+18 | violência explicita, drogas ilícitas, conteúdo sexual, conteúdo sensível.
Phillip Tucker é o tipo de cara que não acredita no amor; ou talvez tenha desistido dele.
Após um dos acontecimentos mais traumáticos da sua vida, Phillip se vê no fund...
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— Foi um acidente — Disse Briana, a voz baixa.
Havíamos chegado ao hospital há meia hora. Assim que eu soube do acidente, quis correr para cá no mesmo instante, mas fui impedida com a presença repentina de meu irmão Gabriel. Nem mesmo a presença inesperada dele foi o suficiente para prender minha atenção, ou distrair minha mente, porque, bem...
Meu melhor amigo estava no hospital.
Devo admitir, sim, que fiquei intrigada e preocupada com o assunto tratado. Não pude deixar de me sentir ameaçada, não pude deixar de perceber que meu relacionamento com o Phillip está ameaçado. Mas, ainda assim, eu só conseguia pensar em Mattews. Não sabia o que fazer depois que Gabriel foi embora, então me sentei nos degraus da casa, e esperei meu namorado chegar. Achei que deveria contá-lo sobre a surpresa do meu irmão, antes de contar que um de seus melhores amigos havia sofrido um acidente consideravelmente feio.
Phillip sequer esperou eu explicar o que aconteceu antes de me arrastar para o carro e nos trazer até aqui, e eu não podia estar mais grata por isso, pois não sei se aguentaria mais algumas horas sem notícias concretas sobre meu melhor amigo.
Matt caiu da escada; despencou do segundo andar. A pancada gerou um corte fundo na cabeça, resultando em dezessete pontos — segundos os médicos, ele sobreviveu por sorte. Mas nada disso alivia a preocupação e o pânico que habita em mim.
Briana nos contou que Matt andava estranho. Na maior parte do tempo estava trancado no quarto bebendo e jogando videogame, o som vivia no último volume e ele não queria ver ninguém. Ele também faltou por dois dias seguidos à escola, e mesmo quando eu o questionei, mesmo quando eu tentei conversar com ele, não adiantou muita coisa.
Ele estava bêbado quando aconteceu — havia secado uma garrafa de whisky, e estava descendo para pegar mais quando tropeçou, e rolou as dezenas de degraus.
Eu poderia ficar brava com ele, poderia gritar com ele e chamá-lo de idiota, xingá-lo por ser tão tolo e irresponsável. Poderia esmurrá-lo por me dar esse susto, por eu quase o ter perdido, mas... Matt ainda não acordou. Ainda não fomos permitidos de entrar em seu quarto, ele estava estável, disse os médicos. Eu, no entanto, estava entrando em colapso. Não faço ideia do que está acontecendo com ele, não sei o que o atormenta, não sei o porquê de estar tão mal e, preciso saber. Preciso pedir desculpas por ser uma amiga tão negligente, displicente e egoísta. Mesmo que eu não tenha culpa por não saber o que lhe passa, mesmo que eu não possa sempre saber quando Matt está triste, eu não posso deixar de me sentir culpada.
— E você está bem? — Phillip perguntou a Briana, com um olhar compreensivo.
Ela assentiu, relaxando os ombros minimamente, mas visivelmente.
— Estou — disse — Conheço meu irmão — alegou — Ele vai ficar bem, é teimoso demais para não ficar — ela riu fraco, então desviou o olhar — Minha mãe é quem está surtando, está preocupada, não tiro sua razão.
