Estaremos aqui por você!❤

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Abro lentamente meus olhos e minha visão volta aos poucos. Olho ao redor vendo que provavelmente estou na enfermaria da faculdade.

Abaixo meus olhos e faço uma careta ao perceber os tubos de soro em meu braço. A porta é aberta e um cara, que acredito ser o enfermeiro, entra no quarto.

- Olha quem acordou! - Ele sorri para mim - Tudo bem, Maya? - Eu assinto - A propósito, eu me chamo Raphael!

Raphael tem os cabelos médios ondulados e loiros, possui uma barba rala e seus olhos são roxos. Ele veste um suéter azul com um jaleco branco por cima.

- Como vim parar aqui? Quanto tempo eu estive inconsciente? - Ele pensa um pouco.

- Bom... Um garoto te trouxe aqui nos braços quando você desmaiou na aula. - Me recordo de ser levantada e carregada antes de perder a consciência - E você ficou dois dias, inconsciente.

- Dois dias? - Arregalo os olhos e ele assente.

- Você passou bastante estresse e pelo que vejo não andou dormindo, nem comendo direito - Dou de ombros - Fizemos alguns exames de rotina com a autorização dos seus pais. - Arqueio as sobrancelhas.

- Vocês avisaram meus pais? - Ele assente - Droga! - Ouço algumas vozes do lado de fora.

- Filha! - Minha mãe aparece na porta e vem correndo me abraçar - Eu fiquei tão preocupada! - Meu pai vem logo atrás dela e vejo o Raphael saindo.

- Eu estou bem, mãe! - A afasto devagar meio desconfortável - Vocês não precisavam ter vindo, foi só um mal-estar passageiro.

- Nós ficamos preocupados, filha. Faz semanas que você não liga, nem atende as nossas ligações. Agora recebemos uma ligação dizendo que você tinha desmaiado na aula! - Meu pai e minha mãe se sentam ao meu lado. - O que houve, minha babinha? - Faço careta ao recordar meu apelido de infância.

- Nada! - Eu suspiro - Estresse por causa das aulas e também o Arthur está com alguns probleminhas, mas nada que eu não possa resolver. - Dou de ombros.

- Tem certeza? - Eu reviro os olhos e assinto - Tudo bem, querida! - Minha mãe me dá um beijo na testa - Vamos deixar você descansar um pouco.

- Qualquer coisa peça para nos chamar. Vamos ficar na cidade um tempo. - Eu assinto e eles saem do quarto.

Mesmo eu tendo mudado e me afastado dos meus pais, nós continuamos mantendo o contato. Eu já fui muito próxima dos meus pais ao ponto em que eu contava tudo e odiava mentir para eles.

Mas eu fui mudando e me afastando, mas mesmo assim eles nunca me julgaram e eu sempre os respeitei. Independente de tudo eles sempre serão os meus pais.

4 anos atrás

A porta do meu quarto é aberta e vejo minha mãe me encarando escorada no batente da porta. Eu continuo deitada em minha cama, apenas pauso minha música.

- Seu pai propôs sairmos para tomar um sorvete. O que acha? - Ela sorri.

- Não tô muito afim de sair hoje! - Ela suspira e se senta em minha cama.

- Quando você vai me explicar o que aconteceu? Já faz um mês que você anda desse jeito. - Eu dou de ombros.

- Não é nada de mais, mãe! Eu só não tô a... - Ela me interrompe

- Não minta para mim, Maya! Eu te conheço, sei quando está escondendo algo - Eu suspiro. - Você quase não saí mais de casa, vive quieta, sozinha e sempre evita falar com a gente.

- Isso não importa, mãe! - Eu me sento em minha cama.

- Claro que importa! Você chegou aqui chorando depois de ter passado a noite, Deus sabe aonde - Eu faço careta. Odiava me lembrar daquele dia - Sem contar as marcas espalhadas no seu corpo, você acha que eu não percebi? Eu nunca vi você tão distante assim!

- Eu não quero falar sobre isso! - Ela suspira.

- Filha... por favor, eu estou preocupada com você. Só me diz o que aconteceu! - Eu perco minha paciência.

- EU FUI ESTRUPADA, MÃE... estrupada! - Eu praticamente grito - Foi isso! Satisfeita? - Ela me olha de olhos arregalados - E a Sarah e o irmão me ajudaram, mesmo não me conhecendo - Vejo os olhos dela marejados.

Posso ver pena nos seus olhos e de certa forma aquilo me incomoda. Eu não queria pena, só queria apenas que ela esquecesse esse assunto.

- Aí Meu Deus... Filha! - Ela ergue os braços para me abraçar, mas eu estendo minhas mãos a impedindo. - Eu... não... sabia!

- Por favor, mãe! - Sinto minha garganta arranhar - Não quero falar sobre isso. - Eu respiro fundo - Eu só quero esquecer isso e seguir em frente! - Ela me analisa atentamente.

- Você realmente parece estar mudando, querida. - Ela dá um sorriso triste.

Eu queria discordar dela, mas eu não podia. Eu realmente me sentia mudar cada vez mais, tanto por dentro quanto por fora.

- Eu sei! - Eu suspirei pesadamente - Quero ficar sozinha! - Peço e ela se levanta, caminhando até a porta.

- Filha! - Ela me chama antes de sair - Independente do que aconteça e do quanto você mude... Eu e seu pai sempre estaremos aqui por você!  - Ela sorri tranquilizadoramente.

Ela sai e fecha a porta em seguida. Eu enchugo uma lágrima solitária que descia em minha bochecha e volto a ouvir minhas músicas.

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