Kokoshibo

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A pedido de Lessi_iludid4por2D espero que goste
Palavras: 985

Abracei os meus joelhos o mais forte que pude, e cobri a boca com a mão na esperança de silenciar minha respiração ofegante. Senti as lágrimas caírem dos meus olhos, e molharem minhas mãos. Depois de um tempo, já tinha restabelecido minha respiração. Meus músculos começaram a doer, devido ao tempo agachada atrás de uma lata de lixo, em um beco. Me atrevi a olhar para trás da lixeira.

  Assim que eu olhei, parece que tiraram um peso enorme das minhas costas. Meu perseguidor, não estava atrás de mim. Engatinhei para fora, de trás da lixeira, e comecei a chorar o mais silenciosamente que pude, até que comecei a soluçar, tentei cobrir os soluços com a mão. Fiquei aliviada, por não estarem mais me perseguindo.

  Percebi a gravidade da situação que estava, e comecei a correr. Minhas pernas já estavam doendo, por estar agachada por tanto tempo, então dificultou a corrida. Todo meu alívio sumiu, e toda minha esperança de sair viva, também se foi. Quando escutei, um barulho de algo caindo no chão, e em seguida o barulho de passos. Por mais que fosse, rápida sabia que era questão de tempo, até que ele me pegasse.

    — Por que está correndo atrás de mim? — ele perguntou, de forma sádica — você sabe que não adianta.

    — Você é louco, me deixe em paz — disse o mais alto que pude — por favor.

  Minha voz saiu fraca, soando como se estivesse implorando, e realmente estava. Mas minha voz saiu fraca, provavelmente de gritar por socorro, e quando não adiantou implorar por misericórdia. Maldito seja o dia que decidi, cortar o caminho por essa cidade deserta. Há três dias que eu estou tentando fugir dessa cidade, e não a uma única pessoa aqui. Ao menos por conta da cidade ser deserta, eu consegui comer, a comida que eu encontrei nas casas, e devorava.

    — Por favor — minha voz mal saiu, mas sabia que foi alto o suficiente, para o perseguidor me escutar.

  Caí devido a dor nas minhas pernas, não podia mais correr, tentei me levantar, mas cai. Me arrastei, e devo ter conseguido me arrastar, por pelo menos cinco metros. Só agora notei que estava chorando. Meu perseguidor, finalmente me alcançou. E vi seus olhos coloridos, me fitando, parece que ele conseguia olhar dentro da minha alma.

    — Desculpa querida — ele disse, colocando meu cabelo atrás da minha orelha — mas não vou poder comer você hoje, mas não se preocupe vou levar você comigo, eu cuido de você mais tarde.

  Em qualquer outra situação, e com qualquer outra pessoa, eu me sentiria ofendida, de ser tratada como um pedaço de carne. Mas nessa situação, eu era literalmente um pedaço de carne. Ele me pegou, como uma boneca de pano, e me jogou nas costas. Eu estava muito cansada, não dormia a três dias. Acabei adormecendo, nas costas dele.

  Acordei em qualquer outro lugar, estava em um quarto com paredes brancas, e um chão também branco, tão gelado quanto uma pessoa morta. Olhei pro lado e tinha uma cama, de madeira escura, e um lençol branco. Estava amarrada, com correntes, que prendiam meu pulso na parede. Tentei andar mas não consegui.

  Olhei para mim mesma, minhas roupas também eram brancas, um vestido bordado com flores vermelhas, e meu cabelo preso em um rabo de cavalo. O vestido estava rasgado, em algumas partes, meu cabelo estava todo desarrumado, meu cheiro era horrível. Entrou alguém no quarto, esperei que fosse meu sequestrador. Mas os olhos multicoloridos, não me encontraram, mas olhos vermelhos e pupilas douradas, me encontraram.

  O homem, segurava uma roupa similar a minha , exceto que o vestido era maior, e as flores bordadas eram roxas.

    — Vamos você precisa de um banho — ele reclinou o nariz, com nojo — você tá fedendo.

  Eu sabia que estava fedendo, mas escutar de outra pessoa machucava. Poderia ao menos ter dito só que eu precisava de um banho.

   — Onde está o outro? — perguntei com desgosto, ele fez uma cara confusa — o que me sequestrou.

  — O Douma está ocupado — ele disse, me revelando o nome do sequestrador — por que? Prefere ele do que eu? Que eu saiba não te persegui por três dias.

  Ele parou, e se perguntou silenciosamente alguma coisa.

   — Como você não fugiu de dia? — ele perguntou —  de dia ele não pode te pegar.

  Franzi a testa, como assim ele não pode me pegar? Eu tenho certeza que algo estava me perseguindo, mesmo durante o dia.

  — Tinha alguém me perseguindo até de manhã — expliquei com raiva.

— Vou cuidar de você por um tempo — ele explicou — em média alguns anos no mínimo.

— Alguns anos? — perguntei atônita — por que vai fazer isso?

— Você já sabe que é um pedaço de carne aqui — ele disse, como se fosse a coisa mais óbvia — e no final o Douma vai me deixar comer metade de você.

— Ao menos tenho mais alguns anos de vida a mais — disse sorrindo.

*2 anos depois*

  Bom faz dois anos que estou sendo mantida em cárcere privado. Estou sendo preparada, para minha carne ser melhor. Mas aconteceu algo que não deveria ter acontecido. Vamos por partes.

  Bom, até hoje o Douma não voltou, e o Kokoshibou ficou comigo o tempo todo. Ele sai de noite, para se alimentar, mas fica apenas algumas horas fora, ele nunca passa mais de seis horas fora de casa.

  Bom começou a ter um sentimento primeiro do lado dele, e ele começou a vir dormir na minha cama, quer dizer ficar comigo abraçado enquanto eu durmo. E ele fica, mexendo no meu cabelo. E começamos a namorar.

Bom e agora é definitivo, o Douma pode voltar a qualquer momento. E eu e o Kokoshibou, fugimos. E última notícia, eu estou grávida.

E aí foram todas as atualizações do que aconteceu, desde o meu sequestro. Fugimos e, no momento eu estou em uma casa, e espero que eu o Douma não me ache.

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