- Vem, vamos conversar! - A Priya guia a Nina até uma mesa. - Agora me conta o que houve - Eu me sento junto delas.
- E-eu... - Ela respira fundo, tentando manter a calma - Eu saí mais cedo da escola hoje e decidi ir no Snake Room, aquele bar locar aqui perto - Eu e a Priya assentimos. - Eu encontrei um grupo de meninas populares da escola e conseguir me sentar com elas.
Olho em direção do Cosy Bear e vejo o Hyun observando a cena de longe. A Priya deu um copo de água para Nina se acalmar um pouco.
- Só que elas começaram a falar com um cara estranho - Eu e a Priya trocamos olhares. - Estavam dizendo que eu gostava dele, que queria ficar com ele... eu estava desconfortável, então fui ao banheiro me acalmar - As lágrimas começam a brotar nos olhos da Nina. - Eu decidir ir embora, mas quando saí... o cara estava me esperando na porta... Ele começou a falar coisas obscenas e eu gritei de medo. Eu saí correndo e vim procurar alguém conhecido, foi aí que te achei, Priya.
- Como era o cara? - Eu pergunto séria.
- Ele tinha um casaco de gola... era um loiro meio sinistro - Faço careta ao saber quem a agrediu.
Com certeza foi o mesmo cara que me assediou aquele dia! Eu senti a minha raiva pulsando em minhas veias.
Eu odiava todo tipo de assédio, odiava homens machistas e escrotos. Odiava ver alguma mulher sofrendo algo assim!
Me levantei bruscamente, atraindo a atenção da Priya e da Nina. Minhas mãos estavam fechadas em punhos e eu estava pronta para ir atrás do infeliz.
- Maya, não faça bobagens! - A Priya me segurou pelo braço.
- Esse idiota merece uma lição. Vou garantir que ele nunca mais possa ter filhos, com alguns belos chutes!
- Se acalme! Isso não vai resolver em nada. O melhor que podemos fazer é ajudar a Nina. - Direciono meu olhar para Nina - Ela precisa de apoio emocional, Maya! - Suspiro e me sento novamente.
- Me fale o que está sentindo, Nina! - Eu estava parecendo uma verdadeira psicóloga - Sei que deve ter muita coisa aí dentro, desabafar vai te fazer bem! - Ela me olha em silêncio com lágrimas nos olhos.
Olhando para Nina agora, era como se eu estivesse me vendo anos atrás. Eu passei por algo assim. Eu entendo o que ela está sentindo agora.
Medo, tristeza, insegurança às vezes até mesmo culpa. Eu peguei em sua mão, como forma de incentivo.
- Eu me sinto uma besta por estar com tanto medo. Tantas mulheres passaram por coisas piores... mas é que foi a primeira vez que aconteceu comigo! - Ela deixa algumas lágrimas caírem.
- Você só teve a mesma reação que qualquer mulher de 14 a 60 anos teria. Não se trata de idade, aquele cara não tinha o direito te fazer isso com você! - A Priya diz, enquanto estende um lencinho para a Nina.
- Eu sei... só que de certa forma foi minha culpa! Eu não deveria ter ido lá, nem me sentado com aquelas garotas... eu não deveria estar chorando agora!
- Ninguém merece passar pelo que você passou, Nina. Não se culpe por isso, nem amenize a situação - Ela abaixa a cabeça, enquanto eu falo - Não precisa ter vergonha de chorar, isso vai aliviar a angústia que você está sentindo.
Eu a abraço de lado meio sem jeito para a reconfortar. Ela começa a chorar e soluçar, aos olhares atentos da Priya e do Hyun.
Eu não costumo consolar as pessoas, com abraços e palavras sentimentais, mas eu havia aberto uma exceção pra ela naquele momento.
Eu já senti o que ela está sentindo e assim como ela eu precisei de um ombro amigo para chorar.
- Quando eu estava no bar... percebi que aquelas garotas tinham ido embora e me deixado lá. - Ela soluça - Eu me senti totalmente sozinha.
- Não se preocupe, Nina. Você pode contar comigo e com a Priya. - Digo e ela dá um sorriso triste, enquanto se afasta.
- O melhor que podemos fazer é denunciá-lo. Eu sei que você ainda está abalada, mas se conseguirem o pegar, nenhuma mulher vai precisar passar por isso novamente. - A Nina pensa por um momento.
- Acho que é o melhor a se fazer! - A Priya assente.
- Você tem que falar com sua mãe primeiro. Você é menor de idade, ela merece saber o que você passou. - A Nina suspira.
- Ok! - Ela se levanta - Obrigada Maya e Priya.
- Imagina! Se nós mulheres não nos apoiarmos e ajudarmos, quem vai? - A Nina sorri um pouco.
- É um prazer ajudar, Nina! - A Priya diz e a Nina entra no Cosy Bear Café.
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UMA DOCETE DIFERENTE
Ficção Adolescente* Fancic de amor doce(Castiete) Maya Dixon volta depois de 4 anos a sua antiga cidade para terminar o seu curso. Ela mudou muito tanto por fora quanto por dentro. Maya agora é mais bruta, confiante e desaforada, sempre andando na sua moto. Apesar de...