Hanako-kun

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A pedido de Um_ser_existindo espero que goste.
Palavras: 973

     As vezes é bom ficar sozinha, especialmente em dias tristes. Eu nunca fui uma pessoa que gosta de ficar sozinha. Mas hoje não acho que preciso, de nenhuma outra companhia, do que a lua e a chuva. As lembranças , doem nunca pensei que minha própria cabeça, me causaria tamanha dor. Mas por mais que doa, não posso me impedir de lembrar.

    A última coisa que queria essa manhã, era fazer parte de algum plano maluco. O Hanako é extremamente louco. Por conta dele, estou amarrada no teto, e com certeza não é para ser uma isca, para algum monstro estranho, é assim que ele vier, o Hanako vai aparecer e acabar com isso. Não, um dos planos dele deu errado. E olha onde eu vim parar.

    — Senhora, entidade paranormal pode me soltar? — perguntei, balançando meus pés amarrados — se a senhora tem algum plano para mim, me solta, acho que não vou ser útil, quando meu sangue for todo para a cabeça.

     A entidade nem me escutou, e também não mostrou reação alguma ao meu pedido. Apenas continuou sentada, fazendo as unhas provavelmente, minha visão não é a das melhores. E esta entidade quebrou meu óculos, quando me capturou. Acho melhor eu dormir um pouco, dormindo não posso sentir desconforto.

      Fui acordada, pelo impacto da minha cabeça indo ao chão. Uma dor alarmante, veio instantaneamente. Levei minhas mãos à cabeça, o movimento doeu, minhas mãos ainda estavam atadas. Abri os olhos, ignorando a dor. O Hanako estava em pé, com a sua faca na mão, e a entidade caída de lado.

     — Desculpa a demora, tive uns problemas — ele disse, como se eu ser sequestrada, você só um contratempo — agora vamos desamarrar você, ou eu posso sair com você nos braços, como naquela cena de filmes.

     A ideia de me carregar no colo, como em cena de filmes, fez os olhos dele brilharem. E em seguida ele me olhou como se pedisse permissão.

     — Faz o que quiser, só me solta — disse, erguendo as mãos.

    Ele se apressou e me desatou. Antes que eu pudesse me levantar, ele me pegou no colo e me ergueu nos braços. Realmente parecia, algumas cenas de filme, mas isso ainda me constrangeu. Passei meus braços, me agarrando a cabeça dele.

    — Perfeito, agora vamos sair correndo e explodir alguma coisa — ele disse sorrindo.

    — Melhor não explodir nada — sugeri, com um sorriso amarelo.

      Ele concordou com a cabeça, e começou a correr. Fiquei grata por ter me agarrado ao pescoço dele antes, pois com a mudança drástica, com certeza eu iria cair.

     — Isso foi incrível — ele disse me soltando calmamente.

     Assim que meus pés tocaram o chão, vi o quanto está a tarde. O sol já havia se posto, faltei todas as aulas. E já deveria estar em casa a muito tempo, o sequestro demorou mais que o esperado.

    — Realmente foi incrível, mas tenho que ir — disse, dando um breve beijo na bochecha dele — adeus, Hanako até amanhã.

     Corri o mais rápido que pude, não teria uma boa explicação para meus pais. Sobre o porquê atrasei, e acho que o sequestro não é uma boa desculpa.

 •No outro dia•

     Passei as aulas, ansiosa de como poderia falar com o Hanako. Como posso falar que nutri, sentimentos por ele por tanto tempo. As aulas passaram, como mágica. Nem notei quando elas passaram, meus olhos estudavam a paisagem, detectando e se adequando a cada pequena modificação. Mal notei quando se foi o pôr do sol, eu não estava ansiosa para chegar em casa, eu não estava com medo dos meus pais. Pela primeira vez, tudo estava calmo, tanto na paisagem quanto dentro de mim. Não acho que posso ter essa sensação por muito mais tempo. Nem me importo de quando ela irá passar, esse alívio é a melhor coisa.

    — Estranhei pelo que você não foi me ver — escutei uma voz familiar falar — mas entendi o porque, isso é lindo.

     Concordei, meu coração sapateou dentro de mim, sinto isso quase toda vez que o vejo. Mas agora multiplicou cem vezes, com apenas uma fala dele. Me virei para ele. Ambos sentados em mesas, tão perto que poderia beijar ele. O que é melhor do que para mostrar o que sente, do que um beijo? Talvez isso esteja certo, mas talvez aquela sensação de alívio, só serviu para mostrar que depois da calmaria, vem a tormenta. E eu vivo na calmaria de amá-lo, sem ser correspondida a 3 anos, tanto tempo na calmaria. Como será quando essa calmaria passar? O quão forte ela será? Quanto tempo ela irá durar. Não posso fazer nada. A calmaria acabou. E já sinto a tempestade.

    Me impulsionei para a frente, e tentei beijar ele. Mas talvez ele ter me afastado, teria doído menos, eu atravessei. Esse era o meu lembrete do que significava amar ele, amar um fantasma. Não posso. Atravessei seu corpo, e me segurei para não chorar.

    — Eu te amo S/n, mas não podemos ficar juntos, estou morto. — ele murmurou, sumindo.

    Acho que amor não correspondido dói. Mas isso é saber que você ama alguém, e essa pessoa te ama. Mas não poder ficar juntos, eu não posso culpar ninguém. Foi essa escolha que fiz, ao amá-lo, eu sabia que ele estava morto. Como pude? Por que? Eu sou muito burra, por que me deixei fazer isso?

     Subi as escadas, mal conseguia enxergar, as lágrimas embaçaram meus olhos. Cheguei no térreo e fui recebida pela chuva. Me sentei, isso era a melhor coisa que podia fazer. O máximo para aliviar minha dor. Minha cabeça não podia decifrar o que sentia. Não sei se é raiva, tristeza ou negação. Mas dói , é como uma faca no meu peito.

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