Você foi a única para mim.

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Era incrível no como eu havia me sentido bem depois das palavras do Castiel. Assim que nos afastamos eu senti uma sensação totalmente nova em meu peito, que eu não soube identificar.

Era como se ambos tivessem tirado suas armaduras, que nos protegiam do mundo e da possibilidade do sofrimento. Deixando assim nossos lados vulneráveis visíveis um ao outro.

E isso não era desconfortável, nem estranho, ao contrário, me senti mais leve e meu coração se aqueceu com suas palavras e com seu contato gentil.

- O que você acha de terminarmos a noite em minha casa? - Ele perguntou ao sairmos do Snake Room.

- Você sabe que não vamos só assistir Netflix e jogar baralho, não é? - Sorrio maliciosamente, fazendo o mesmo revirar os olhos.

- Eu não sou ingênuo, Maya. - Ele sorriu também - Se quiser trazer alguma roupa para passar a noite lá... - Ele sugeriu.

- Ok... eu tenho que dar uma passada de qualquer forma lá em casa. - Dou de ombros. - Até daqui a pouco, cabeça de tomate.

- Vai logo, Dona Fera! - Ri e saí para meu apartamento.

Arrumei meu quarto, que estava numa bagunça e falei um pouco com o Arthur antes de ir tomar um banho. Assim que terminei, preferi trocar de roupa.

Vesti uma lingerie preta com um sutiã que abre na parte da frente, passei um perfume e desfiz o rabo de cavalo em meu cabelo, o arrumando apenas com as mãos.

Coloquei uma regata cinza, que mostra a barriga e os braços e uma calça preta rasgada. Vesti uma blusa xadrez aberta e dobrei as bordas das suas mangas.

Calcei minhas botas pretas de coturno e peguei uma mochila, colocando algumas coisas dentro da mesma. Saí de casa com a moto mesmo e parei na frente do apartamento do Castiel.

Desci da moto e peguei meu celular ao ver que havia recebido mensagens de duas pessoas diferentes. Uma era do Castiel e outra do Nathaniel.

Mensagem on

Sr. Tomate Apaixonado: Comprei algumas coisas para comermos. Dê notícias quando você estiver pronta. Eu já estou...

Maya: Já estou na porta. Logo, logo você vai me ver de novo. - Olhei a mensagem do Nathaniel.

Loiro misterioso: Recebi alta hoje do hospital. Obrigado pelo que você fez por mim, prometo dar mais notícias depois...

Maya: Que bom, que você está bem. Espero que tenha colocado um pouco de juízo na sua cabeça, porque da próxima vez, eu mesma vou te agredir, Nathaniel!

Guardei meu celular de volta, toquei a campanhia e subi até chegar na porta do Castiel. O mesmo me recebeu com um beijo e me puxou para entrar.

- Sentiu muita a minha falta? - Sorrio debochada.

- Você não tem ideia do quanto. - Ele sorri divertido. - Espero que você esteja com fome. - Dou de ombros. Quase sempre eu estou com fome. Ele pegou minha mão e me levou até a cozinha.

- Quanta comida meu pai... - Observo a mesa da cozinha, vendo ali pelo menos 10 pratos diferentes, todas em pequenas porções, mas em variedade. - Se você estava tentando me comprar com comida, saiba que já conseguiu! - Ele ri.

- Eu não sabia o que você gostaria de comer, então peguei tudo... - Ele dá de ombros. - Eles se conservam bem, posso guardar para o resto da semana.

- Quanta atenção... estou lisonjeada. - Brinco. - Mais falando sério... eu gostei da atenção. - Dei um selinho em seus lábios.

- Eu achei que seria legal... Já sou ausente o suficiente. E sei o que é não estar do lado das pessoas que... - Ele parou bruscamente, parecia que ele voltou atrás no que ia dizer. -... Das pessoas que contam. Quero estar ao seu lado o quanto eu puder.

Senti meu coração acelerar e minhas inseguranças voltarem. Eu nem havia pensado nisso nesses últimos dias. Mas a dúvida do que aconteceria ainda estava em minha cabeça.

- Quanto tempo vai durar? - O pergunto, me referindo a turnê mundial.

- Depois dos festivais, nossa turnê vai durar um ano e meio.

Suspirei pesadamente. A gente mal ficava uma semana separados, como vai ser um ano e meio? A gente só precisou de um ano para terminarmos na última vez.

Porque seria diferente dessa vez? Eu não queria me separar dele, só de pensar nisso eu tinha calafrios. Por isso eu evitava o assunto, eu estava guardado meus sentimentos para o último momento.

- Castiel... - Tento pensar em algo para mudar o assunto, mas não encontro nada em minha mente.

- Eu sei. Sei que não deveria falar disso e que deveríamos aproveitar. Mas... - Ele passou a mão em seus cabelos. - Ouço falar disso todos os dias, em todos os ensaios e todas as reuniões. - Ele suspirou, como se ouvir tudo aquilo o cansasse.

Pude ver em sua expressão que ele não queria me deixar sozinha, que pensar nisso era tão difícil para ele quanto que é para mim.

- Eu... - Foi tudo o que eu consegui dizer.

- Eu não me apego, normalmente. Eu não me apego mais, mas... - Ele suspirou - Você voltou. - Suas bochechas ficaram rosadas e ele arrumou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. - Como não me lembrar... de todos nossos momentos juntos... todas aquelas horas com você. - Fechei os olhos, me lembrando dos nossos momentos - Você foi a única para mim. - Senti meu coração apertar e simplesmente me joguei nele, lhe dando um beijo.

Senti uma corrente elétrica passar pelo meu corpo, me causando arrepios. Ele me envolveu em seus braços e me apertou com força contra si, nossas línguas se entrelaçando uma na outra.

Quando nos afastamos recuperamos o fôlego, sem sair dos braços um do outro. Ele descansou sua cabeça em meu ombro por alguns minutos.

- Bom... acho melhor comermos alguma coisa. - Ele se afastou devagar de mim.

Escolhemos o que queríamos comer e ficamos sentados no sofá, roubando coisas do prato um do outro. Conversamos e falávamos as vezes da nossas emoções, mas depois caiamos na risada.

Nossa cumplicidade de anos atrás reinava sobre o ambiente, só que dessa vez ela parecia ainda mais forte do que antes. Não éramos só namorados, também éramos amigos.

Nossa intimidade e confiança um no outro, estava presente em cada frase, em cada toque, em cada sorriso. Eu me sentia super bem ao seu lado.

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