Capítulo 57: Você vai fugir?

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Cold ficou imóvel, parecendo com um misto de surpresa e confusão. Ele demorou um segundo para se mover, como se não acreditasse que eu estava mesmo ali. Abri a boca para dizer algo, me perguntando se dizer o que eu estava sentindo por ele seria como cravar uma faca no meu coração. Mas eu já estava tão perdida, que talvez isso sequer me machucasse de verdade.

—Queria que você fosse do setor 2, assim como eu era. As coisas seriam fáceis demais. —Afirmei, umedecendo os lábios com a língua, enquanto tudo que Cold fazia era ficar ali, parado me observando. —Odeio o fato de tudo ter acontecido dessa forma. Parece que... parece que a minha vida foi feita para dar absolutamente errada.

—A minha também. —Cold sussurrou, enquanto eu o via apertar aquela mão coberta pela luva com força. —Acho que temos algo em comum. Nós dois temos uma vida fadada a dar errada.

—Seria cômico, se não fosse trágico. —Balancei minha cabeça, sem conseguir desviar os olhos daquelas íris verdes, que pareciam um verde infinito, pronto para me fazer transbordar por completo. —Lembra quando falamos sobre esse lugar? —Ele balançou a cabeça que sim, enquanto eu dava um passo para frente, escutando o som do meu coração batendo por Cold. —Isso deixou de ser um lar, quando as pessoas foram proibidas de sair.

—E o que restou pra elas, foi se agarrar a qualquer afeto que pode fazê-las se sentirem vivas de verdade, mesmo aqui dentro. —Cold completou, enquanto eu soltava uma respiração pesada, observando-o compreender tudo que eu estava sentindo naquele momento.

Ele ergueu a mão e puxou minha nuca, devorando meus lábios em um beijo que me deixou sem fôlego logo nos primeiros segundos. Mas mesmo quando eu estava me desmanchando por completo nos braços dele, o beijei de volta com a mesma necessidade, precisando de cada gota do que ele sentia por mim naquele momento pra me sentir viva de verdade.

Deixei que ele me pegasse no colo e me levasse para o quarto. Nossos corpos virando um emaranhado de roupas sendo puxadas e jogadas no chão, antes de irmos parar na cama, com ele sobre mim. Cold apagou a luz de novo, mas dessa vez eu não o questionei. Nem mesmo quando senti sua mão toda marcada sobre minha pele, me fazendo estremecer a cada toque gentil e mais bruto dele. Tudo que eu queria era aproveitar cada segundo daquilo.

Então me agarrei a ele, tocando-o e o beijando em cada lugar que eu alcançava, ouvindo meu nome sair dos lábios dele, antes de nossos lábios se juntarem e ele me devorar com a sua boca. Não havia nada simples no que tínhamos ali. Eu podia sentir Cold transformando assim como eu, desesperado para conseguir tudo que podia de mim, assim como eu dele. O calor do corpo dele me envolvendo e me levando ao limite, enquanto sua boca mergulhava contra a minha.

Deixei que Cold me tocasse em todos os lugares que quisesse, me levando ao limite a cada segundo mais. Depois, deixei que me envolvesse com seu corpo, sentindo o calor aconchegante dele, enquanto eu parecia ter tomado um calmante muito forte. Mas mesmo assim não dormi, sentindo a mão dele fazendo círculos na minha coxa e a outra traçando a linha da minha. Queria perguntar a ele o que havia acontecido com sua mão, mas tinha a leve sensação que iria me desmanchar se soubesse a verdade. E eu não queria estragar aquele momento de jeito nenhum.

Fiquei imóvel, deixando minha respiração se acalmar, enquanto sentia Cold relaxar ao meu lado também, não demorando muito a cair no sono. Mesmo quando senti que ele dormia pesado, não fiz menção de sair dali, apenas me agarrei mais ao corpo dele, deslizando as mãos pelos seus braços e suas costas, sentindo o quão macio e quente ele era. Indefinidamente perfeito. Talvez em outra realidade a gente tivesse tido mais sorte.

Observei a claridade do dia desaparecendo pelas cortinas do quarto parcialmente escuro, percebendo que a tarde havia passado e a noite já havia caído. Então me arrastei para longe do corpo de Cold, sentindo meu coração se rachando aos poucos quando peguei minhas roupas no chão, me segurando para não acender a luz e olhar pra todo ele sobre a cama. Pra ver todas as partes que Cold escondia de mim, tanto por dentro como por fora.

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