Fiquei ali, parado, quieto, em silêncio; após ouvir a batida da porta por onde Angel saiu.
Meu coração batia desenfreado e eu desconhecia o porquê, pois tudo que eu conseguia pensar era no quão filho da mãe eu havia sido.
Respirei fundo, passando a mão trêmula pelos cabelos úmidos, tentando inutilmente manter a calma; mordendo os lábios quando o nó na garganta se formou e me amaldiçoando mentalmente por isso.
— Porra!
Praguejei, chutando algo sem prestar atenção, fazendo um barulho ecoar, indicando que havia quebrado; não me importei.
No entanto, ouvi passos se aproximando e logo o som da porta se fechando soou pelo quarto.
Saí do closet, imerso em meus pensamentos, surpreso ao ver meu pai ali, talvez me procurando.
— O que está havendo? — Perguntou de braços cruzados, não me dando a chance de questionar sua presença.
Suspirei, massageando a testa enquanto fechava os olhos com força.
— Nada. — Respondi sem emoção, indo em direção a cama.
— Vou reformular a pergunta. O que está havendo entre você e Angel? — Congelei, me virando para olhá-lo.
— Não sei do que está falando. — Respondi com agilidade.
Ele riu, áspero, irônico, demonstrando que não acreditava em uma só palavra.
— Olha, eu sei que nós não somos tão próximos, mas, eu te conheço a dezessete anos. — Suspendi uma sobrancelha — E eu sei quando está mentindo.
Bufei, revirando os olhos, desviando meu olhar para outra direção que não fosse seu rosto.
— Não me faça perguntar diretamente a ela. — Sua voz soou grave e eu o olhei impaciência.
— Não está havendo nada. — pontuei.
Novamente, ele riu — Então, por que está agindo como um namorado ciumento?
O olhei incrédulo.
— Posso ser bastante ocupado, e passar a maior parte do tempo longe desta casa e de vocês, mas não deixo de supervisionar. Andei observando e, peguei alguns sinais que vocês deixaram escapar. — Articulou calmamente.
— Achei que os assuntos dos adolescentes não te interessava. — Ironizei.
— No geral não. Mas vocês, que estão sob a minha custódia e responsabilidade, talvez.
Revirei os olhos, pegando um cigarro sobre o criado mudo.
— Volto a repetir, não está havendo nada. — Digo, acendendo o cigarro, dando uma tragada em seguida.
— Essa casa é grande, mas ainda sim, tenho ótima audição. — Ele insistia naquele assunto — Por qual motivo Mattews faria você admitir que gosta da Angel?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Pecado Divino
Romance+18 | violência explicita, drogas ilícitas, conteúdo sexual, conteúdo sensível. Phillip Tucker é o tipo de cara que não acredita no amor; ou talvez tenha desistido dele. Após um dos acontecimentos mais traumáticos da sua vida, Phillip se vê no fund...