Assim que entro em casa, tiro meus saltos e os deixo em um lugar qualquer, jogo minha bolsa no sofá e me preparo para deitar no mesmo.
Na hora eu escuto a companhia tocar, me fazendo levantar preguiçosamente. Quem será numa hora dessas? Será que são os meus pais?
Abro a porta, encontrando na porta ninguém menos, ninguém mais do que o... Castiel?! O que ele está fazendo aqui a essa hora?
- Castiel? Porque está aqui? - Perguntei, confusa. O mesmo me encarou de cima a baixo, parando emfim no meu rosto.
- Você está linda! - Ele disse olhando no fundo dos meus olhos. Senti minhas bochechas esquentarem com isso. - Eu... - Ele balançou a cabeça em negação, como se tivesse tentando sair de um transe. - Queria te ver... desculpe pela hora. - Dou de ombros.
- Tudo bem... O que acha de darmos uma saidinha, estou afim de tomar um ar. - Ele assentiu. - Só preciso me trocar e... - Ele me interrompeu.
- Não precisa... você realmente está demais com essa roupa. - Sorri e saí de casa.
Não me importei de passear por aí descalça e toda produzida com um vocalista famoso, apenas aproveitei o momento. Nós andamos pela grama de mãos dadas, conversando.
Nós sentamos embaixo de uma árvore e falamos de coisas aleatórias. Senti todo aquele bem estar aparecendo em meu peito e nada me preocupava naquele momento.
Ficamos em silêncio por um momento e pude sentir os olhos do Castiel sobre mim, fazendo meu estômago embrulhar com a intensidade de seus olhos.
- Eu sei que você disse que não queria presente, nem nada. - Ele começou a falar. Eu realmente tinha falado que não precisava ele me dar presentes. - Mas eu comprei uma coisinha para você... Não é nada muito caro, eu só queria te dar alguma coisa legal...
Ele põe a mão dentro do bolso e tira de lá alguma coisa, que não consigo identificar de primeira, me integrando logo em seguida.
- Isso é... - Olhei para a moto em miniatura de metal em minha mão.
- Eu não sabia direito o que comprar, até ver isso em uma loja... me fez lembrar de você na hora. - Observei a miniatura com atenção. - Achei que você pudesse gostar... - Ele deu de ombros e eu sorri. - Feliz aniversário, Maya.
- Eu adorei! - Me inclinei e lhe dei um beijo apaixonado e lento. - É algo que faz parte da minha personalidade e me orgulho de gostar... - Era incrível o meu amor por motos.
- Que bom que você gostou... - Ele passa o braço ao redor dos meus ombros e eu descanso minha cabeça em seu peito. - Eu sei que nós dois não fazemos ideia do que vai acontecer depois que o ano acabar... - Ele começou a falar, me fazendo suspirar. - Mas eu sei o que sinto por você e vou fazer de tudo ao meu alcance para que continuemos dando certo. - Ergui meu rosto, beijei sua bochecha e voltei a me encostar em seu peito.
- Eu me sinto tão bem quando estou ao seu lado. Você... é muito importante para mim. - Sinto minhas bochechas esquentarem novamente - Obrigada por fazer parte da minha vida.
Só ele mesmo para me fazer falar dos meus sentimentos dessa forma, tão naturalmente e tão verdadeiro. Entrelacei nossas mãos e senti o Castiel dar um beijo em meus cabelos.
***
Destranco a porta da minha casa, pronta para entrar, mas ouço alguém me chamando. Me viro vendo a... Ambre?!
- Ambre? O que... - Ela nem me permitiu terminar a frase.
- Maya! Ele... ele... - Seus olhos lagrimejavam e ela gaguejava enquanto falava.
- Se acalme, Ambre! - Ela caiu de joelhos, tremendo.
- Eu não posso... Não posso... Ele foi embora. - Ela soluçava em meio às suas frases.
- Quem foi embora, Ambre? - Estava ficando cada vez mais confuso.
- Nathaniel... Ele não vai voltar. - Arqueei a sombrancelha, confusa. - Ele foi ameaçado... por aqueles caras. - Suspiro. - Prometeram matá-lo.
- Que merda... - Resmungo. - Vem, levanta. - A ajudo a levantar do chão, puxando pelos seus braços, sem machucá-la. - Você tem que se acalmar, só aí a gente conversa. - Fiz sinal com a cabeça para ela entrar em meu apartamento.
Ela entrou e se sentou em meu sofá, apoiando os cotovelos em sua perna e tapando o rosto com as mãos. A Ambre voltou a chorar e soluçar novamente.
Deixei ela desabafar um pouco, mas não a abracei, nem a consolei. Apenas dei um tempo para que ela pudesse se recompor e me contar o que houve.
Oferece água para ela e me ajoelhei em sua frente. Ela ainda chorava, então me vi na obrigação de falar alguma coisa para ela.
- Ambre... eu entendo que você esteja mal, mas chorar não vai mudar nada, você só... - Ela me interrompeu.
- Não me diga o que é melhor, você não faz ideia da dor que estou passando. - Ela falou de forma rude. Respirei fundo para não perder a paciência.
- Olha, Ambre... eu sei que você está mal e tal, mas isso não significa que você possa descontar em mim a sua dor.
- Descontar? Eu só estou cansada das pessoas ficarem tendo pena de mim, mas nunca me ajudarem... Se quer fazer algo de útil, pare de falar ladainhas. - Levanto e a olho séria.
- Eu estou tentando te ajudar, Ambre. Mas você não pode ficar me pisando assim... - Ela permaneceu impassível.
- Você ache como se fosse a melhor e sei lá o que... sendo que na verdade você continua a mesma trouxa de sempre. - Perdi a paciência e lhe dei um tapa.
- Vai embora! - Mandei e a mesma me olhou de olhos arregalados. - Não vou ajudar alguém que está me diminuindo... se está precisando de alguma coisa vai atrás de outra pessoa.
- Eu... Maya... por favor... eu preciso falar sobre isso com alguém. - Arqueio a sombrancelha. - Os outros só vão julgar o meu irmão...
- Isso não é problema meu! - Meu rosto estava totalmente impassível.
- Você nunca passou por isso? Perder alguém que ama? - Confesso que ela pegou num ponto sensível. - Nunca teve medo de nunca mais ver alguém importante para você... - Mative minha expressão neutra, mesmo que aquilo havia me afetado um pouco.
Eu já passei por isso, já perdi alguém e já tive medo de perder quem amo. Suspiro por fim, cansada. Sentei ao seu lado e ambas permanecemos em silêncio.
- Eu vou te ajudar no que posso, Ambre. - Quebro o silêncio. - Não porque você é minha amiga, na verdade você está longe disso... mas ninguém merece passar por isso. - Ela assentiu com a cabeça.
Nos momentos seguintes a Ambre e eu ficamos conversando um pouco sobre o que aconteceu. Logo depois ela foi embora, um pouco melhor.
VOCÊ ESTÁ LENDO
UMA DOCETE DIFERENTE
Teen Fiction* Fancic de amor doce(Castiete) Maya Dixon volta depois de 4 anos a sua antiga cidade para terminar o seu curso. Ela mudou muito tanto por fora quanto por dentro. Maya agora é mais bruta, confiante e desaforada, sempre andando na sua moto. Apesar de...