrometa, Maya. É muito... - Eu o interrompo.
- Você já vez muito por mim, é o mínimo que posso fazer para recompensar - Eu lhe dou um sorriso ladino - Só preciso pensar um pouco.
Eu saio do parque e me dirijo a um restaurante perto do bar local. Me sento e peço um prato de macarrão com molho.
Tiro meu anel do dedo e fico o girando na mesa, tentando me distrair. Mas quando a comida chega, não sinto fome alguma.
Minha cabeça estava cheia demais, para eu conseguir comer alguma coisa. Dei algumas garfadas no macarrão e guardei o resto pra viagem.
Saio de lá com pressa para não me atrasar, mas paro assim que viro a esquina. Eu esqueci meu anel na mesa!
Dou meia volta, mas me surpreendo ao ver o Nathaniel na porta do bar local com... Só pode ser brincadeira! Ele estava falando com aquele cara que me violentou uma vez.
Porquê o Nathaniel está falando com ele? Como ele pode, sendo que ele sabia o que aconteceu comigo? Que tipo de idiota conversa com estupradores na maior cara de pau?
Sinto a raiva ferver dentro de mim, fecho minhas mãos em punhos para me segurar. Eu estava a ponto de ir até lá e bater naqueles dois, mas estava atrasada, não podia me dar esse luxo.
Eles dois entram no bar e eu vou até o restaurante, recuperando o meu anel. Saio dali o mais rápido possível e vou direto para o Cosy Bear Café.
Assim que chego começo a trabalhar, sem sequer me dar ao trabalho de olhar na cara de ninguém. Nem a Clemence, nem o Hyun vieram conversar comigo.
Acho que eles perceberam minha falta de humor. Fui até lá fora e encontro a Priya conversar com a Nina.
- Está tudo bem? - Olho para Nina que parecia tensa.
- Ela precisa se acalmar, Maya! - A Priya diz olhando a Nina - Ela... foi assediada! - Ela sussurra para mim.
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UMA DOCETE DIFERENTE
Teen Fiction* Fancic de amor doce(Castiete) Maya Dixon volta depois de 4 anos a sua antiga cidade para terminar o seu curso. Ela mudou muito tanto por fora quanto por dentro. Maya agora é mais bruta, confiante e desaforada, sempre andando na sua moto. Apesar de...