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Phillip Tucker é o tipo de cara que não acredita no amor; ou talvez tenha desistido dele.
Após um dos acontecimentos mais traumáticos da sua vida, Phillip se vê no fund...
Um coração partido é tudo o que restou Eu ainda estou consertando todas as rachaduras (...) Eu gastei todo o amor que eu guardei Sempre fomos um jogo perdido (...) Não precisou de muito para desistir de nós Eu vi o fim antes de começar
Arcade, Duncan Laurence
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Na manhã seguinte, meu pai estava de volta — com seu humor de sempre, para variar — mas eu estava feliz em vê-lo, inacreditavelmente.
O observei com cautela antes de me aproximar a passos gatunos; ele parecia cansado. Extremamente cansado. Embora fosse o mesmo, com seu terno chique e seus cabelos penteados para trás em seu gel importado, e sua barba rasa e alinhada. Perfeita, eu diria. Mas, ainda não anulava sua expressão exausta.
Mas decidi não perguntar. Tudo que eu menos queria era falar de negócios e, estava determinado a fingir que nada estava acontecendo entre mim e Angel apenas para que ele não se entupisse ainda mais com problemas.
— Bem vindo de volta. — Falei, enfiando as mãos nos bolsos enquanto forçava um sorriso acolhedor.
— Meu filho problemático, — começou ele — é bom ver você.
Sorri com escárnio, presunção e aspereza. Apesar de não haver ofensa em suas palavras, e eu realmente não havia me ofendido. Na verdade, aquilo era o mais próximo de um elogio ou um reencontro caloroso que eu receberia de Fernando.
— É bom ver que a casa está inteira também. — Seus olhos passearam pelo local, procurando algum resquício de defeito ali.
Sorri outra vez, erguendo o queixo como se sentisse orgulho. Entretanto, aquilo durou pouco, visto que Fernando parecia notar que algo estava fora do lugar. Demorei um tempo até perceber o quê.
— Ou nem tanto assim. — Ele adicionou, apontando com o olhar para algum ponto específico — Dois vasos sumiram, aparentemente.
— A festa gerou... — umedeci os lábios, seus olhos semicerrando em minha direção. Completei sutilmente: — consequências.
Fernando riu; pela primeira vez uma risada que embora não fosse contagiante, foi verdadeira. Uma curta e rouca risada. Não percebi o quanto sentia saudades de seu humor até então. Meu pai afrouxou a gravata enquanto respondia.
— Não me surpreende.
Não falei nada, me joguei no sofá despreocupado, torcendo para não esbarrar com a criatura divina lá em cima que provavelmente ainda estava dormindo. Estava rezando para que não tenha ouvido a voz de Fernando aqui embaixo, e rezava ainda mais para que Fernando não tocasse no nome dela cedo demais.
Mas como não era novidade alguma, o destino me odiava imensamente, pois em dois segundos meu pai me questionou: — E Angel?
Suspirei, me afundando ainda mais no sofá acolchoado, como se sentisse aquilo me engolindo. Tentei não transparecer nada que o deixasse desconfiado, e apenas dei de ombros.