Andei de um lado para o outro sem saber o que fazer, encarando a garota desacordada, sem roupas e um par de asas. Bufei, coçando a cabeça, indo em direção ao carro.
Peguei um cobertor que havia no banco de trás e me aproximei do ser novamente. Andei a passos lentos até chegar totalmente perto dela, e assim que me agachei para cogitar a ideia de tocá-la, suas asas se fecharam em um movimento rápido, sumindo em suas costas.
Me joguei para trás no impulso, tomado pelo susto, ainda encarando aquela criatura misteriosa. Ela se mantinha inconsciente e, talvez, suas asas estivessem na defensiva.
Sem mais delongas, enrolei a mesma no lençol e a carreguei em meus braços até o carro, colocando a mesma no banco de trás da picape.
Dei partida com o carro para um destino que eu ainda desconhecia, não sabia para onde levá-la. Não sabia a quem pedir ajuda, e com certeza não sabia o que diria para a polícia. Ela literalmente caiu do céu! Caralho… A garota é um anjo, o que eu vou falar para meu pai? Meus amigos?
Não posso contar a verdade, o que vão fazer com ela se souberem o que ela é?
Por que caralho isso só acontece comigo?!
Olhei pelo retrovisor a garota no banco de trás e me assustei ao vê-la abrir os olhos, vendo suas íris azuis agora visíveis, brilhando com a claridade que entrava pela janela. Engoli em seco, sem saber o que dizer. A mesma me olhou assustada, avaliando o lugar em que estava e o estado que se encontrava.
— O que fez com as minhas asas? — Ela se encolheu, olhando suas costas por cima dos ombros.
Arregalei os olhos, franzindo o cenho em seguida.
— Eu? Eu não fiz nada. — Entrei na defensiva.
Ela ficou em silêncio, desviando o olhar.
— Qual é o seu nome?
Ela não respondeu. Parecia pensativa, confusa, imersa. Suspirei pesadamente, passando a mão pelos cabelos, apertando o volante em seguida. Não sabia o que faria a partir dali.
Na delegacia, eu estava na recepção esperando o delegado, ao lado da garota misteriosa. Estava aguardando meu pai aparecer, não queria ter ligado para ele, mas eu ainda era menor de idade e a polícia não parava de encher o saco.
— Escuta, eu não sei porque estou fazendo isso, mas vou te ajudar — falei para a garota ao meu lado, ela me olhou atenta — Eu sei que você é um anjo porque eu vi você literalmente caindo do céu — Ela ainda me encarava séria — Mas você não pode contar isso para eles, eles podem fazer coisas bizarras com você se souberem — a mesma franziu o cenho.
— Coisas bizarras? — perguntou curiosa.
— Não dá tempo de explicar agora — Suspirei — Você dirá a eles que é órfã e que não se lembra como foi parar na rua… pelada — balancei a cabeça, afastando os pensamentos perversos.
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Pecado Divino
Romance+18 | violência explicita, drogas ilícitas, conteúdo sexual, conteúdo sensível. Phillip Tucker é o tipo de cara que não acredita no amor; ou talvez tenha desistido dele. Após um dos acontecimentos mais traumáticos da sua vida, Phillip se vê no fund...