Boa noite, filha!

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Visto um vestido ombro a ombro preto curto e justo na cintura. Calço um salto alto e pego uma bolsinha sem alça, também pretos.

Passo o básico na maquiagem, me destacando apenas com meu batom vermelho e rímel preto. Deixo meu cabelo solto, o arrumando com a mão.

- Gente... - A Sarah me olha de olhos arregalados - Você tá maravilhosa! - Sorrio.

- Eu sei... - Dou de ombros, convencida. - Mas, obrigada! Vou sair com meus pais para jantar fora.

- Quase nunca te vejo tão produzida assim... pôs até salto alto. - Reviro os olhos.

- Também sei ser elegante, Sarah! - Pego tudo que preciso e me sento na cama, conversando com a Sarah, enquanto espero a hora.

- Comprei unas coisas para você! - Ela sorri animada e vai até seu armário, tirando uma caixa embrulhada.

- Ela até embrulhou, gente... - Tiro sarro, pegando seu presente. Desembrulho o presente e abro a caixa.

Na caixa estava um moletom da Nirvana, uma bandana, batons escuros, sombras escuras e um perfume. Sorri para ela e lhe dei um abraço rápido.

- Que bom que você gostou... - Ela sorriu e eu retribuo. Ficamos conversando aleatoriamente.

- Você conversou com o Hyun depois daquele dia lá no parque? - Vejo a Sarah abrir um sorriso tímido.

- A gente trocou algumas mensagens depois daquele dia, mas nada de especial... - Sorrio de lado. - Ele é um cara legal... - Estreito os olhos.

- Hummm... legal... Sei... Duvido que você só ache isso dele... - Ficamos nos encarando até caímos na risada. Mas paro instantaneamente ao me lembrar de algo. - Sarah!? - A chamo e a mesma me olhou - Você acha que eu... amo o Castiel? - Eu falo o final da frase em um sussurro.

- Por que essa pergunta? Você acha que o ama? - Dei de ombros. Eu estava me sentindo confusa.

- Não faço a mínima ideia... - Suspiro. - Mas as pessoas tem dizido que ultimamente eu pareço bem mais feliz e diferente.

- Me diga você... Você se sente feliz e diferente? - Eu assinto. Me sentia bem mais leve ultimamente. - Você se preocupa com ele? Se sente bem com ele? Consegue se abrir para ele? - Eu penso.

Eu me preocupo com ele e me sinto muito bem com ele, sem contar que consegui me abrir para ele sem nenhum desconforto, ao contrário, eu confiava nele.

- Quando estou com ele eu sinto e faço coisas que não estou acostumada... coisas que nem com o Peter eu fazia. E olha que eu realmente amei o Peter.

- Eu não entendo muito bem disso, Maya. Mas são situações diferentes, pessoas diferentes... então imagino que, o amor e as reações também sejam. Não tem como você comparar os dois. - Realmente eram coisas diferentes.

Normalmente eu e o Peter não tínhamos tanto contato físico do tipo, segurar na mão e ficar de carícias. Mas quando eu estava com o Castiel, não me importava de receber carinho e ser carinhosa.

Ao contrário, eu gostava. Também assisti um filme de romance com ele e fui em encontros românticos, sem me importar de me abrir e falar meus sentimentos.

E eu também havia gostado, porque eu estava com ele e era isso que fazia o momento especial. Às vezes eu corava, sorria apaixonada e sentia meu coração acelerar.

Ele mexia comigo de várias formas, tanto no emocional quanto o psicológico. Eu queria tê-lo sempre por perto, mas não queria que ele sofresse.

Me sentia louca com seus beijos e carícias, mas também gostava de seus abraços e palavras carinhosas. Um sentimento de segurança e carinho.

Mas apesar de tudo isso, eu sentia medo, medo de perdê-lo ao longo prazo, medo de nos separarmos e medo de nos machucarmos.

- Talvez eu realmente esteja... - Comento.

- O que foi? Você estava super feliz e agora está com essa carinha...

O problema não era amar o Castiel e sim que possivelmente iríamos sofrer com isso. Ele vai ir embora e eu vou ficar aqui, as coisas vão ser ainda mais dolorosas desse jeito.

- É que... eu não sei se você sabe mas, o Castiel vai entrar em turnê no final do ano e... nós vamos ter que nos separar de novo.

- Um namoro a distância? De novo? - Dou de ombros. - Complicado, em... - Eu apenas assinto. - Mas de qualquer forma, às coisas vão se resolver em seu tempo, tenho certeza que vocês vão achar uma solução.

- Eu espero... - Respondo, suspirando pesadamente.

- E em relação aos seus sentimentos, só você pode ter certeza do que sente... Cedo ou tarde você vai descobrir se ama ou não o Castiel... - Conversamos sobre outras coisas até eu escutar a campanhia tocar.

- Já tô indo... - Peguei minhas coisas e saí do quarto, abrindo a porta da sala e encontrando meus pais.

- Minha babinha agora é uma mulher! - Minha mãe veio me abraçar rapidamente.

- E pensar que ainda ontem ela estava brincando com as panelas e as colocando na cabeça... - Reviro os olhos, sorrindo.

- Isso faz uns 17 anos, pai. - Ele me dá um beijo na testa e eu faço uma careta. - Ok... já chega de tanto carinho... podemos ir? - Eles assentem.

Saímos no carro do meu pai para o restaurante. Os meus pais também estavam mais arrumados hoje, já que o restaurante era um pouco mais chique.

Nós nunca fomos uma família rica, nem pobre, sempre vivemos na média. Não passamos necessariamente, mas também não frequentavamos esse tipo de restaurante.

Mas mesmo assim, sabíamos ser elegantes e comportados. Nos divertimos bastante lá, com piadas e lembranças boas.

Lembramos das ceias de Natal em família, aniversários, Páscoas, Ano novo, férias e momentos constrangedores de ambas as partes. Conversamos e rimos, enquanto comíamos.

Assim que terminamos, meus pais me acompanharam até meu apartamento e aproveitamos para nos despedir, já que eles ia embora amanhã cedo.

- Isso foi realmente muito bom... - Eu comento.

- Pois é, fazia tempo que não nos divertiamos assim juntos... - Meu pai lembrou. - Bom, estamos todos cansados... acho melhor nós irmos.

- Tomem cuidado na viagem. - Meu pai me abraçou e depois a minha mãe.

- Seja lá o que tenha acontecido para você estar feliz desse jeito, espero que continue assim... - Minha mãe sussurrou em meu ouvido e se afastou. O que será que ela quis dizer com isso? - Boa noite, filha.

- Tchau, querida. - Eles se despedem de mim e eu apenas aceno com a cabeça.

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