Obrigado, moça...

71 13 0
                                    

Eu acabei deixando para ir na Montanha Russa no final e agora estava com a Sarah para jogarmos jogos de tiro ao alvo. Nós conversávamos naturalmente, enquanto andávamos.

Ganhamos vários bichinhos de pelúcia como prêmios, a gente era muito boa nisso, as vezes nós parávamos de mirar no alvo e ficávamos atirando uma na outra.

Depois fomos no boliche, nesse jogo a gente era horrível, ficamos um bom tempo rindo das nossas tentativas falhas e comemorando toda vez que acertavamos.

Nós ainda tivessemos tempo de ir no carrinho bate-bate, mas dessa vez ao invés de competirmos uma contra a outra, formamos um time para acaba com os outros participantes.

Voltamos para o lugar de encontro com o resto do pessoal, rindo e carregando vários bichinhos na mão. O pessoal já estava todo lá, nós esperando.

- Algo me diz que vocês exageraram nós jogos. - O Alexy comentou e todos riram, eu apenas mostrei a língua para ele.

Começamos a falar sobre o próximo brinquedo e quem ia com quem. De novo parecia que todos tinham ideias diferentes uma dos outros.

- Arthur? - O chamei e o mesmo deu atenção para mim. - Tá afim de ir no trem fantasma?

- Pode ser. - Ele deu de ombros - Mas como você vai com esse tanto de bichinhos? Você vai levar para casa todos? - Eu reviro os olhos. Para que tanta pergunta?

- Eu só quero um. - Separei um dos bichinhos e dei para o Arthur segurar. - Sarah? - A mesma parou de conversar com o Hyun e me olhou - Qual dos seus você vai querer? - Ela separou dois e também deu ao Arthur.

- E o resto? O que vocês vão fazer com eles? - Observei o parque antes de responder e minha atenção foi roubada por um grupo de crianças.

- Aqui é um parque de diversões, Arthur! Não é uma missão impossível. - Eu fiz um sinal com a cabeça, chamando a Sarah.

A mesma me seguiu e eu andei até um grupo de crianças, elas estavam na frente de algumas barracas, sem nenhum adulto por perto e pareciam ter na faixa dos dez anos de idade.

- É muito difícil! - Um garotinho comentou.

- Ah... Eu queria aquele... - Uma garotinha disse com a expressão triste. - Podemos tentar de novo?

- Eu não tenho mais dinheiro aqui, a gente pode ir na minha mãe e pedir, mas não sei se ela vai dar. - Um outro comentou. Tinha pelo menos oito crianças ali.

- Ei! - Chamei a atenção deles e todos olharam para mim atentos - Toma aí. - Eu ofereci meus bichinhos.

- Sério? - Eles perguntaram, surpresos. - Você está falando sério? - Eu reviro os olhos e assinto.

- Vocês parecem quere-los mais do que eu... - Dei de ombros e ofereci novamente com os braços os brinquedos.

Cada um começou a pegar os brinquedos, distribuir e escolher quais queriam. Seus olhinhos brilhavam de alegria, era incrível o como crianças podem ser tão simples e puras.

- Obrigado, moça... - Eles agradeceram com um sorriso no rosto.

- Por nada, pirralhos. - Eu puxei a Sarah pelo braço, voltando para aonde estávamos antes.

- Que fofo... - Ouvi a Rosalya comentar, mas eu apenas ignorei os comentários e olhares atentos em mim.

- Podemos ir agora? - O Arthur assentiu - Mais alguém quer vir? - Ninguém respondeu e eu apenas dei de ombros, indiferente.

Eu e o Arthur andamos até encontrarmos o trem fantasma. Esperamos a nossa vez na fila, conversando sobre assuntos em comum e implicando um com o outro.

Sentamos no trem fantasma e observamos tudo ao nosso redor, nós tomamos alguns sustos, mas nunca gritavamos, apenas falávamos palavrões e ríamos depois.

Mas a maior parte do trajeto nós rimos dos sustos dos outros participantes e das piadas que fazíamos com a situação. Não tivemos tempo de ir em outros brinquedos, então compramos dois pretzels para comermos.

Voltamos para o ponto de encontro e de novo o pessoal começou a discutir o que queria ver ou fazer. Eu só sei que dessa vez eu vou na Montanha Russa.

- Ninguém quer vir? - Eles negaram com a cabeça - Puxa... e eu achando que era hoje que eu ia ver vocês berrando no brinquedo. - Eu disse debochada.

- Vocês parecem ter medo da própria sombra. - O Castiel revirou os olhos, rindo. - Eu vou com você no brinquedo. - Sorri.

- Pelo menos vou poder ver o Castiel gritar. - Dei de ombros e ele negou com a cabeça, rindo.

- Você fala demais. - Nós dois seguimos até o brinquedo. Eu sorria sem esconder minha animação - Você parece gostar bastante do brinquedo... - Ele comentou um pouco inquieto.

- É meu brinquedo preferido desde criança. - Quanto mais avançavamos na fila, mas o Castiel parecia nervoso. - Tudo bem? - Arqueei a sobrancelha.

- Eu sempre quis experimentar, mas a última vez que vim num brinquedo desses, eu tinha 10 anos. - Ele comentou.

- Você nunca mais subiu numa Montanha-russa? - Ele negou.

- Não, nunca. E para dizer a verdade, eu tenho uma má lembrança da primeira vez. Então, essa é a oportunidade de mudar isso.

- Como foi a primeira vez? - Perguntei fingindo indiferença, mas por dentro eu  estava curiosa.

- Eu estava numa fila como esta com o meu pai. Subimos juntos no brinquedo. E na hora que a trava de segurança ia fechar, meu pai atendeu a uma chamada de celular e saiu na hora do brinquedo. - Ele fez careta. - Eu era pequeno e nem um pouco do tipo que ousava reagir ou dizer o que queria de verdade. Não é fácil nessa idade. - Ele suspirou com a lembrança - Então, quando percebi, estava num brinquedo assustador, pela primeira vez na minha vida, sozinho, sentado lá na frente do carrinho. Isso me deixou traumatizado.

- Uau... Prometo que não vou falar no telefone, mesmo que ele toque. E vou ficar sentada ao seu lado. - Eu disse num tom de brincadeira, mas com um pouco de verdade, para tranqualiza-lo.

- Agora está tudo bem, não tenho mais 10 anos. - Ele disse rindo e eu dei de ombros.

- Se é o que você diz... - Eu disse indiferente e a nossa vez de entrar no carrinho finalmente chegou.

UMA DOCETE DIFERENTEOnde histórias criam vida. Descubra agora