Agora eu estou ferrada!

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A Priya começou a falar algumas coisas, as quais eu não prestei atenção. Estava pensando naquele idiota que assediou a Nina, talvez eu devesse o denunciar também.

Não que eu tenha me afetado com isso, no máximo senti ódio do idiota. Mas quanto mais denúncias, mais chances ele tem de ser preso.

Eu ainda não tinha certeza disso, até porque esses processos demoram muito e dificilmente o cara é realmente preso.

Talvez eu devesse perguntar a Priya, ela é uma boa ouvinte e também uma ótima conselheira. Ela sempre foi a voz da razão do grupo.

Eu saio de meus desvaneio quando sinto uma dor em meu braço. Olhei surpresa para a Priya que tinha me dado um belo beliscão no braço.

- Tá louca mulher? - Pergunto cruzando os braços.

- Desculpe. Você estava tão imersa em seus pensamentos que eu achei que estivesse tendo um ataque cardíaco - Reviro os olhos - O que estava pensando?

- Sabe aquele dia que nos encontramos e fomos naquele bar? - Ela assente - Aconteceu comigo a mesma coisa que a Nina - Ela arregala os olhos - E com o mesmo cara.

- Aí Meu Deus! Eu não sabia, Maya - Ela me olha com arrependimento - Me desculpe, eu deveria ter te acompanhado aquela noite, você... - Eu a interrompo.

- Não se preocupe, Priya! Não aconteceu nada - Dei de ombros - Eu não estou traumatizada, nem nada... já aconteceu coisa pior, acredite - Murmurei a última parte baixo, somente para mim mesma.

Eu e a Priya conversamos sobre isso um pouco. Eu perguntei o que ela achava do fato de eu denunciar o cara, ela me aconselhou a fazer isso.

Ela disse que quanto mais acusações, mais chances o crápula tem de ser preso, e aí vai ser um a menos nesse mundo sujo. Falei também sobre o Nathaniel e a cena que vi a pouco tempo.

- Ele com certeza conhece o cara! - Ela afirmou irritada - Ele vai me pagar, vou bater nesse idiota. - Eu sorri ao ouvi-la. É bom saber que não sou a única revoltada aqui.

- Uma coisa de cada vez. Primeiro cuidamos daquele crápula que assediou a Nina, depois a gente se junta e agride o idiota do Nath! - A Priya ri e eu dou de ombros.

- Tem razão. Mas se precisar de ajuda para acabar com ele, pode me chamar! - Ela me dá uma piscadela e eu sorrio.

- Valeu, mas vou resolver sozinha - Me levantei da cadeira. - Acho melhor eu voltar ao trabalho, antes da Clemence surtar!

Assim que entro a Clemence me lança um olhar repreendedor, enquanto o Hyun me olha com curiosidade e certa preocupação. Eu não falo nada com nenhum dos dois, apenas volto a trabalhar.

Minha tarde e noite foram bem tensas. Depois do trabalho eu ainda fiquei acordada um bom tempo, tentando pensar em algo para ajudar o Arthur.

Assim que acordei no dia seguinte olhei no espelho, tendo um belo vislumbre das minhas olheiras. Suspiro profundamente e tomo um banho.

Visto um cropped preto com um casaco xadrez por cima, visto uma calça jeans e uso uma corrente pendurada.

Dou uma simples ajeitada em meu cabelo, coloco uma gargantilha, calço minhas botas e saio com a chave da minha moto.

***

- Você tá horrível! - Lanço um olhar ameaçador para a Rosa - Desculpe! - Eu suspiro. - Você ficou sabendo do boato que está circulando a escola?

- Eu tô cheia de coisas na cabeça, Rosalya! Você acha que eu prestei atenção em uma merda de boato? - Digo revirando os olhos.

- Mas é um boato sobre você - Eu a encaro e ela continua. - Parece que uma garota está espalhando que você e o Rayan... estão tendo um caso.

- Como é que é? - Pergunto séria.

- Parece que uma garota de cabelos pretos do curso do Rayan saiu falando que viu vocês dois sozinhos na sala na maior intimidade. - Ela dá de ombros.

- Eu não posso falar um "a" com ele que todo mundo fica falando merda. - Digo irritada.

- Vamos concordar que às vezes vocês ficam bem próximos - Eu a olho séria - Não estou insinuando nada..., mas vocês nunca, nem sequer deram uma paquerada? - Eu reviro os olhos.

- Talvez tenha acontecido um pouco! - Dou de ombros - Mas isso não significa que podem ficar espalhando boatos meus por aí. - Eu bufo - Mas eu vou tirar satisfação com ela agora!

Saio de perto da Rosalya, sem nem me despedir ou me importar com ela me chamando. Eu vou até o prédio de Artes e procuro aquela garota de cabelos pretos.

Eu tenho uma boa memória, então vou saber quem é. Onde já se viu, ficar inventando esses boatos idiotas sobre mim.

- Posso falar com você? - Pergunto parando a garota em minha frente - Que história é essa de estar espalhando boatos meus por aí?

- Eu não sei do que está falando! - Ela tenta sair, mas eu agarro seu braço - Eu tenho que ir para a aula! - Ela me olha séria.

- Só me explica essa merda que te deixo ir e se você for legal, prometo não te dar um tapa. - Ela arregala um pouco os olhos.

Vejo algumas pessoas sussurrando e parando de andar para ver a cena. Eu apenas ignoro todos eles e encaro a garota em minha frente.

- Eu só falei o que vi - Ela dá de ombros - E se está tão exaltada, imagino que eu esteja certa - Eu faço careta.

- Eu não sei o que você acha que viu, mas quero que pare de espalhar merda por aí. - Aperto um pouco seu braço - O que faço ou deixo de fazer não é da conta de ninguém!

- Se não o quê? Vai convencer seu namorado a me dar nota baixa - Ela debocha e ouço algumas risadas.

- Sua... - Estendo minha mão com intenção de lhe dar um tapa.

- Mas o que está acontecendo aqui? - Paro no meio do caminho e me viro ao ouvi a voz do diretor. - Todos para suas salas, AGORA! - Ele diz autoritário.

As pessoas que antes nos olhavam, saem em direção das suas salas cochichando entre si. O diretor volta sua atenção para mim e a garota em meu lado.

- Eu quero vocês duas em minha sala! - Eu arregalo os olhos.

- Mas... - A garota tenta argumentar, mas é cortada pelo diretor.

- As duas em minha sala, AGORA! - Nós duas suspiramos e o acompanhamos até sua sala.

Agora eu estou ferrada!

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