Capítulo 54

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Deve ter sido um beijo mortal
Só o amor pode machucar assim

Only Love Can Hurt Like This, Paloma Faith

Entrei em casa praticamente às cegas, como se estivesse no piloto automático

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Entrei em casa praticamente às cegas, como se estivesse no piloto automático. Minha cabeça latejava, meus olhos ardiam, minha garganta doía com o nó ainda preso porque não chorei o suficiente. Trêmula, joguei as chaves do carro no centro, cambaleando pela sala, sentindo tudo girando ao redor. Tudo estava desmoronando.

— Angel? — A voz de Matt soou atrás de mim, mas eu não me virei para olhá-lo.

Eu nem mesmo enxergava as coisas, estava tudo girando, a sala parecia estar se encolhendo e o ar no meus pulmões se esvaindo. Um soluço escapou de mim, e meus joelhos vacilaram, mas antes de cair alguém me segurou, envolvendo meu corpo com os braços.

— Angel, o que foi? — Sua voz ainda soava, mas parecia distante, como se nem estivesse ali — Angel, meu Deus, o que houve?

Mais soluços escaparam de mim, e eu desabei sobre meu joelho, indo ao chão, mas Matt continuava me segurando, tentando me impedir de cair. Eu olhei para cima, procurando seus olhos ali, tentando ver alguma coisa por trás das lágrimas grossas.

— Angel, você está tremendo — Disse, tentando me levar até o sofá, mas eu não conseguia me mover — Fale comigo, pelo amor de Deus, fale comigo.

— Phillip...

Minha voz saiu trêmula, inaudível, eu não conseguia pronunciar as palavras, eu não conseguia falar ou fazer qualquer coisa a não ser chorar e me despedaçar.

— O que tem ele? Ele está bem?

— Ele e Victoria... — Sussurrei, tentando colocar para fora, mas Matt ainda parecia confuso.

Eu nem sabia se ele estava entendendo alguma palavra, eu não sabia se conseguia me ouvir. Eu não me ouvia, eu não ouvia nada, quase não ouvia sua voz, quase não ouvia meus soluços. Era como se o mundo estivesse desaparecendo, o chão parecia estar me engolindo lentamente, me sufocando. E eu estava tendo uma crise de pânico.

Matt me segurou com firmeza, me mantendo de pé, diante dele, enquanto estudava meu rosto, olhando em meus olhos com uma preocupação clara e um medo evidente nas orbes cor de esmeraldas.

— Fale — ele disse, calmamente.

Eu neguei com a cabeça, soluçando, tentando manter meus joelhos firmes. As imagens de mais cedo vieram à minha mente, e meu coração se partiu outra vez. Antes que eu me pronunciasse, a porta de entrada foi aberta de supetão, e quando a voz dele ecoou pela sala, tudo que eu queria era me afundar nos braços de Matt até sumir.

— Angel! — Ele parecia sem fôlego, como se tivesse corrido uma maratona.

Matt olhou para trás rapidamente, ainda me segurando, a confusão transparecendo em seus olhos conforme ele olhava de mim para o Phillip, procurando uma resposta para tudo aquilo.

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