Yashiro Nene

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A pedido de Zumbid0 espero que goste
Palavras: 813

     Peguei a gaze, e amarrei fortemente na perna da Yashiro. Ela sempre chegava com algum machucado, diferente. Ela não podia ir para a enfermaria, que eles provavelmente chamariam a polícia, pensando que ela sofre de maus tratos. Olhei o rosto dela, enquanto levantava a meia dela.

        — Pronto — disse, dando tapinhas na perna dela — aonde você se machuca tanto? Logo terei que te ensinar, primeiros socorros

        — Sabe, não sou boa em limpeza no geral, metade dos meus machucados são de limpar banheiro — ela mentiu, como se eu fosse tola — e saber primeiros socorros seria bom.

        Dei uma leve risada, dei um tapa no machucado dela, e seu rosto se contraiu de dor. A mentira dela, era tão verdade quanto o céu ser verde.

       — Mentiras e mais mentiras, mas se você não me contar como se machuca — ameacei — terá que pagar pelos seus curativos.

       Ela fez uma cara de descontentamento, acho que se ela tivesse que me pagar, por cada curativo que fizesse. Ela esvaziaria o cofre dela, e eu ficaria extremamente rica.

       — Por favor não, se tiver que te pagar por todos os curativos, nunca mais terei dinheiro— ela choramingou.

       — Fique tranquila, são curativos simples — expliquei sorrindo — nada que alguns centavos não resolvam. Mas também não recomendo você não fazê-los, por mais que não seja nada grave. Se infeccionar aí sim você terá um problema. Nunca vi ninguém, com tantos cortes.

        — Por favor, S/n você é a única pessoa de confiança, não quero que pensem que eu sofro algum tipo de abuso — ela lamentou, pondo as mãos sobre o colo — você poderia me ensinar o que você sabe.

       Ela suplicou, mas eu ainda queria saber o que ela escondia. Posso não saber muito, mas algo eu sei, uma mentira aparece, mais cedo ou mais tarde. Mas eu não tenho paciência para o mais tarde.
  
        — Ok, me traga duas rosas e... — pensei, no que mais poderia exigir — um galho de uma figueira.

        Ela ficou confusa, não deve saber o por que, preciso dessas coisas. Ela se levantou, e agradeceu com a cabeça e se foi. Deitei na maca, que antes ela estava sentada. Fechei os olhos, e tentei descansar. Fui acordada por alguém, me balançando compulsivamente. Abri os olhos e vi o Hanako.

         — Acorda S/n! — ele gritou, na minha cara — pensei que como um mistério, você seria mais responsável. Sai daí a Yashiro desmaiou.

         — Ok, então é por sua causa que ela se machuca — disse, me levantando — então o que houve?

         Me espreguicei, deixei o Hanako e um garoto loiro, deixarem ela na maca. Pedi para eles me explicarem, o que havia acontecido. E então eles falaram, que tiveram que lutar contra um mistério louco, mas ela desmaiou. Chequei os batimentos cardíacos, e a febre dela. Aparentemente ela estava bem.

       — Ela tá bem, deve ter desmaiado de susto ou medo — expliquei, me esticando — agora, me trouxeram meu pagamento?

       Estiquei a mão para o Hanako, ele sabe meu preço. Já deve ter escutado um milhão de vezes, de alguém se queixando nos corredores. Sobre a "enfermeira" que pedia, coisas estranhas.

        — Querida S/n, veja bem, tivemos que trazer ela as pressas — ele tentou desviar o assunto — não tive tempo de pegar as coisas.

       — Deixa, ninguém quer pagar duas rosas e um galho de figueira, para a bruxa fantasma — lamentei tristemente — além do mais, do que adianta pagar esse preço, para ser uma aprendiz. Quando se pode fazer um desejo, e ter o que quiser.

       — Então sobre a Yashiro podemos levá-la? — ele perguntou, inútilmente — posso cuidar dela no banheiro.

       Fiz uma careta, só de imaginar a Yashiro deitada em um banheiro. Por mais que ela sempre limpasse, aquele lugar ainda era sujo. Não posso deixá-la, ir para lá. Por mais que não tivessem, me pagando nada.

       — Não irão levá-la, vão embora — disse apontando para a parede — Hanako, você sabe como funciona, vão embora os dois.

      — Quando ela acordar, você nos chama? — o loiro perguntou, receoso.

     — E claro, sou uma bruxa, mas não sou má — disse, revirando os olhos — agora vão.

     Apontei para a porta, e o Hanako agarrou a mão do loiro, e caminhou até a parede. E atravessou. Sentei no banco, e deitei sobre a mesa, e dormi.

     — S/n está acordada? — escutei alguém, me chamando — cadê o Hanako?

     — Foi embora — disse sonolenta, apontando para a porta — não quer dormir, desde de que fui amaldiçoada. Eu durmo bastante.

      — Você tem razão desmaiar cansa — ela disse, suavemente — vem deitar comigo na maca.

      Me levantei, sem muita direção. E deitei na maca, senti a Yashiro deitar ao meu lado logo depois. E me abraçar, ela nos embrulhou com uma longa coberta que eu uso, para me embrulhar quando tenho sono. Ela me agarrou, e me trouxe para perto, senti a respiração dela em mim. E dormi tão bem, quanto quando não estava amaldiçoada.

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