O passado do Nath!

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1 semana depois

Já se passou uma semana que eu e o Castiel estamos namorando oficialmente. Nós não nos vimos desde então, ambos temos estado bem ocupados.

Às férias estão chegando e vai ser uma ótima oportunidade para terminar meu TCC. Nosso grupinho de estudo não tem se encontrado ultimamente.

Mas possivelmente vamos fazer isso quando as férias chegarem. Sinto meu celular vibrar e fico surpresa ao ver que recebi uma mensagem do Nathaniel.

Mensagem on

Loiro misterioso: Oi, podemos nos encontrar para conversar?

Maya: Depende... o que você quer falar comigo?

Loiro misterioso: Não posso falar pelo telefone... mas é algo sério e pessoal.

Maya: Ok. Te vejo mais tarde, então!

Mensagem off

***

Quando anoiteceu eu saí de casa e fui até o parque para encontrar o Nathaniel. O mesmo estava sentado em um banco.

- Oi - Ele me cumprimenta e se levanta do banco.

- E aí, você queria falar comigo? - Ele assente.

- É melhor nós irmos num lugar mais reservado. Vamos para minha casa... lá ninguém irá nos perturbar - Arqueio a sobrancelha.

- Quem me garante que você não irá me matar para traficar meus órgãos? - Eu brinco e ele ri.

- Se você não tiver medo de ser devorada pela Branca, vai ficar tudo bem. - Dou de ombros, rindo.

Branca é a gatinha do Nathaniel desde do ensino médio. Ele sempre gostou de gatos, até me lembro que eu tinha ido com ele adotá-la.

- Ok, então... - Eu o acompanho até seu apartamento. Qualquer coisa eu dou um soco no amiguinho dele.

Passamos pelo parque e atravessamos uma pequena rua. Chegamos no seu apartamento e eu reparei em algumas coisas.

O apartamento dava direto em seu quarto e tinha duas portas que acredito que leve para o banheiro e a cozinha. Seu quarto estava bagunçado com roupas e papéis.

E sua estade de livros estava cheia de romances polícias... algumas coisas não mudam nunca! O Nathaniel e seu amor por romances polícias...

- Desculpe a bagunça... Ando meio sem tempo no momento - Dou de ombros, indiferente. Como se eu nunca tivesse feito isso.

Sinto uma coisa fofa passar entre minha pernas e vejo a Branca me olhando com atenção. A pego no colo e a mesma começa a ronronar.

- Nath? - Ele sai de seus desvaneios e me olha - Vai me dizer o que tem que dizer? - Ele suspira.

- Olha eu... fiz algumas coisas que não me orgulho muito e achei que você pudesse me entender. Você nunca me julgou, mesmo eu dando sempre a impressão errada. Ao contrário, você respeitou o meu tempo. - Eu me sento na beirada de sua cama. Algo me diz que a conversa vai ser longa. - Mas será que você está disposta a me ouvir?

- Nath... eu também já fiz coisas que não deveria fazer, eu não vou te julgar tenha certeza - Ele pensou um pouco.

- Eu trabalhei para um enorme quartel de drogas aqui. E hoje eles estão atrás de mim. - Não falei nada, apenas esperei ele continuar - Tudo começou depois da escola. Eu me vi diante da necessidade de me virar sozinho financeiramente. Um dia eu tive um encontro infeliz... Os caras estavam traficando e eles ficaram de olho em mim. Tentei conversar com eles para sair da situação. Sugeri que eles podiam ganhar ainda mais dinheiro.

- E você acabou dentro da rede... - Eu supôs. Eu sabia como esse tipo de coisa era.

O Arthur havia me falado sobre todo tipo de assunto na época que entrei nas corridas ilegais. Havia muitas gangues que traficavam drogas... felizmente nunca foi o caso do Arthur.

- Sim. Achei que tivesse sido esperto, mas depois desse dia eles não me largaram mais... - Ele tinha uma expressão cansada e triste. - No início eu trabalhava aconselhando... Os melhores lugares, horários... eu recebia para isso.

- E você acabou gerenciando a rede... - Supôs de novo, ele não era o primeiro cara que eu conhecia que passou por algo parecido.

- É... - Ele me olhou curioso, mas voltou a falar - Eu comecei a me sentir culpado, então troquei as drogas por misturas de plantas inofensivas, antes de circularem nas ruas.

- Deu merda... - Isso é praticamente contado como traição por traficantes. E se tem algo que traficantes não perdoam é traição.

- Só que... o famoso cara com quem eu trabalho se deu conta disso. É o mesmo cara que agrediu a Nina e que te assediou - Mais uma coisa para se odiar naquele desgraçado - Ele está me chantageando...

- Deve ter algum jeito de se livrar disso - Ele nega com a cabeça.

- O único jeito seria se eles fossem presos... o que consequentemente me afetaria também - Ele suspirou. - Eu imagino que agora você deve me achar nojento...

- Sabe quando te disse que você me lembrava um amigo meu? - Ele pensa um pouco e assente - Ele também fez coisas ilegais, assim como eu... mas isso nunca fez da gente pessoas horríveis ou nojentas. - Suspirei. - Nós abandonamos isso no fim, porque era o certo a fazer.

- Que tipo de coisas você já fez? - Ele pergunta curioso.

Já que ele foi sincero comigo eu não via problema de falarmos disso. Além do mais não seria ele que me julgaria.

- Corridas ilegais... - Ele me olha surpreso - Também já participei de algumas apostas com traficantes. - Dou de ombros.

- Eu nunca imaginaria isso... - Ele se recompõe - Mas como você saiu de tudo isso? - Penso por um momento.

- Nas duas vezes eu tive a ajuda do Arthur, as situações foram menos complicadas e difíceis do que a sua.

- Você gostava? - Eu suspiro e dou um pequeno sorriso.

- Eu adorava a adrenalina das corridas, mas isso começou a custar a segurança dos meus amigos e a minha... então acabei abandonando essa vida.

- Eu espero sair dessa situação... - Ele comentou mais para si mesmo do que para mim.

- Sei que não posso fazer nada por você mas se servir de algum consolo pode contar com meu apoio - Ele sorri.

- Obrigado! Eu vou dar um jeito nisso de uma vez por todas - Ele pareceu ter alguma ideia, mas eu não perguntei mais nada.

Ele não parecia querer falar mais sobre isso, então conversamos sobre outras coisas e depois eu fui para meu apartamento.

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