Mikasa Arkeman

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— Ele foi um monstro — disse, sem convicção na voz — ele matou todo mundo.

         Segurei a mão de Mikasa, e continuei olhando incrédula para a mesa. Saber que a Mikasa teve que matá-lo, mesmo o amando tanto. Não consigo imaginar, o quão difícil deve ter sido. Matar a pessoa que mais ama, eu jamais poderia fazer isso. Ela é a pessoa mais forte que conheço .

        — O que você vai fazer agora? — perguntei, olhando fixamente para frente.

        — O que? — ela questiona, sobre minha pergunta.

       Reuni coragem para olhar para ela. Até agora ela não tinha chorado, ela não poderia mostrar que estava abalada. Não por ter matado ele, não na frente das pessoas que perderam tudo.

        — Quer dizer, ele morreu, você passou a vida protegendo ele, e matando Titãs pela nossa sobrevivência — expliquei, minha pergunta — o que vamos fazer agora, Mikasa? O que?

         Segurei minhas lágrimas não queria chorar na frente dela. Não é justo com ela, eu também perdi pessoas, foram tantas eu só. Mas a Mikasa só tinha o Eren e o Armin, o Eren morreu para a gente, muito antes de Mikasa finalizá-lo. E Armin, ele mudou algo esperado pelo o que passamos.

         — Talvez eu finalmente saia com o Jean — ela falou, ironizando a situação — talvez não seja a hora, talvez nunca seja a hora.

        Dei um pequeno sorriso, por mais que desde de que eu a vi, esteja perdidamente apaixonada por ela. Aquilo foi confirmação o suficiente, ela não vai ficar com ele.

         — Eu não quero ficar com ele, por falta de opção — ela disse, destacando o final —  ele merece alguém que o ame, como ele me ama.

         Ela disse soltando minha mão. Coloquei as mãos nas pernas, e olhei para a mesa.

        — Você tem razão — concordei com ela — Quer dormir aqui? Quero dizer, ainda não te conseguiram uma casa. Estão dando prioridade pros sobreviventes. E eu consegui comprar essa, acho que fui a primeira do nosso grupo, a conseguir uma.

        Ela concordou, e eu me levantei. Peguei alguns travesseiros, uma coberta e coloquei uma fronha no sofá. Separei um pijama, e dei a ela
          Tomei banho, e me vesti. Deitei, e tentei relaxar. Meu corpo estava gelado, depois da água da banheira. Não conseguia parar de pensar no que ela disse, ela provavelmente nunca ficará comigo.

           Estiquei minha mão, e abri uma gaveta da cômoda ao meu lado. Retirei uma carta de lá, o envelope estava manchado de sangue. A mancha formava o desenho da minha mão. Foi quando tentei ressuscitar um soldado, ele morreu depois. A carta de declaração nunca foi entregue. Virei ela e vi o verso "para Mikasa", com a melhor letra que pude. Nunca fiquei tão nervosa ao escrever.

          Uma carta que falava tudo o que eu sentia, nunca tive coragem para entregar. Guardei ela de novo, me virei de lado. E vi Mikasa parada ali.

           — O que você está fazendo aqui?! — perguntei alarmada.

           — O que era aquela carta? — ela perguntou, ignorando minha pergunta — por que ela está endereçada para mim? E por que ela está com você?

          Ela tentou pegar a carta, mas bloqueei com meu corpo. Ela estava com raiva, conseguia ver pelo rosto dela.

           — Me dá a carta, ela é minha! — ela falou com autoridade.

           Com sua autoridade, duvidei de minha capacidade de manter aquela carta como segredo.

          — Eu escrevi para você, não é nada de importante — falei, suplicando internamente para ela parar de insistir — quer saber, a carta é sua mesmo.

         Disse entregando a carta na mão dela. Ela abriu delicadamente e começou a ler, saindo do meu quarto a deixando sozinha, com a minha carta. Peguei um sanduíche, e comecei a comer compulsivamente. Ela logo entrou na sala, segurando a carta e a jogou na mesa.

        — Ótima carta, mas você só é minha amiga, por que gosta de mim? — ela perguntou com raiva.

        Fiquei transtornada com a ideia, nunca tinha pensado nisso. A ideia de fazer isso, é simplesmente fazer isso.

        — Não, eu nunca faria isso — falei transtornada — sou sua amiga, por que eu gosto de ser sua amiga. Meus sentimentos por  você, não interferem na nossa amizade.

        Ela me deu um abraço, ela estava feliz que eu não estava fingindo tudo. E eu estava feliz. Mesmo que ela nunca me queira, sempre vou amá-la. E isso talvez será um fardo que carregarei para sempre, mas não me importo com tanto que ela não me odeie.

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